❪ . . . high lords ❫

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Braelyn havia aprendido a bloquear a dor depois de tantas horas de tortura. Ela ainda a sentia, mas apenas aceitava e a acolhia como bem vinda. O que tornou suas horas com Amarantha menos divertidas para a ruiva, mas não significava que não tinha os ossos quebrados com menos frequência. Braelyn começou a perceber as mudanças quando descobriu que Feyre havia vencido a segunda tarefa.

Não havia sido o suficiente para Amarantha que jogou o feérico de cabelo ruivo alaranjado na mesma cela que Braelyn. Ele tinha machucados horríveis nas costas, e tinha um olho avermelhado e um dourado metálico. Lucien das histórias de Feyre. Mas ele não falava com ela, e ela fazia menos questão de abrir a boca. Exceto quando o silencio a irritava, como em momentos como aquele.

- Por que ela te jogou aqui? Eu gostava de estar sozinha. - Ela resmungou cruzando os braços e se apoiando nas fileiras de metal que os prendia ali.

- Cale a boca, não quero falar com idiotas da Corte Noturna. - Ele rosnou para ela.

Ela arqueou as sobrancelhas para ele.

- Me desculpe vossa realeza idiota feérica, caso você não seja inteligente, eu sou tão humana quanto a Feyre. - Ela fez uma saudação debochada. A mentira havia saído com facilidade, com encantamento ou não, ela havia aprendido a ser uma boa mentirosa. Nestha havia a ensinado aquilo. - Ruivo ridículo, Feyre disse que você era menos babaca que os outros feéricos.

Lucien ofereceu a ela um olhar descrente e desconfiado, como se ele conseguisse ver atrás do encantamento, através da magia de Dawn que deixava seus olhos azuis, ou atrás da magia de Rhysand que escondia a marca que ela havia ganhado com o acordo. Ela havia aprendido a gostar as espirais tão azuis que se pareciam com preto. Elas pareciam sombras. E Braelyn havia aprendido a gostar da companhia silenciosa das sombras, as vezes achava que elas conversavam com ela em algum idioma que ela ainda não conhecia.

- Feyre falou da irmã mais velha que era protetora como o inferno. - Ele resmungou para ela. - Ela também disse que você é adotada.

Braelyn revirou os olhos e chutou poeira em Lucien que estava deitado no chão tentando dormir. Se ela tivesse medo da morte, ela teria se encolhido diante do olhar que Lucien havia dado a ela, mas ela o respondeu com um sorriso preguiçoso.

A semana que eles dividiram a cela foi daquela forma. Exceto durante as sessões de tortura que Amarantha forçava Lucien a assistir. Ela parecia se divertir mais quando Lucien chorava e implorava para que ela parasse de torturar Braelyn. Rhysand havia parado de assistir, na verdade Braelyn não o via desde que fizeram aquele acordo.

Eles haviam separado Braelyn e Lucien quando notaram que ele havia se tornado protetor com ela. Protetor o suficiente para matar um ou dois dos machos de Attor que vinham mexer com ela. E quando ela ficou sozinha na cela novamente, ela admitiu sentir falta dos xingamentos de Lucien, ou de incomodá-lo para que ele esquecesse momentaneamente de onde estavam.

Rhysand apenas apareceu dois dias depois que Lucien e Braelyn haviam sido separados. Ele esperava por aquilo, ela percebeu. Esperava ter um momento sozinho com ela.

Quando o viu, ele usava um terno impecável e limpo, mesmo que ele insistisse em tirar poeiras invisíveis de seus ombros. Apesar de manter a postura de Grão Senhor, Braelyn conseguia ver que ele havia perdido peso, e que estava mais pálido do que da última vez que ela o viu.

Ele tirou a Reveladora da Verdade do terno. Braelyn não demonstrou nada. Ela estava encostada na parede enquanto estava sentada no chão, os braços apoiados nas pernas enquanto o avaliava e esperava que ele falasse primeiro.

- Como tem a adaga do meu mestre espião?

- Azriel me emprestou. - Ela foi sincera. Rhysand deu a ela um olhar cético. - Cassian disse para eu devolver quando essa merda acabar.

𝐀 𝐂𝐎𝐔𝐑𝐓 𝐎𝐅 𝐅𝐀𝐓𝐄 𝐀𝐍𝐃 𝐒𝐇𝐀𝐃𝐎𝐖 : acotarOnde histórias criam vida. Descubra agora