VyH - parte 10

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Victória se esforçou o máximo que pode para levantar da cama, tinha uma consulta em poucos minutos, olhou o celular em busca de um sinal de Heriberto, mas nada dele aparecer ainda, vestiu uma roupa confortável após o banho, desceu até a cozinha, tomou um copo de suco que foi muito bem aceito por seu estômago e respirou um pouco mais aliviada. Na hora combinada com o médico, não ouve contato, achou estranho e então mandou uma mensagem.

"Vai demorar a chegar?"

Victória bateu o celular na mão na espera da mensagem e não demorou para que o médico visualizasse.

"Me desculpe, Marina passou mal ontem e acabei de chegar em casa."

"Mas ela está bem?" — A estilista perguntou de imediato.

"Agora está."

"Que bom" — não sabia mais o que perguntar.

"Eu não vou conseguir te buscar, me passa o endereço da clínica que te encontro lá." — O médico pediu.

"Não se preocupe, cuida da Marina, eu te conto tudo depois." — Victória mordeu o lábio já se encaminhando para seu carro.

"Victória, não me faça ter que procurar em todas as clínicas que eu conheço dessa cidade."

Victória sorriu gostosamente, passou o endereço e se dirigiu para o mesmo. O caminho foi até tranquilo pelo horário, ao chegar fez a ficha, conversou com a equipe que trabalhava na clínica, não queria nenhuma de suas informações vazadas para a imprensa, pediu descrição ou sofreriam as consequências. Heriberto não demorou a chegar, cerca de vinte minutos depois da morena, a médica acabava de chamá-la e ele sorriu por conseguir chegar a tempo.

As dúvidas da estilista foram tiradas, teria que dobrar os cuidados, não era mais uma jovenzinha e a doutora Heloísa não queria surpresas ao longo dos meses. Heriberto também questionou tudo que pode mesmo já sabendo as respostas, afinal acompanhava Marina desde o primeiro mês de gestação, a primeira ultrassom só deveria ser feita dali a duas semanas. Victória estava com um brilho diferente no olhar, emocionada por ter mais um filho, não se imaginava mãe novamente, Max era o suficiente para preencher seu coração e desde o início Marcelo havia concordado, mas agora tinha uma sementinha crescendo dentro de seu ventre.

— Você quer comer alguma coisa? — Heriberto perguntou enquanto caminhavam para o carro.

— Agora estou faminta. — Ajustou os óculos escuros no rosto.

— Dispense seu motorista, eu te levo para comer algo e depois te deixo em qualquer lugar que desejar.

Victória percebeu o quanto estava abatido, cansado e o tocou no rosto.

— Você não me parece bem, não dormiu direito?

— Marina passou a noite toda em observação, não consegui dormir. — suspirou e levou sua mão para tocar a da estilista.

— Então é melhor ir para casa, ficar com ela e sua filha. — tirou a mão do seu rosto.

— Marina não quer me ver nem pintado de ouro. — se recordou da conversa dura que voltaram a ter quando a deixou em seu apartamento. — Ela terminou comigo, ontem.

Victória se surpreendeu, mordeu o lábio para não demonstrar a satisfação por saber que ele estava solteiro novamente.

Egoísta.

Não deveria estar pensando nisso quando a arquiteta esteve no hospital, mas ele era o homem por quem estava apaixonado e ser racional era complicado.

— Eu sinto muito por isso. — Não sentia, mas era o certo a se dizer.

Virada do destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora