𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 ①③: "Um semideus nunca se acostuma com a morte."

64 7 14
                                    

Serena nunca fora chamada para uma "conversa séria" antes.

Claro que, seus padrinhos não passaram uma lista com passo a passo de como enfrentar uma séria conversa.

Serena só podia sentir medo.

Medo da profecia, medo do futuro, medo dela mesma.

Enquanto andavam em direção à casa-grande, Serena e Percy andavam quietos, pensativos.

Ambos pensando no perigo provavelmente, ou até a morte.

— Mais uma profecia...os deuses podiam ser advinha, o que acha? — Percy perguntou para descontrair.

Serena riu um pouco.

— Isso pode ter haver com minha chegada no acampamento, não pode? — a garota perguntou a Quíron, paranoica.

— Irei responder todas as suas dúvidas aqui dentro, crianças — disse o centauro.

Serena e Percy entraram juntos e a garota nunca tinha entrado naquela casa, só via ela por fora, o que achava a arquitetura bem bonita por sinal.

Quíron trotou para a cadeira de rodas vazia na varanda. Ele se desfez da sua
aljava e arco e recuou-se na cadeira, que abriu como uma caixa de mágica. Quíron cuidadosamente abaixou-se nela com suas pernas traseiras e começou a se apertar num espaço que devia ser muito pequeno. A metade de baixo do centauro desaparecia e a cadeira ajustou-se, fazendo aparecer um conjunto de pernas humanas falsas cobertas por um cober-tor, de tal forma que Quíron parecia ser um mortal normal numa cadeira de rodas.

Serena ficou um tempo observando e até esqueceu do que estava fazendo ali, mas Percy a levou até o escritório junto com Quíron.

— Como o senhor colocou seus...ah, não importa! — Serena perguntou enquanto olhava os quadros e a decoração exótica.

— A decoração foi toda feita pelo senhor D — contou Percy — Isso explica os...

— As videiras, os sofás de couro, os fliperamas e essas máscaras de teatro grego?! Na minha opinião, Dionísio tem um bom gosto! — Serena disse sorridente, até esquecendo que havia uma profecia para decifrar.

Quando chegaram no escritório, Percy fechou a porta e se sentou ao lado de Serena.

Quíron levou sua cadeira de rodas automática atrás da mesa do escritório e olhou para os dois, piscando até duas vezes.

— Vocês deviam se ver lado a lado, pelos deuses, eu nunca vi dois semideuses tão parecidos...se não fossem de mães diferentes, eu suponho que seriam gêmeos.

Percy franziu o cenho e logo Serena interviu.

— Não tem como, Percy. Até para os deuses isso seria impossível — ela deu uma risadinha.

— Ah, eu não duvidaria...já que nascemos no mesmo dia.

— Vocês nasceram no mesmo dia?! — perguntou Quíron desesperado — Isso é...fascinante — ele disse baixo.

— E bem estranho — comentou Percy — agora terei que comprar presente no dia do meu aniversário.

Nosso aniversário! — corrigiu Serena.

Quíron coçou a garganta antes de dizer.

— Bom, sem mais delongas, devemos ir direto ao ponto. Eu tenho minhas suposições para esse inverno repentino e elas não são boas.

Percy bufou.

— Claro que não são boas...profecia, vento, missões, deuses loucos...acho que já vi esse filme antes.

𝐉𝐔𝐒𝐓 𝐋𝐈𝐊𝐄 𝐅𝐈𝐑𝐄 • 𝗟𝗲𝗼 𝗩𝗮𝗹𝗱𝗲𝘇Onde histórias criam vida. Descubra agora