A Batalha Final

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As abelhas e formigas mal podiam dizer por quanto tempo estiveram sob o domínio de Atlanta junto à Colmeia Central, pois a escuridão era tamanha que aparentava ser a noite mais escura; sem lua e sem estrelas. Mas apesar de não saberem, elas ficaram ali por três dias, pois as aranhas entravam nas colmeias, contavam suas riquezas e estoques de mel; assim como o povo que fora feito prisioneiro.

Atlanta jogou a rainha Yelena em uma prisão, assim como seus generais e os generais de Julia. Tentava obter a localização de todas as entradas para o reino das formigas, mas Yelena não queria lhe dizer nada.

— Quantas vezes tenho que dizer? Não deixarei que faça mal ao meu povo - disse Yelena ao terceiro dia.

— Devo lhe dizer, Yelena - Atlanta começou - Estou cansada de sua teimosia. Não é mais a rainha das formigas. Eu sou a rainha de todos os povos da Floresta de Gaia, e sendo as formigas meus súditos, nada de mal acontecerá a elas contanto que sigam minhas regras. Não tenho mais paciência para argumentar com você. Mostre para mim onde ficam as entradas, ou começarei a matar as formigas que tenho em minha posse, uma por uma, até que não reste nenhuma.

— Não pode fazer isso! - Yelena estava chocada - Elas se renderam!

— Posso fazer o que eu quiser. Sou a rainha. E então, vai cooperar?

Mesmo a contragosto, Yelena cedeu às exigências de Atlanta, concordando em levá-la às entradas contanto que houvesse um pouco de luz para que pudesse ver.

Quando saiam das masmorras para fora da colmeia, algo chamou a atenção de Yelena, mas não apenas dela, pois tanto as aranhas, formigas e abelhas olhavam para a mesma direção. Muito longe ao leste havia uma luz, mas ninguém sabia dizer o que era. Conforme olhavam para ela, a luz começou a crescer de tamanho, como se uma grande bola de fogo se aproximasse.

Atlanta deixou Yelena com os guardas e foi até Jornala, a sua mão direita tanto nos conselhos quanto na batalha.

— O que é aquilo? - Atlanta perguntou.

— Não sabemos. Tochas?

— Eles pensam que podem lutar e ainda se preocupar com tochas? - Atlanta riu alto - Derrotamos todos que enfrentamos, esses serão ainda mais fácil independente de quem forem.

A grande massa de luz se dividiu conforme chegava mais perto, e cada vez mais ficava evidente que eram vários. Quando estavam bem próximos, o coração de Atlanta deu um salto, pois pôde ver que eram milhares de luzes voando em sua direção, e junto a elas havia mais milhares de combatentes; joaninhas, grilos e borboletas; abelhas, formigas e cupins montados em besouros; todos eles vinham sob a luz o que ela finalmente entendeu ser os vagus que por anos dominara, mas agora, iluminados.

Heitor levara seu pequeno exército, contornando a floresta por onde o domínio de Atlanta não estava em vigor. Depois atravessaram a escuridão, derrotando as poucas aranhas que faziam a vigia e chegaram a Velescuro. Quando os vagus que ali moravam viram a luz que emanava de seu verdadeiro rei, ficaram maravilhados e em seus corações e mentes havia uma única canção.

"Aí está aquele que devemos seguir".

E com tal convicção, eles também se acenderam e deixaram de ser os vagus, tornando-se vagalumes.

Agora vinham aos milhares, não apenas soldados, mas todos os homens capazes de lutar, e conforme avançavam para o oeste, mais insetos se uniam sob sua luz e à batalha.

— Preparem-se - Atlanta gritou enquanto pulava para as costas de seu corvo quando a luz que vinha dos vagalumes já era suficiente para iluminar a Colmeia Central e tornava possível ver a quantidade de inimigos.

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