A garota do Grid.

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Estou usando um conjuntinho branco composto por uma saia, um pouco curta, com detalhes em dourado e uma costura delicada que se sobressai no tecido. Já a blusa é um blazer-cropped com apenas um detalhe: um botão na extremidade direita da blusa. Eu me sinto linda e elegante. Meu cabelo está solto e escovado, estou usando um salto alto branco com preto e, uma bolsinha bem pequena que cabe apenas meu celular e meus cartões.

Chegamos na boate, aparentemente era privada, apenas nós estávamos do lado de fora, sem muito movimento, e havia fãs e repórteres com paparazzis na frente. Aparentemente era um evento anunciado ou vazado para a mídia, mas nessas últimas 12 horas não tive tempo de entrar em redes sociais, então não estava sabendo de nada.

Desço do carro juntamente de Lando, Charles e Lewis, e em um piscar de olhos vários e vários flashes vem em nossa direção. Charles se aproxima de mim com seu casaco pendurado em seu braço e me tampa de toda aquela exposição, enquanto me diz, baixo:

-Não sei se gostaria de ser exposta assim, se quiser que eu pare, eu paro tudo bem? -Apenas concordo com a cabeça e sigo andando com ele até entrarmos dentro do salão de festas.

Lá dentro se encontrava toda a equipe. Os engenheiros, chefes de equipe, até mesmo alguns repórteres.

-Obrigada, Charles. -Digo a ele.

-Ayla, vem cá, vou te apresentar ao Toto. -Lewis me chama.

-Toto, Ayla. Ayla, Toto. -Lewis nos apresenta. Não que eu não soubesse quem é Toto Wolff, mas, ele com certeza não sabia quem era a Ayla.

-Prazer Ayla. Você é a repórter de hoje mais cedo, certo? -Toto me cumprimenta com um aperto de mãos enquanto na outra mão segura uma taça com algum drink dentro.

-Prazer Toto. Sim, sou sim. -Sorrio gentilmente.

-Trabalha como repórter a quanto tempo? -Toto pergunta.

-Na verdade, não trabalho como repórter. Nunca fui repórter e nem ao menos pensei em fazer faculdade de jornalismo. Foi minha primeira vez. Na verdade faço uns trabalhos como modelo local da cidade onde eu moro, e ser modelo internacional vem se tornado um grande sonho a cada dia que passa.

-Uau. Fico impressionado. Até onde sei, você não teve um roteiro quando foi entrevista-los, certo?

-Certíssimo. Foi o motivo do meu colapso mental na hora. -Levo a taça de vinho em minha mão na direção da minha boca.

-Ayla?! -Ouço Yuki me chamar.

-Oii! -Aceno.

-Vamos tirar um foto. -Yuki fala.

-Vamos!

Yuki tira uma selfie nossa e posta no story com a legenda "Aylinha! Minha nova amiga. 😄🏁❤️"

Sento em um banco estofado que tem ao canto da boate, logo Charles vem em minha direção e senta ao meu lado.

-Aconteceu algo? -Ele pergunta.

Eu sorrio de canto:
-Na verdade sim, não consigo acreditar onde estou, tipo, até ontem isso iria ser tão irreal para mim. Eu não consigo raciocinar direito.

-Haha, eu imagino viu?- Ele me olha de canto, da um sorriso malandro e bebe um pouco do gin que estava dentro de sua taça.- Olha. -Charles me entrega seu celular em uma página de fofoca.

"ATENÇÃO! A garota do Grid: Quem era a garota misteriosa flagrada com os pilotos de Fórmula 1, do grid de 2023? Namorada de algum? Amiga? Irmã misteriosa de alguém? Ou delírio?..."

Não acredito no que li e vi. Eu, Ayla, aparecendo em um site de fofoca por ter sido flagrada com os garotos? Que vida maluca a minha.

-Misericórdia. -Digo em português e Charles tenta imitar.

-O que significa "mizereicordio"?

Caio na risada. Foi fofo o jeito que ele disse.

-No dicionário o significado diz referir-se a benevolência. Mas usei o termo só para expressar meu espanto mesmo.

-Relaxa, o máximo que pode acontecer são alguns fãs ficarem loucos em achar seu @ no insta.

-É, talvez.-Entro na página que postou a notícia ainda pelo celular de Charles e leio a última postagem. Ufa, ainda bem que nada relacionado a mim.

-Quer uma bebida? -Charles pergunta.

-Sim, quero. -Digo.- Você escolhe qual.

Em fim, olho para o relógio e vejo que já é meia noite. Hoje fazem 8 anos desde a morte de minha mãe. Automaticamente me sinto triste e entro em um estado onde nada parece real, porém passa rápido, pois assim que Leclerc chega saio desse estado.

-Hmm. Oque aconteceu com você loirinha? -Charles faz um carinho na minha cabeça bem rápido e senta ao meu lado.

-Como assim? Eu estou normal. -Pego a taça de sua mão e bebo seja lá oque ele tenha escolhido. Ah, vou refazer a frase: Pego a taça de sua mão e bebo o mojito que ele me trouxe.

-Nossa, vai com calma, o mojito é bom para saborear devagar, aos poucos entende? -Charles diz rindo.

-Não é nada demais, é porque deu meia noite.

Ele me olha com uma feição confusa.

-8 anos de minha mãe hoje.

-Oh, Ayla e-eu sinto muito. Quer ir pro hotel? Acredito que você não esteja no clima.

-Não, relaxa, são 8 anos, minha vida não pode parar, é que existe anos que eu acabo ficando mais cabisbaixa que o normal. -Solto um riso falso.

Charles olha em meu olho, coloca meu cabelo atrás de minha orelha e beija minha testa. Logo depois me abraça por um tempo.

-Bom, vamos dançar, certo? Nos distrair. -Charles levanta e segura minha mão, me ajudando a levantar também.

Tocava Gimme! Gimme! Gimme! da banda ABBA. Todos os pilotos dançavam no meio da pista de dança, Daniel derrama champanhe em Lando enquanto Lando dança, depois derrama em Charles e Carlos que entraram na onda. Até que Charles me puxa pro meio e me faz dançar. De repente todos pareciam ter sumido dali. Apenas eu e Charles, dançando entusiasmados no meio da pista, pulando, e fazendo passos em dupla.

The Ferrari Girl. (Leclerc fanfic) 🇧🇷Onde histórias criam vida. Descubra agora