| capítulo 03

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Tenham uma boa leitura! 💞

π

Encaro o prato de comida à minha frente, sem vontade alguma de comê-lo. O que é uma droga, porque estou com fome. Mas a comida não entra. E isso acontece sempre que eu penso naquela noite. Às vezes não consigo nem dormir, pois aquelas mãos sujas tocando o meu corpo são a única coisa que consigo pensar.

E isso está me matando.

Juro que se soubesse quem foi o desgraçado que fez isso ele já estaria a sete palmos há muito tempo.

Eu o teria matado.

Mas a lembrança de ter deixado uma marca permanente nele igual ele fez comigo me deixa menos enojada.

Desbloqueio o celular e procuro o contato do Aaron. Preciso da companhia do meu amigo.

Sinto que se eu ficar sozinha mais um pouquinho nesse apartamento, posso acabar ficando maluca.

O pior é que são onze da noite. Onze da noite de uma sexta-feira.

Ou seja, tenho oitenta por cento de certeza de que ele pode não estar em casa.

Mas eu confio nos dez restantes.

— Alô? Kelsey?

Assim que ele atende, logo percebo duas coisas. Primeira: sua voz está vacilante e meio... bêbada. Segunda: música ao fundo. Penso se ele está se embebedando, ouvindo Taylor Swift e sofrendo por alguém que eu não faça à menor idéia.

— Oi, sou eu. Eu acordei você?

É uma pergunta idiota, eu sei. Pois não parece que ele tenha acabado de acordar.

— Quê? Não, não, não.

Estranho os tantos "Nãos" que ele diz, por isso pergunto:

— Você está bêbado?

— Um pouco.

Sendo bem franca, conheço o Aaron tempo suficiente para saber que o "pouco" dele se resume a uma tonelada.

Ou seja, ele está bêbado caindo pelas paredes.

— Você está na sua casa, pelo menos? Ou preciso ir te buscar em algum lugar? — O questiono.

A linha fica muda por quase um minuto. E eu tiro o celular da orelha para ver se a ligação não caiu.

Não caiu. E uma onda de preocupação logo me atinge.

— Aaron, você me ouviu?

— Ouvi — Responde.

Solto um suspiro de alívio.

— Que bom.

— Mas não sei se vai dar.

— Dar o quê? — Frazo o cenho.

— Pra eu ir aí.

Ele está mais bêbado do que achei ser possível.

— Mas eu não pedi pra você vir aqui.

— Não?

— Bem, eu ia. Mas você precisa mais de mim do que o contrário.

— Ah.

— Bom, já que você não pode vir aqui por motivos óbvios. Eu vou até ai.

Me levanto do sofá e vou em direção ao meu quarto.

— Hum... Kelsey? — Noto um pouco de hesitação em sua voz. Até posso imaginar que ele acabou de coçar a nuca.

— Fala.

— Não estou em casa.

Paro de revirar o guarda-roupa e olho pra tela do celular, como se pudesse vê-lo.

— E aonde você está?

— Na casa do Raven.

:)

Pago ao motorista do Uber assim que ele para em frente à casa do Raven.

Saio do carro depois de murmurar um "obrigada por aceitar minha corrida às onze e meia da noite."

Pois é, dez minutos foi de pura insistência para ele aceitar minha corrida, e vinte até aqui.

Fico totalmente embasbacada com a estrutura da casa. É enorme. E linda... e eu deveria deixar esses pensamentos de lado — Mesmo sendo estudante de arquitetura e ficar babando por tudo em relação à decoração e casas bonitas. — porque meu objetivo aqui não é ficar impressionada com a casa do Raven babaca Cameron.

E sim levar o Aaron pra casa.

Vou em direção a entrada pelo caminho feito de pedrinhas — Mais uma coisa pela qual caí de amores. — Eu nem precisei abrir a porta, porque alguém abriu e saiu correndo por ela para vomitar nos arbustos.

Faço uma careta e adentro no lugar.

Caos. É a única coisa que vejo. E  bastante gente bêbada também.

De início não sabia nem por onde começar a procurar. Fui na cozinha, e tentei todas as portas que achei ser um quarto.

Mais foi totalmente inútil, porque  as mesmas estavam trancadas. Só não me atrevi a checar nos banheiros, não preciso ter trauma de ver gente pelada.

Mas a pergunta é, aonde o Aaron foi se meter?

:)

Querem saber onde ele foi se meter?

Em casa. É isso mesmo, em casa.

Debaixo das cobertas quentinhas. 

Enquanto eu o procurava feito idiota, ele estava sendo guiado para a terra dos sonhos.

Soube disso uns milênios depois. Quando recebi a seguinte mensagem:

Oi, Kelsey.
Sou Jasper, amigo do Raven e do Aaron. O dito cujo já está em casa, não se preocupe.

Não estou mais preocupada com ele. Estou preocupada em como que vou voltar pra casa. Se os trezentos Uber que pedi cancelaram.

Ninguém quer dirigir por aí com uma desconhecida às 00:45.

Pois é. Procurei e esperei por uma luz no fim do túnel esse tempo todo também.

Um carro para na minha frente e talvez a minha carona esteja mais perto do que qualquer outra coisa.

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Não esqueçe de me contar o que achou do capítulo. Vou adorar saber! 😉

JUST PRETEND: A Namorada falsa do jogador de Hóquei Onde histórias criam vida. Descubra agora