Capítulo 6 - Sentimentos e Caos

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Se passaram alguns dias.
E em quase todos, Crowley dormia na casa de Aziraphale.
As vezes eles dormiam separados, as vezes ambos adormeciam vendo um filme ou vendo as estrelas, essas eram as melhores noites para Crowley.

Eles tomavam café juntos, seja em casa mesmo, ou na cafeteria, e depois se separavam até o almoço.
Fato era, um não aguentava ficar longe do outro.
Sempre arrumavam uma desculpa para se ver.

Enquanto isso, Nina pensava bastante. Sua cabeça estava louca, confusa.
Maggie gosta de mim? Foi a flor uma declaração de amor? Não, não deve ter sido. Mas o que mais pode ter sido? Ela não me daria essas flores por desejo de fortuna ou boa sorte...não é? Ela se quer sabe o significado da flor? E se ela me deu porque achou legal? Pensamentos assim enchiam sua mente.

- Nina, está tudo bem?

- Hum? Ah, Sr. Fel, como posso ajudar?

- Você está bem? Estive falando mas acho que você não ouviu nada.

- Desculpe, ultimamente eu ando meio ... - Ela olhou para a flor sobre o balcão, depois voltou a olha-lo - Diferente.

Aziraphale sorriu.

- Gostaria de conversar sobre isso?

- Não, tá tudo bem - Ela respirou fundo - O que vai querer?

- Os bolinhos de sempre!

- E para seu amigo Crowley?

- Ah, na verdade não vamos nos ver muito hoje, ele disse que tem umas coisas a resolver...se bem que eu posso ir surpreende-lo! Não?

- Claro. - Nina não estava prestando atenção.

- Me vê junto um expresso então.

- Ok, já venho com o pedido - Ela disse, indo preparar tudo.

Logo depois, Aziraphale pagou, pegou seu pedido e se despediu de sua amiga.

Ele entrou na floricultura de Crowley sem avisar.

- Bom dia - Crowley disse se virando para ver quem era, quando seus olhos encontraram os de Aziraphale, o ruivo ficou nervoso - A-Aziraphale?? O que ce tá fazendo aqui?! Te disse que tô ocupado hoje.

- Oh, eu...eu te trouxe um expresso, mas se quiser eu saio - Aziraphale estava cabisbaixo, Crowley nunca havia falado com ele desse jeito.

- Não! Não precisa sair - ele colocou sua mão suja de terra em sua testa, deixando uma marca na testa. - Desculpa! Eu não queria falar assim com você, é que...ce veio de surpresa! Me assustou.

Aziraphale riu de leve.

- Está tudo bem querido? Quer uma ajuda - Ele disse, se aproximando do florista.

- Não! Não chega perto - Crowley disse desesperado - Azi, pode fazer um favor pra mim?

Azi.

- Sim, claro meu bem.

- Feche os olhos, e só abra quando eu mandar, ok?

Aziraphale fez que sim com a cabeça e fechou os olhos, ele ouviu Crowley se movimentar com alguma coisa, mas não conseguia dizer o que era. Pelo ruivo estar com terra nas mãos, deve ser uma planta. Mas por que Aziraphale não podia ve-las?

- Pronto, pode abrir.

Aziraphale abriu seus olhos, tinha um caminho de terra gritando por onde Crowley havia passado, o vendedor de livros achou isso engraçado, mas não falou nada.

- Te trouxe um expresso - Ele disse entregando o copo para seu companheiro.

- Como vai a Nina? Ela já percebeu que está completamente apaixonada pela Margot? - Ele pegou o expresso e deu um grande gole.

- Maggie, querido.

- Dá no mesmo!

- Enfim, eu acho que ela está meio confusa, por enquanto, sobre o que sente, o que não sente.

- Por que confusa? Ou você gosta, ou você não gosta! Não tem essa.

- Não é tão fácil assim Crowley, nem todos entendem seus sentimentos. Alguns passam por grandes descobertas sobre si mesmos, outros já se entendem e conseguem expressar o que querem.

- Ah sei lá! Só espero que elas não deixem o que estão sentindo em silêncio por estarem com dúvida, bom, pelo menos não por tanto tempo até uma das duas tente seguir em frente e a outra acabe ficando sozinha.

Ambos ficaram em silêncio.
Crowley bebeu seu expresso.
Aziraphale se aproximou de seu companheiro sorrindo.

- Querido, você está sujo na testa.

- Limpa pra mim? - Crowley perguntou, tendo certeza que Aziraphale falaria não.

- Claro.

Isso surpreendeu o ruivo, não de um jeito ruim, muito pelo contrário, ele ficou bem feliz.
Crowley entregou um pano qualquer para Aziraphale.
O mesmo pegou o pano e com a maior delicadeza do mundo, como se Crowley fosse de vidro, Aziraphale limpou a terra na testa.
Ambos estavam próximos um do outro.
Aziraphale olhou para a boca de Crowley.
Já Crowley sentindo isso se aproximou para um -

- Oh claro! Tenho que te deixar trabalhar. Até depois Crowley - Ele disse na porta, pronto para sair, seu rosto mais vermelho do que um tomate.

- Até, Aziraphale - Crowley respondeu, tendo o surto mais gay de todos.

O QUE FOI ISSO???? EU QUASE, EU, MEU DEUS NO QUE EU TAVA PENSANDO???? ESTÁVAMOS TÃO PERTO, COMO EU PODERIA NÃO- AAAAAAW AZIRAPHALE !!! OLHA O QUE VOCÊ FEZ! AGORA COMO EU VEJO ELE E FINJO QUE NADA ACONTECEU??? COMO EU DURMO NA CASA DELE DEPOIS DESSA?? AAAAW, era um pouco do que se passava na mente de Crowley, porém por fora ele só estava paralisado, idêntico a uma estátua.

Já Aziraphale não se encontrava muito diferente.
Porém ele respirou fundo, pegou um bolinho, e comeu calmamente enquanto sua mente explodia com o tanto de sentimentos e novas descobertas.

Ambos estavam um caos.

Fim do capítulo 6.



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