BURN | billie eilish (G!P)

Party 2/2

A música tocava alta e a parte de apresentações e negociações já havia terminado. Eu me mantinha no meu martini, encostada em uma parede e observando a alta classe do tráfico se humilhando por causa do álcool na pista de dança. É incrível que nem pessoas ricas e poderosas estão imunes de perder a dignidade pro álcool.

Vi Louis passar na minha frente, rodando sua blusa com as mãos pro alto com um homem em sua frente levando tapas constantes na bunda e desejei por um momento ter meu celular comigo pra gravar a cena. Harry ia zoar ele pro resto da vida. Isso em outras situações, claro. Na atual, provavelmente mesmo com esse mico, ele estaria morto.

Harry. Meu lesado e desprezível irmão, que me fazia tanta falta. Fico me perguntando se de alguma forma ele desconfiou do Zayn, o que eu duvido, já que eram como unha e carne. Não posso julgar, nem mesmo eu desconfiei, é surpresa: eu sou o lado inteligente da família. Harry obviamente não faz parte desse lado.

Meus olhos continuavam avaliando as humilhações do local, até pararem nela. Na desgraçada da Billie. Me humilhou, me usou, me sequestrou, mas continua a mulher mais atraente que eu já tive o (des)prazer de conhecer.

Ela prestava atenção em duas mulheres que rebolavam e se esfregavam na sua frente, mas por uma fração de segundos, seus olhos desviaram das bundas em sua frente e pararam em mim.

Seria o efeito do álcool ou atração reprimida? Eu não sei. Mas eu com toda certeza do mundo daria pra ela a noite inteirinha se pudesse.

Eu sorri de lado e mordi o canudo do meu drink, tomando o resto do conteúdo e percebendo que ele acabou. Encarei mais uma vez a maldita Eilish e não tirei por um segundo meu sorriso malicioso do rosto, me desencostando da parede e me direcionando até o bar pra repor meu álcool. Nada melhor do que ficar um pouco mais alterada pra suportar esse caos instaurado.

Assim que cheguei no bar, o homem me encarou e eu apenas apontei pro meu drink, pegando o palito com a azeitona espetada e comendo em seguida, observando o homem preparar mais um martini pra mim, até sentir um quadril se encaixando perfeitamente atrás de mim.

O cheiro é inconfundível e eu sabia quem era. Senti sua respiração bater contra meu pescoço e meus pelos se arrepiaram por completo. Eu facilmente pularia nela agora, mas vou fazê-la sofrer. Afinal, eu sou uma pessoa muito superficial e ela nunca se envolveria comigo.

Se engana quem pensa que eu esqueço as coisas fácil.

- Tá gostando da noite, Claire? - sua voz rouca ressoou no meu ouvido como um sussurro. E eu ouvi perfeitamente cada palavra apesar do caos atrás de mim.

- Sim, é ótimo ver vários assassinos perdendo a dignidade pro álcool de uma vez. - murmurei dando de ombros e pegando meu martini, enquanto agradecia com um meio sorriso pro homem. Me virei abruptamente e ela levou um susto quando nossos rostos ficaram próximos - E você, capo? Tá aproveitando sua festinha? - perguntei cínica enquanto bebia um gole do meu drink.

- Com certeza, a noite está ótima - ela sorriu e se inclinou na minha direção, apoiando seu braço no balcão atrás de mim - Mas poderia estar melhor.

- Ah é? - sorri de lado e levantei meus olhos, focando nos seus - Pode me dizer como?

- Posso te mostrar - murmurou com malícia e eu sorri.

- Desculpe, pensei que você não se envolvia com pessoas superficiais como eu - a encarei cinicamente novamente e ela arqueou uma sobrancelha.

- Nada que o álcool não resolva - deu de ombros, arrumando sua postura.

Eu precisei engolir minha indignação ali. Com certeza. Ela literalmente falou que só se envolveria comigo bêbada. E foi aí que uma ideia surgiu na minha cabeça. Me inclinei pra frente e afastei seu cabelo de seu pescoço, deixando uma mordida ali e me direcionei ao seu ouvido.