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Doze

"Eu acho que fiz isso de novo
Fiz você acreditar que somos mais do que apenas amigos
Oh, querido, pode até parecer uma quedinha
Mas isso não significa que eu esteja falando sério"
- Song: Oops!... I Did It Again

- Jordan Powell -

Encontrei Liya na saída da escola, encostada no corrimão.

- vamos? - chamei e ela me acompanhou até o carro sem dar nenhuma palavra.

- o que houve? - indaguei ligando o carro.

- precisamos conversar, e é sério - falou olhando as unhas.

- sou todo ouvidos - falei simples.

- eu não estou gostando da sua proximidade com a Nieves , quero que pare, se afaste dela - soltou por fim.

- an? - indaguei surpreso.

- nós namoramos! - disse como se eu fosse um jumento.

- nós fingimos que namoramos, e só na frente de nossos pais - corrijo.

- mas eu gosto de você, de verdade - falou baixo.

- isso não fazia parte do combinado - falei.

Liya e eu sempre ficávamos uma vez ou outra, até o dia que ela pediu para eu fingir ser seu namorado, por um mês.
Os pais de Liya são rígidos e controladores ao extremo, do tipo que quer escolher o namorado da filha, inclusive tinha até o pretendente.

Então, como eles me gostavam de mim, eu fui a salvação de Liya. Fingi ser o namorado dela, mas com duas semanas minha família achava que eu estava num relacionamento e aí tudo desandou.

O que era pra ser um mês, foi para 7 meses.

- e você acha que pode me tratar como objeto sexual e ficar comigo quando estiver entediado? - gritou.

- tá gritando porquê? Você aceitou isso e também aceitou que seríamos livres para ficar com outra pessoas - falei sem tirar os olhos da rua.

- e outra, nunca te obriguei a nada, na verdade quem veio atrás de mim foi você, desde a primeira vez - cuspi as palavras.

- eu achei que você iria mudar por mim, que se apaixonaria por mim - choramingou.

- não mesmo. Isso só acontece em filme e livros - gargalhei e ela me olhou séria.

- foi mal - parei de rir.

- não me quer mais, é isso? - indagou com lágrimas nos olhos e estacionei em frente sua casa.

- exato, isso já deveria ter acabado - falei simples.

- mas, eu achei que você... E os nossos momentos bons? - indagou.

- eu sou educado, e estava atuando para seus pais e para os meus pais - expliquei.

- você me enganou! - passou as mãos pelos fios loiros.

- Oops! I did it again
I played with your heart
Got lost in the game
Oh, baby, baby
Oops, you think I'm in love
That I'm sent from above
I'm not that innocent - cantarolei a música da Britney Spears e ela me olhou séria.

- você sempre soube como eu era, nunca te enganei - falei.

- por favor Jordan, me dá uma chance de te mostrar que podemos ser felizes - implorou.

- para de se humilhar, porra! Eu não gosto de você dessa forma, já disse - falei ríspido.

- é por causa dela né? É por causa da vadia da Allysson - indagou nervosa, tentando limpar a maquiagem borrada.

- ela me odeia, não tem nada haver com ela, caralho - praguejo.

- o jeito que você a olha, que age perto dela. Você gosta dela! - se alterou.

- Eu apaixonado, pela Allyssin? É a maior idiotice que já ouvi - bufei.

- para de falar merda e sai do meu carro - mandei ríspido e ela arregalou os olhos, saindo.

Cheguei em casa e subi para meu quarto. Tomei um banho, e coloquei uma roupa qualquer descendo pra cozinha.

- pensei que tinha morrido lá dentro, queria comer mais - disse minha irmã se sentando a mesa.

- para sua decepção, tô vivo - pisquei pra ela.

- olá para a mulher mais incrível da minha vida - beijei a testa da minha mãe e ela sorriu gentilmente.

Me sentei junto com elas e começamos a conversar enquanto almoçamos. Dix estava no twitter, nos contando as novidades.

- para tudo! - gritou nos assustando.

- merda, Dixie! Quer me matar? - reclamou nossa mãe.

- não mãezinha - abriu um sorriso amarelo.

- porque não disse que tinha terminado o namorico com sua prometida? - Dix zombou.

- como sabe? - indaguei confuso e minha mãe me olhava perdida.

- Liya fez um tuíte, dizendo: Porque guardar luto? Afinal ninguém morreu apenas mais um relacionamento que chega ao fim... - leu Dix - ela postou há alguns minutos, pagando de superada - comentou.

- você parece muito tranquilo com isso, maninho, ela não era o amor da sua vida? - me alfinetou.

- as coisas chegam ao fim - dei de ombros.

- então, vocês terminaram? Que pena - disse minha mãe indiferente - vou cuidar da horta, arrumem a cozinha - saiu.

- a louça é com você - falou minha irmã e olhei a pia cheia de louça.

- é seu dia - falou.

- todo dia, é esse inferno? - reclamei.

- quer que eu diga para mamãe que, você que destruiu a preciosa horta dela? - arqueou a sobrancelha

- chantagista do caralho - bufei.

Minha mãe ama plantas, quando eu acidentalmente, destruí sua horta e ela virou um bicho mesmo não sabendo que foi eu, se souber ela vai me esfolar.

- é sempre bom fazer negócios com você. Agora, me serve vadia! - disse rindo e apontou para a sobremesa.

- vá se fuder, se sirva sozinha - reclamei.

- oh mamãe - gritou e tapei sua boca.

- miserável da porra - peguei um pote pequeno e servi a sobremesa.

- arrume tudo direitinho, te amo maninho - riu e revirei os olhos.

- te amo, tomara que se engasgue - mostrei o dedo do meio sorrindo forçado.

𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐈𝐍 𝐓𝐇𝐄 𝐃𝐀𝐑𝐊 ✓ Onde histórias criam vida. Descubra agora