¹⁰ o florear de uma centelha entre os escombros

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ㅤㅤA escuridão gradualmente deu lugar a alvura

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A escuridão gradualmente deu lugar a alvura. O apito ensurdecedor, e a balbúrdia que o acompanhava, deu lugar a um silêncio profundo.

Taehyung esfregou os olhos e em seguida piscou. Uma leveza quase etérea havia tomado seu corpo, como se flutuasse no espaço, embora seus pés estivessem firme sobre a infinitude branca que o cercava.

Plaft. O tapa que acertou no próprio rosto ecoou ao redor. Um ardor se espalhou por sua bochecha direita, mas o cenário diante de si permaneceu inalterado.

Taehyung estava sozinho em um lugar que não era nem um túnel, nem um quarto de hospício — se não estava louco, só poderia estar sonhando. E naquele sonho insano havia apenas um aspecto peculiar que saltava aos seus olhos no lugar em seu entorno.

Em meio a densidade branca e inquietante que o cercava, uma espécie de parede — ou seria uma película? — de vidro jateado obstruía o caminho diante de si. Olhou para trás. Nada viu além de uma extensão branca. Olhou para a direita e para a esquerda e encontrou o mesmo branco copioso. Mas, diante de si, o vidro jateado o impedia de enxergar fosse o que fosse que havia do outro lado. O reflexo disforme e grotesco de um jovem de madeixas escuras e onduladas era a única coisa que enxergava.

Ele deu um passo hesitante adiante. O branco sob seus pés era firme como um piso de concreto. Com um suspiro aliviado deixando os lábios, Taehyung caminhou até alcançar o reflexo grotesco que o encarava e ergueu a mão, perguntando-se qual seria a textura ao toque.

Estava prestes a descobrir quando uma voz familiar o advertiu desesperado:

— Não faça isso! — Sua mão parou a centímetros de tocar o vidro. — Se tocar nisso, você vai se arrepender e nós não teremos como voltar atrás.

Um vinco se formou entre as sobrancelhas de Taehyung.

— Nós?

O silêncio que o engolfou antes, voltou a cercá-lo. Estava alucinando?

Ele voltou a erguer a mão.

— Acha que estou brincando?! — Dessa vez, a voz soou irritada.

— Quem é você?

— Estamos na sua mente, quem eu poderia ser?

Taehyung deu um salto para trás quando um garoto de cabelos pretos e ondulados bem penteados, vestindo um macacão de listras verticais, surgiu ao seu lado. Seus olhos quase saíram dos orifícios ao se dar conta de quem era. O Taehyung Kim de dez anos o encarava com os braços cruzados e os lábios cerrados. Ele vestia a mesma roupa que se lembrava de escolher no dia do acidente de seus pais.

ᴍᴏɴᴀᴄʜᴏᴘsɪs ᵏᵗʰOnde histórias criam vida. Descubra agora