Capítulo 2: no hospital

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Rose está no seu quarto, olhando para as horas em seu relógio e andando de um lado para o outro, pois Gustavo ainda não chegou. O celular toca; é um número desconhecido, e ela atende: - Alô?

...

Rose desce as escadas apressada. Chloe, que está na sala, nota que a mãe coloca documentos em sua bolsa.

- Mãe? O que houve?

- Eu recebi uma ligação, seu irmão está no hospital.

...

No hospital, Rose está ao lado da cama onde Gustavo está deitado e vê ele abrir os olhos lentamente.

- Mãe? O que aconteceu? Onde estou? Eu vi luzes, estava tonto, não sei o que aconteceu.

- Você desmaiou na rua, pois esqueceu de tomar os remédios e quase foi atropelado. Por sorte, você foi salvo por ele. - conta Rose apontando para um garoto ruivo, vestindo uma jaqueta preta que estava no canto da sala

- Oi, me chamo Ryan, prazer! - diz o garoto, um pouco tímido mas sorridente.

- Eu agradeço por você ter me salvado. - diz Gustavo ainda um pouco confuso.

- Bem, já que você está bem, eu preciso ir. - diz Ryan se despedindo.

- Tchau. - Gustavo se despede daquele que salvou sua vida. Ele não entende o porquê mas sentiu algo familiar no garoto.

- Agora, meu filho, precisamos ir para casa. - diz Rose segurando a mão do filho.

Em um dos corredores do hospital, Rose vê Marco novamente, a quem ela tinha visto pela primeira vez em anos no supermercado. Agora, eles se encontram de novo no hospital, e ele aparenta ser um médico ou um enfermeiro. Rose lembra que esse sempre foi o sonho dele, mas era difícil para ele, pois era caro. Ele parece surpreso ao vê-la lá. Ela sai daquele corredor o mais rápido possível, e Gustavo não entende a pressa da mãe, mas mesmo assim, acompanha ela.

...

Em casa, Gustavo é recebido com um abraço de Chloe. Seus amigos, Savannah e Thiago, também estão lá.

- Maninho! Estávamos te esperando. - diz Chloe, ainda abraçando o irmão.

- Você tá bem, Gustavo? - pergunta Thiago em um tom preocupado.

- Claro! Por sorte, fui salvo por um garoto.

- Um garoto? Que garoto? - questiona Thiago.

- Eu não sei, ele se chama Ryan, deve ter me visto tonto na rua.

- Bem que a senhora poderia levar e buscar seu filho na escola, né, Dona Rose? - diz Savannah, entrando na conversa.

- É que... - Rose tenta se justificar quando ouve Lurdes chamando por ela. - Bem, Lurdes está me chamando na cozinha, com licença. - diz Rose, saindo da sala.

- Como era esse garoto, Gustavo? - pergunta Savannah, voltando ao assunto que ela mesma tinha interrompido antes.

- Ele era ruivo, um pouco mais alto que eu. Mas eu senti algo estranho, algo familiar quando vi ele.

- Isso é estranho. - comenta Chloe, sentando-se no sofá.

- Talvez você tenha visto ele antes em algum lugar na cidade. - explica Savannah.

- Esquece esse garoto, Gustavo. O importante é que você está bem. - aconselha Thiago, abraçando o amigo.

Na cozinha, Rose e Lurdes se sentam à mesa para conversar, atendendo a um pedido de Lurdes.

- Por que me chamou aqui? - pergunta Rose.

- Eu vim pedir, com um aperto no coração, para me demitir. - responde Lurdes, colocando a mão no peito para enfatizar sua dor.

- Como assim, Lurdes? Se demitir? Você trabalha aqui desde que eu comprei esta casa.

- A idade chega para todos e quando chegar para você, Dona Rose, entenderá.

...

Lurdes está na sala, agora não mais usando seu uniforme. Chloe nota que ela está indo embora.

- Já vai tão cedo, Lurdes? - questiona a garotinha.

- Eu vou, pequena Chloe. Mas amanhã eu não volto, está na hora da despedida.

- O quê? Despedida? - perguntam Chloe e Gustavo ao mesmo tempo, espantados.

- Sim, estou indo embora.

- Mas Lurdes, quem vai fazer minha vitamina de morango? Quem vai me fazer cafuné quando eu tiver pesadelos? Quem vai me ajudar a arrumar o cabelo após minha soneca da tarde? - questiona Chloe, já querendo chorar.

- Eu vou ter que contratar outra empregada, Chloe, não se preocupe. - responde Rose, entrando na sala.

- Eu não quero outra empregada! Eu quero a Lurdes! - grita Chloe, correndo até os braços de Lurdes e dando um abraço na mais velha.

- Filha, sinto muito, mas não podemos prender a Lurdes aqui.

- Adeus, princesa, preciso ir embora. - diz Lurdes, se soltando do abraço de Chloe, abrindo a porta e saindo, para não voltar mais.

Chloe abraça a mãe, permitindo que suas lágrimas caiam, deslizando por seu rosto branco e macio. Gustavo se junta ao abraço na tentativa de acalmar a irmã que já estava soluçando de tanto chorar como uma criança.

...

De madrugada, Rose acorda ao ouvir a porta de seu quarto abrir.

- Chloe? O que está fazendo acordada tão tarde? - pergunta Rose ao ver a garotinha entrando em seu quarto.

- Eu não consigo dormir, posso dormir com você?

- Claro, filha. Vem aqui. - responde Rose se afastando um pouco para dar espaço para a filha se deitar ao seu lado.

Gustavo está em seu quarto e também não consegue dormir, mas não é por causa de Lurdes. Ele está pensando sobre o menino que o salvou, tem certeza de que já ouviu o nome "Ryan" antes. Quando a lembrança correta vem à sua mente, ele percebe que já brincou com Ryan quando era criança, não apenas uma vez, mas quase todos os dias, eles se encontravam na praça da cidade em que Gustavo nasceu. Gustavo fica sem acreditar que não percebeu isso antes e perdeu a chance de falar com seu melhor amigo de infância.

 Gustavo fica sem acreditar que não percebeu isso antes e perdeu a chance de falar com seu melhor amigo de infância

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