Scarlett Roy
Estou saindo para o meu turno na livraria perto de casa quando meu celular começa a tocar. Pelo horário e toque só pode ser uma pessoa: Patricia Roy, vulgo minha mãe, vulgo ser humano que estava muito feliz por sua filha finalmente desencalhar.
Solto um gemido frustrado e atendo enquanto caminho pela rua.
– Oi, mãe.
– Bom dia, Lett! Como vai minha filha preferida? – Seu tom animado.
– Eu sou sua única filha, mãe. – respondo sem paciência.
– Por isso é a minha favorita – ela brinca, mas logo depois volta ao modo mãe ao perceber meu tom. – E que jeito é esse de falar? Acordou com o pé esquerdo?
– Desculpa, só não estou num bom dia.
Para não dizer semana.
– O que aconteceu? Faculdade, trabalho?
– Não é nada disso.
– Problemas no paraíso, então? – Diz zombeira. – Filha, isso é a coisa mais normal do mundo, ainda mais no começo onde tudo é novo. São flores e arco-íris, mas descobertas e medos.
Fico quieta, pois meu olhos começam a lagrimar. Droga já passei do ponto de chorar com tudo isso, mas sempre me torno um bebezão quando falo com meus pais. Fungo um pouco alto tentando controlar, mas isso chama a atenção dela.
– Scarlett? O que aconteceu? 'Tô escutando você fungar.
Respiro fundo me recompondo e respondo o mais firme possível:
– Ele apareceu com outra garota enquanto eu esperava ele.
– O que?! – Ela grita, fazendo eu me afastar do celular.
– Isso que você ouviu.
Viro a esquina, chegando na rua da livraria e dando graças a deus que vou ter a chance de desligar. Pior do que falar sobre esse fato é ter que falar isso com meus pais.
– Te contei sobre a surpresa que planejava. No final quem recebeu uma surpresa foi eu, descobrindo que já era corna no começo do relacionamento – respondo amarga.
– Minha nossa... Eu não sei o que dizer, imagino que sinto muito não seja muito adequado.
– Não mesmo. Mas não quero falar sobre isso, não agora pelo menos.
– Quer contar para o seu pai ou prefere que eu conte? Ou também não quer contar por agora?
– Conta para ele depois, por favor – peço. – O senhor Carlos vai querer vir para cá no mesmo momento e matar Jack.
– Vai mesmo, você conhece o pai que tem. Ele pode ser rígido mas ninguém mexe com a filha dele.
Damos uma risada leve juntas, mas logo passa. Chego em frente da livraria e agradeço por poder entrar num lugar que amo e fugir de todo o resto.
– Cheguei no trabalho, a gente se fala depois. Beijo, mãe.
– Beijo, minha vida. Te amo.
– Também te amo.
Desligo e entro para o melhor lugar possível, calmo e cheio de histórias.
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Estou com meus fones de ouvido escutando It'll Be Okay, arrumando a estante de romances, quando sinto alguém me cutucar. Dou um pulo e viro, me deparando com olhos claros focados em mim.
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Acordo sincero
RomanceSendo bem sincera eu não vou escrever uma sinopse aqui, até porque ela nunca foi feita e esse livro está a 3 anos sendo escrito e eu não devo ter passado de 20%. Posso apenas dizer que o intuito dele é um romance new adult com fake dating. "Ah, ent...