¹ cloreto de cobalto na zona abissal

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"Azar" era um conceito no qual Taehyung não acreditava.

Porém, naquela tarde, a voz de tia Janice ecoando em seus ouvidos através do telefone, ao mesmo tempo em que as vistas dele eram obstruídas pelo sorvete (que nem ao menos tinha seu sabor preferido, de morango), o fez pensar que se aquele momento poderia ser a representação perfeita do "azar". Perder a visão devido a um sorvete esmigalhado em sua cabeça poderia ser considerado, por muitos, uma situação azarada.

Com as vistas ardendo e a cabeça latejando, ele fechou os olhos para limpar a sujeira com as costas das mãos. Ao passo em que a tia dele perguntou se havia entendido a tarefa que precisava cumprir antes de retornar ao campus, Taehyung bateu com brusquidão em algo sólido. Ele cambaleou para trás, desorientado. Ao abrir os olhos, notou que a solida rigidez que o atingira era, na verdade, uma moça de cabelos dourados como os raios de sol, e vestido azul, como o oceano do outro lado da calçada.

Ao contrário dele, que conseguiu se equilibrar, a moça havia caído sobre uma mala grande e verde, de rodinhas.

— Você deveria olhar por onde anda com mais atenção — Taehyung disse, pegando o livro que ela havia derrubado ao cair. Era um livro que ele havia lido na infância, O Pequeno Príncipe.

Taehyung estendeu o livro para ela com uma das mãos enquanto a outra ofereceu para ajudá-la a levantar.

A moça o olhou com as sobrancelhas baixadas e os olhos cerrados. Seus olhos marrons tinham uma tonalidade lembraram Taehyung de uma de suas primeiras aulas de química, na época em que estava no colegial, pois o marrom nos olhos dela assemelhava-se a reação do cloreto de cobalto no teste de chama que fizera com Yoongi, seu único amigo.

Taehyung sabia que apenas alguém como Yoongi, evitado pelos colegas daquela época, poderia considerá-lo uma boa companhia, uma vez que ambos tinham traços de psicopatia em suas personalidades, segundo seus colegas adolescentes que deveriam ser formados em psicologia mesmo estando no ensino médio; afinal, supostamente sabiam muito sobre a mente humana.

Eles não estavam errados. Semana passada, Taehyung matou a vizinha da tia dele e enterrou o corpo sob as rosas que ela cultivava.

Brincadeira. Está não é uma história criminal, como pôde perceber no prólogo. Taehyung nunca matou ninguém. Além disso, ele é o vizinho de tia Janice. Seria impossível se matar e se enterrar no jardim de seu dormitório na CUMAC (Centro Universitário Mágico Alberyo de Chantarini), um internato universitário para jovens com aptidão para magia.

— Como é possível alguém ser tão rude com um tom de voz tão suave? — a moça questionou, trazendo a mente dele de volta ao presente ao segurar a mão dele.

ᴍᴏɴᴀᴄʜᴏᴘsɪs ᵏᵗʰOnde histórias criam vida. Descubra agora