Um pouco de paz

Você tem um Ai(ferimento)

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Jiang Cheng acorda em sua própria cama em sua própria seita - sufocando e encharcado de água.

Ele engasga na consciência, tendo dormido como um morto após o dia que teve, e tosse em um ataque enquanto sua garganta e pulmões rejeitam o ataque repentino. Uma vez que ele está respirando (embora, como um cachorro velho), ele olha para os dois meninos ao lado de sua cama. Jin Ling está segurando um cantil que cospe pequenas gotas que não conseguiram bloquear suas vias aéreas e Lan Yuan está segurando um monte de bandagens desfeitas.

" O que você pensa que está fazendo ?" Ele sibila, passando a mão pelo rosto e fazendo com que a água escorra pelo pescoço. Ele balança as pernas para o lado e estremece quando a cama chacoalha. A porra toda vai ter que ser deixada para secar.

"Você tem um ai", Jin Ling diz a ele com naturalidade.

"Você está certo", ele morde, ficando de pé e se arrastando atrás de uma tela para se trocar. Ele deixa um rastro atrás de si como se uma nuvem de chuva tivesse passado por cima de sua cabeça. "Tentar afogar seu tio vai deixar um ai."

"Foi um acidente", chama Lan Yuan, parecendo terrivelmente envergonhado. "Estávamos tentando limpar o ferimento antes de colocar curativos, mas o cantil era muito pesado."

Jiang Cheng abafa um gemido nas mangas encharcadas, depois tira o tecido de sua pele para substituí-lo por vestes mais limpas, frescas e secas . Então ele sai de trás da tela e cruza os braços sobre o peito, encarando os sobrinhos com o máximo de irritação que conseguiu.

"Não estou ferido."

"Mas os ai no seu pescoço!" Jin Ling exclama com um pequeno salto. "A-Yuan diz que eles devem ter vindo da caçada noturna."

Jiang Cheng congela. Ele aperta os braços com tanta força que os nós dos dedos começam a ficar brancos. Ele se vira em direção a um espelho e puxa para baixo a gola de seu roupão. Faixas de cores que vão do amarelo pálido ao roxo escuro decoram sua garganta e gola, descendo pelo decote. Eles só se tornam mais proeminentes quando seu rosto fica vermelho.

"São apenas hematomas", ele tosse, puxando a gola do roupão de volta no lugar. Felizmente, todos os visíveis foram mantidos baixos o suficiente para serem escondidos por roupas de dia - mas com roupas de dormir, eles teriam sido horrivelmente expostos.

Não é de admirar que os meninos pensassem que ele estava ferido. Parecia que um leopardo havia pisado em sua garganta.

"Estou fazendo vocês dois estudarem com Lan Qiaolian se vocês acham que podem consertar hematomas com água," ele bufa. Então, ele tropeça um pouco em sua marcha em direção ao baú onde guarda as roupas de Jin Ling. Se ele fizer isso, ela vai perguntar de onde vieram os hematomas - e ela definitivamente não é ingênua o suficiente para pensar que eles vieram de uma caçada noturna.

Ele puxa as vestes de Jin do peito e aperta a mandíbula. Então, ele os joga de volta no baú e deixa a tampa fechar com um baque alto.

"Vamos", ele diz aos sobrinhos, ainda se contorcendo nervosamente com as mãos cheias de bandagens e um cantil. "Vamos encontrar algo para você vestir."

Com o número de jovens discípulos que Yunmeng Jiang hospedou, não faltam mantos juvenis. Ele leva seus sobrinhos ao guarda-roupa de sua seita e encontra roupas que lhes caibam bem. Depois disso, ele os leva ao pavilhão flutuante e eles tomam café da manhã sob a vigilância cuidadosa de Liu An.

A refeição deles é silenciosa, embora não precise ser. Lan Yuan é, por natureza, quieto, além dos princípios de sua seita proibindo conversas durante as refeições. Jin Ling parece reconhecer a necessidade de um pouco de decoro, e Jiang Cheng não tem nada que queira dizer em voz alta.