Memórias antigas

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Dazai finalmente chega em casa, sem paciência para pensar em mais nada, apenas pega sua caixa de remédios para dormir, toma exatos cinco comprimidos e se deita, aguardando o tão esperado sono chegar, seu único momento livre de pensamentos ruins.

Finalmente adormece, mas não pode controlar os sonhos, que nesse caso, pareciam mais um flashback do passado, sem nenhuma alteração, de quando conheceu e de como se apaixonou por Chuuya. Seria perfeito, mas por ser uma memória real, o final não foi diferente.

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Já fazia um tempo desde que Dazai estava trabalhando na máfia do porto, não tinha uma companhia para ajudá-lo em nada, mas não se sentia mal em continuar assim. Até que, completamente do nada, essa liberdade de trabalhar sozinho acabou.

O ruivo do qual possuía uma relação fixa de ódio foi transformando em seu parceiro, aquilo deixou Dazai completamente irritado, ele odiava Chuuya, não queria precisar conviver com ele, se sentia enjoado apenas de olhar em seus olhos. Mas não tinha o que fazer, foi obrigado a cooperar com ele.

Os primeiros trabalhos da dupla - soukoku, como eram chamados - foram completos sucessos, mas a relação de rancor que possuíam mutuamente continuava, e estranhamente os unia mais do que separava.

Até que em uma missão qualquer algo diferente acontece, algo que ambos jamais esperavam, e tudo começou por conta de Dazai.

                                         ⋯

"Eu me recuso a continuar trabalhando com ele!"

O acastanhado grita, tentando convencer Mori a acabar com essa parceria sem sentido.

"Dazai, creio que já fui claro em dizer que não posso resolver esse problema."

O ex-médico responde, sem sequer olhar nos olhos do garoto.

"Isso é mentira, você que nos juntou, com certeza pode separar também!"

A discussão duraria bastante caso a nova missão não fosse em poucas horas. Dazai não queria mais trabalhar com Chuuya, sentia ódio do garoto.

Talvez, até certo ponto, a palavra ódio não se aplicasse mais, estava apaixonado, mas duvidava que o ruivo sequer acreditaria nisso. Era melhor se separarem, para evitar sofrimento.

Pensou diversas vezes em se declarar para Chuuya, mas com certeza daria errado, sabia que era odiado por ele, não faria sentido tentar.

Desistindo de discutir com Mori, Dazai sai da sala, tentando se recompor ao lembrar que, em poucas horas, precisaria voltar a fingir que odeia o ruivo.

                                          ⋯

A missão estava sendo um sucesso, no momento estavam no fim dela, onde Chuuya usa seu poder de corrupção para finalmente derrotar o inimigo, e Dazai adorava essa parte, amava observar a beleza do ruivo com seu olhar apaixonado sem precisar disfarçar.

Para ele, o garoto era lindo, possuía uma lista mental de suas coisas favoritas nele: seus olhos, um castanho e o outro azul, o dando uma beleza única, seus cabelos ruivos maravilhosos em contraste com sua pele pálida, e por fim, a parte favorita do acastanhado: a cintura, extremamente fina.

Analisando a lista de Dazai, pode-se concluir que realmente estava apaixonado, havia passado os últimos poucos meses reparando em Chuuya, seu objetivo inicial era arrumar coisas para criticá-lo, mas terminou gostando do garoto.

Agora, o observando usar corrupção, percebe que o ruivo era realmente perfeito, e era relativamente triste vê-lo machucado, mas estranhamente o sangue em contraste com sua pele era algo belo.

Dear ChuuyaOnde histórias criam vida. Descubra agora