1- autoavaliação

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É um erro dizer que o tempo tem sua própria conexão, na verdade, eu acho que o tempo não tem noção nem de sentido, nem de espaço, imagine alguma conexão. Se eu pudesse o definir, eu nem tentaria, porquê eu sei que é algo superior a qualquer pensamento que minha mente consegue imaginar. O tempo simplesmente constantemente existe e não pede permissão para acontecer, e é assim que a vida se desenvolve.
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Flashback 2007

                      Flashback 2007

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Aron: eu vou te amar pra sempre.
Freen: como você sabe ?
Aron: meus pais me disseram.
Freen: os meus também, e hoje nem se falam.
Aron: você me ama ?- falou beijando o rosto de freen
Freen: eu não sei...
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Até hoje eu não sei. Não sobre amar Aron, esse eu sei que nunca amei MESMO. Mas me refiro a qualquer pessoa que passou pela minha vida até os dias atuais. Eu nunca senti o que chamam de amor, apenas desfrutei de vários tipos de sentimentos ao longo do tempo. Quando começo a pensar nas pessoas que tiveram alguma influência sobre mim, Aron é um dos primeiros, nossas famílias vivia dizendo que íamos nos casarmos, e pelo que lembro, antes dele se corromper e virar um lixo total de pessoa, eu acho que fui mesmo o 1 amor dele. Vivíamos de mãos dadas, brincando, tudo era muito puro e inocente, até claro, chegar outras pessoas, outros pensamentos, sentimentos... enfim, o fim da inocência e o começo pela busca dos impulsos. Óbvio que isso floresceu primeiro nele, eu sequer conseguia entender como o garoto doce que eu conheci um dia, se tornou um ser tão perverso quanto o que ele é até hoje. Lembrar da existência dele, inclusive, não é só uma das primeiras ânsias de vômito que eu sinto, mas uma das mais irritantes. Hoje eu daria muita aleluia se ele simplesmente sumisse da minha memória de vez, não porquê me afeta, mas porquê incomoda saber que meu primeiro laço se tornou um nó tão desprezível.
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Dias atuais

É de manhã, 5,52 pra ser mais exata. E lá está o sol nascendo- suspiro ao dizer " de novo..."
Parece que todo dia ele surge com a mesma força, não necessariamente a mesma intensidade, mas sempre a mesma precisão pra levantar. - invejo sua força de vontade.- falo enquanto tomo um copo de água observando o céu claro pela janela do apartamento em que moro.
Hoje é sábado, minha mãe muito provável não irá trabalhar, e eu, eu não faço muito coisa- literalmente nada- a não ser viver trancada no quarto como se ainda fosse adolescente. - engraçado que quando eu era adolescente eu trabalhava, estudava, tinha uma VIDA social muito mais animada que a existência que eu tenho hoje.- falo pra mim mesmo pensando alto.

Bom, eu gostaria de dizer que hoje irá ser um dia diferente, que algo novo irá acontecer, mas infelizmente eu não movo um dedo pra que isso aconteça. Me falta energia, vontade, autoestima, tudo me falta, nada me preenche. Então hoje será outro dia que irei novamente ficar no meu quarto, tomar meu xanax e esperar dormir pra acordar no outro dia de novo e de novo e de novo... Como vem sendo há anos.

Seria mentira dizer que há um motivo exato pra todo esse desânimo, na verdade quando penso no total de tudo, é só desânimo mesmo. No seu total e puro valor. Pra se viver, pelo menos uma vida digna de sentido, existe dois jeitos:
1 e mais comum, quando a vida te chuta pra frente e você realmente não têm mais o que fazer a não ser reagir. São aquelas situações onde coisas extremas acontecem e geralmente são extremamente ruins mesmos e você só tem a opção de dá um passo à frente ou dois pra trás. Essa é a possibilidade mais comum recorrente com as pessoas.
2 jeito, quando pela sorte divina você nasce com uma cabeça abençoada o suficiente de boa sanidade mental e programa aos poucos um futuro regido de coisas quais você deseja e segue desejando até conseguir. Isso inclui um emprego dos sonhos, viagem, carreira, status social, etc, etc, etc...

Se parar pra pensar bem, esses são os motivos que move a vida das pessoas, ou a vida as empurra, ou as pessoas empurra a vida até onde elas querem.
Meu caso é um pouco mais complexo, eu tenho 22 anos e moro com minha mãe, aos 17/18 anos comecei a ter problemas com vícios, com xanax por conta da minha enorme dificuldade pra relaxar e dormir, junto com minha crise de ansiedade e também comecei a ter problemas com álcool, que na verdade é a única fonte de prazer e sentido que eu tenho desde essa época. Com uns 19/20 anos infelizmente eu também peguei o hábito de fumar por justamente não ter mais nada o que fazer da vida. No começo era puro modismo, coisa de adolescente abestado que achava bonito, depois essa imagem realmente me causou uma dependência.

E é assim que minha vida flui há mais de 3 anos. Claro que teve processos e processos. Inclusive muito mais intensos. Mas o incômodo dos dias atuais é justamente esse vazio que me consome. Minha vida é um repleto fatores de ondas de silêncio, resultando apenas no nada que ecoa a imensa solidão que habita meus pensamentos.

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