Epílogo

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Uma semana se passou, Chuuya reuniu a pouca coragem que tinha e foi visitar o túmulo de Dazai. Com uma garrafa de vinho em uma das mãos e a carta na outra - a qual até o momento não havia lido - senta-se ao lado da lápide.

"Seu idiota, finalmente realizou seu sonho, não?"

Ele toma um gole do vinho. O ruivo estava em uma situação assustadora: olheiras bem marcadas, roupas amassadas e não fica sóbrio desde o incidente com o acastanhado.

Mas estava determinado a encerrar esse ciclo, e tudo que precisava fazer era ler a carta de Dazai. Respira fundo e finalmente toma coragem para começar a lê-la.

"Querido Chuuya,

Todo esse tempo evitei de pedir desculpas para você, foi uma atitude errada minha, mas agora vou te contar toda a verdade.

No momento em que Oda morreu seu último pedido foi para que eu deixasse a máfia do porto, e assim eu fiz. Sem pensar nas consequências.

Chuuya, eu juro que amo você, te amei até o último minuto de minha vida, e sou incapaz de perdoar o que fiz com você.

Eu cometi um erro e reconheço o peso dele, tanto que não fui capaz de carregá-lo comigo. Me desculpa, a minha morte não foi um jeito de fugir dos meus problemas, mas sim um jeito de te deixar em paz.

A culpa das minhas ações é somente minha Chuuya, eu imagino que a esse ponto se culpe por não ter me perdoado, você estava decepcionado comigo, e tem o direito de continuar assim.

Você terá uma longa vida pela frente Chuuya, uma eternidade sem mim. Olhará para as pessoas à sua volta esperando por alguém que o lembre de mim.

Encontrará suas noites completamente vazias pois sempre que chamar por meu nome não poderei responder mais.

Para sempre seu coração sentirá falta de mim, e sua mente deve te dar o conforto de que fez algo certo. A culpa de meus atos é só minha, não importa se você queria impedir e não conseguiu. A culpa é minha.

Agora, Chuuya, meu amor, eu amei você até o último segundo de minha vida. Te admirei em segredo até o nosso primeiro beijo, quando finalmente pude fazê-lo sem esconder meu desejo por você.

Eu amo seus olhos um de cada cor, seu cabelo ruivo, sua pele pálida, seu corpo... Chuuya, eu amo você. Amo tanto que jamais fui capaz de esquecê-lo, de superá-lo. Você trouxe algo para meus dias que eu nunca pude conviver com a ideia de ter perdido.

Todo esse tempo sonhei com a ideia de tê-lo de volta, mas você merece alguém que te deixe feliz, alguém que nunca te abandone, alguém que saiba demonstrar que o ama. E eu nunca fui essa pessoa.

Me desculpe se essa despedida não foi suficiente, escrevi isso poucas horas antes de acabar com minha vida. Mas saiba que o tempo todo estive pensando em você.

Assinado: O talvez amor da sua vida, e também o idiota que acabou com ela."

O ruivo estava chorando, Dazai estava certo, a culpa daquilo era toda dele, não sua.

Quando as lágrimas cessam decide virar a folha em busca de algo mais. E encontra um pedido.

"P.S. Poderia dizer ao Atsushi para sempre acreditar em si mesmo? Desculpe a informalidade, mas a minha decisão não afetou somente você."

Como sempre, Dazai não consegue fazer as coisas direito, Chuuya não ficou bravo, apenas sorri e pensa o quão a cara do acastanhado era fazer algo do tipo.

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Uma batida na porta. O ruivo foi atrás do endereço de Atsushi, precisou ir na casa dele, pois soube que o mesmo se recusava a voltar a trabalhar. Após alguns minutos a porta se abre, revelando o garoto tigre.

Não é como se Chuuya já tivesse reparado na aparência dele, mas Atsushi estava claramente abalado e em estado decadente. Os olhos inchados de tanto chorar, o cabelo bagunçado e claramente não toma banho a bastante tempo.

O ruivo poderia estar julgado, mas não o faz, sabe exatamente como é estar naquela situação.
Até ontem estava do mesmo jeito, completamente largado enquanto lia a carta de Dazai. Mas hoje foi diferente.

"O que... o que você está fazendo aqui...?"

A voz de Atsushi falhava, mas ainda era audível.

"Desculpe incomodá-lo, só estou realizando um pedido."

"...Um... pedido, de quem?"

O ruivo respira fundo e tira a carta do bolso.

"Do Dazai. Ele pediu para que você sempre acredite em si mesmo."

Os olhos do garoto tigre se enchem de lágrimas.

"O- obrigado... eu acho.."

Atsushi delicadamente fecha a porta e Chuuya vai embora, fez tudo o que precisava. Pega em seu bolso um isqueiro e um cigarro. Após acendê-lo usa as chamas para queimar a carta de Dazai.

Finalmente seguiria em frente. Sem o rapaz que estragou sua vida. Sem o rapaz que amou.

Mas estava determinado a fazer aquilo funcionar.

Dear ChuuyaOnde histórias criam vida. Descubra agora