VyH - parte 18

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O mundo de Heriberto seria completamente rosa, bonecas, xuxinha para cabelo, maquiagem e muita dúvida em qual roupa usar. O médico acariciava a barriga de Victória com adoração, meses sem pode tocar, meses de saudade intensa e agora que as tinha perto, não pensava em se afastar um segundo sequer, olhou para a estilista que dormia serenamente, não fazia muito tempo que tinham almoçado e ele sorriu apaixonado por vê-la tão tranquila.

— Filha, você não judiou da sua mãe nessa viagem né? — Heriberto estava deitado de frente para a barriga, acariciava de leve para não despertar nenhuma das duas. — Tenho certeza que não, você é uma mocinha comportada e acho que sua mãe não me esconderia se tivesse passado muito mal. — sorriu pela pequena onda que se formou, beijou em cima de seu umbigo já saltado. — Tudo bem, papai não vai mais te interrogar.

— É melhor mesmo ou terei que te expulsar da minha cama. — Victória resmungou.

Heriberto riu um pouco mais alto, arrastou o corpo até seu rosto estar de frente ao da estilista.

— Você não seria má ao ponto de mandar embora o homem louco por você. — O médico deslizou a mão entre os fios negros da estilista. — Eu senti tanto a sua falta.

Victória abriu lentamente os olhos, piscou algumas vezes sem deixar de encarar os olhos verdes em sua frente, se aproximou um pouco mais dele, acariciou suas costas nuas e os narizes se acariciaram.

— Eu também senti muito a sua falta, mas agora me deixa dormir só mais um pouquinho? — O rosto foi para a curva de seu pescoço, sentiu seu cheiro e suspirou confortavelmente.

— Amor, eu vou precisar dar uma passadinha na casa da Marina. — os dedos deslizavam pelo cabelo da estilista, a ajudando a dormir. — Pensei em fazer isso enquanto dorme.

— Eu trouxe um presente para Diana, mas não sei em qual mala foi colocada, então outro dia você leva. — beijou seu pescoço. — Não demora a voltar.

— Não vou demorar. — sorriu feliz e beijou sua testa.

Heriberto ficou ali até que sentiu o corpo de Victória pesar, levantou, vestiu suas roupas e deixou o apartamento. Heriberto não queria se afastar de Victória em tão pouco tempo de estar ao seu lado, mas tinha toda uma rotina com Diana e não podia falhar com sua menina.

¿?

Heriberto deixou o apartamento de Marina próximo das cinco da tarde, passou em sua casa, pegou algumas peças de roupa, foi ao supermercado, comprou coisa suficiente para encher a geladeira de Victória, não sabia se estaria abastecida para sua chegada, mas não se importou, foi colocando tudo que achou necessário no carrinho e só então retornou para o apartamento. Victória estava aconchegada no sofá, tinha o notebook apoiado nas pernas, movia os dedos com agilidade pelo teclado, os olhos estavam atentos ao que escrevia, os cabelos estavam úmidos pelo recente banho, usava uma camisola azul-marinho que deixava os seios bem desenhados no decote.

Victória só tirou os olhos do computador quando ouvir a porta se abrir, se assustou, não esperava ninguém, ou melhor, Heriberto deveria estar chegando, mas ainda assim seria avisada que ele estaria subindo, esperou pacientemente até que a porta se abriu um pouco mais e um médico cheio de sacola adentrou o apartamento.

— Heriberto? — Vick não precisou dizer mais nada para ele entender.

— Oi, amor. — fechou a porta com o pé. — Será que pode me dar uma ajudinha aqui?

Victória deixou o computador na mesinha de centro, levantou, caminhou até ele e pegou algumas das sacolas.

— Obrigada. — A beijou na boca. — Achei que não ia dar conta até aqui. — falava como se fosse normal chegar a casa dela cheio de sacolas, ou melhor, parecia que dividiam o apartamento por anos.

Virada do destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora