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Nove

"Eu acendo o fósforo para saborear o calor
Eu sempre gostei de brincar com fogo
Brincar com fogo
Eu sempre gostei de brincar com fogo
Eu ando no limite, minha velocidade vai no vermelho" - Song: play with fire.

- Allysson -

- você não vai a lugar nenhum! - ouvi a voz estridente da minha mãe e olhei pra trás.

- e quem vai me impedir? Você? - debochei cruzando os braços.

- acho que seu pai ficaria decepcionado, por você não fazer o mínimo de esforço para convivermos em paz e que não consegue ficar na mesma casa que eu sem brigar - disse ela e engoli seco.

Esse mês será difícil, muito difícil.

° ° °

Segunda-feira, outra vez.

Odeio as segundas e também odeio a escola.

São 16:30, e ainda tenho que fazer trabalho com Jordan, terminei de me arrumar e revisei o material.

O motorista de minha mãe me deixou na porta da enorme casa dos Powell's, bati na porta e fui atendida por tia Wendy.

- olá querida, que surpresa boa - sorriu abertamente, me abraçando.

- oi tia - me aconcheguei em seu abraço carinhoso.

- vim fazer trabalho com Jordan- falei assim que nos afastamos.

- tudo bem, ele está no quarto. Pode subir - avisou e assim fiz, cheguei na frente da porta do quarto, e bati duas vezes.

Dei de cara, com o Powell, os cabelos levemente bagunçados, sem camisa. Meu olhos percorreram desde o peitoral liso até seu abdômen malhado, seus braços fortes. Tirando o fato, que está sempre tão cheiroso.

Por Deus, ele não é o pedaço de mal caminho, é o mal caminho inteiro.

FOCO ALLYSSON. FOCO!

Rapidamente me recompôs e percebi que o mesmo me encarava.

- posso entrar ou vai ficar atrapalhando a passagem? - falei voltando a minha postura.

- claro - disse abrindo espaço para mim e entrei sentando na beirada de sua cama.

- você é bem abusada, não acha? - indagou arqueando a sobrancelha.

- não, não acho. Agora calado - falei tirando os cadernos da mochila.

- a senhora que manda - levantou as mãos em rendição.

- bom, vamos lá - comecei a explicar sobre o que faríamos.

Minutos se passaram e já estávamos brigando, de novo.

- que diabos está fazendo? - indago chateada.

- escrevendo uma carta para Michele Obama - zombou e fechei a cara - copiando a outra parte do texto - falou óbvio.

- tão inteligente, não vou te chamar de jumento pra não ofender o animal - debochei - Tá errado!

- você é insuportável, reclamona - o americano proferiu fazendo careta.

- e você não sabe fazer nada, idiota - bufei e ele se aproximou, sentando de frente para mim.

- você vai escrever isso aqui. Agora faça essa porra certa - falei autoritária, mostrando o que deveria copiar.

- tá me olhando porque? - perguntei impaciente. Sentindo seu olhar queimar sobre mim.

- só admirando o quão atraente você fica quando está brava, bae - se aproximou mais de mim.

- tá mandando essa pra cima de mim? - debochei - já falei, sou muita areia para o seu caminhãozinho - soltei uma piscadela.

- eu dou duas voltas - disse tom provocativo.

O americano a minha frente, ama colecionar garotas que já conquistou com seu papo furado, e não vou permitir que eu seja aproxima.

Mas nada me impede de brincar com ele, então me aproximei.

- acho melhor na ficar tão perto - murmurou.

- o que foi? Não tem controle de si mesmo? - ironizei.

Foquei em suas orbes verdes, ele se aproximou mais de mim, e ficamos perto. Tão perto que seu hálito de menta, seu perfume entrando em minhas narinas.

- não tenho, não quando se trata de você. Tão perto - sussurou, sua mão tocou minha coxa desnuda e apertou e senti meu ventre contrair.

Sua presença me fazia incendiar. Ele é quente, quente como inferno.

- é uma pena. Deveria treinar mais seu autocontrole - olhei seus lábios e contornei os mesmos com a ponta dos dedos.

- até porque você não faz meu tipo - falei tirando a mão de seus lábios. Logo o americano segurou minha cintura.

- e quem faz? O Jacob, faz seu tipo? - falou em desdém.

- óbvio que sim - menti descaradamente.

Sua presença me deixava nervosa, eu estava lutando para não gaguejar.

Ia me afastar, mas senti suas mãos seguraram minha cintura com força, me apertando contra seu corpo forte, então me deixei levar. Fazendo ele pensar que iria beija-lo.

- tão manipulável - murmurei a centímetros de distância de seus lábios e me afastei totalmente dele.

É engraçado, ver Jordan a um passo do descontrole.

- eu te odeio, Allysson. Se soubesse a maneira que quero descontar meu ódio em você, não usaria vestidos, também não ficaria me provocando - disse rouco, com as pupilas dilatadas.

- a recíproca é verdadeira. Eu também te odeio, Jacob. Você é minha penalidade favorita - pisquei pra ele.

Montamos a apresentação do nosso trabalho, e foquei em não meter a mão na cara de Jordan. Quando fazia coisas para me irritar.

- obrigada, tia. Estava uma delícia - agradeci pelo jantar.

- que nada, minha linda. Não precisa lavar a louça deixa que o Jordan vai fazer isso - falou e vi o mesmo bufar.

- ok, já que a senhora diz - proferi olhando para Jordan, que parecia querer me matar.

Ouvi a buzina do carro do motorista soar e me despedi de tio Joshua, tia Wendy e Dix.

- se divirta com as louças - zombei.

Jordan cerrou os olhos e silabou: "você me paga"

𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐈𝐍 𝐓𝐇𝐄 𝐃𝐀𝐑𝐊 ✓ Onde histórias criam vida. Descubra agora