➳ 𝘤𝘩𝘢𝘱𝘵𝘦𝘳 𝘧𝘰𝘶𝘳

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[✓] CAPÍTULO REVISADO: 11-12-23.


Carlos não conseguiu dizer uma única palavra. Quando estava na Ilha, ouviu algumas histórias contadas com desdém sobre algumas princesas de Auradon. Lembrava-se de quando ouviu a história da Rapunzel. Duvidou que alguém pudesse curar feridas apenas cantando uma canção estúpida. E lá estava ele, usufruindo de tal poder curativo.

Quando Florence começou a cantar a tão famosa música "brilha linda flor", seus cabelos começaram a brilhar em um dourado vivíssimo. Por não serem tão compridos, logo tal brilho alcançou a mão machucada, que estava completamente impressionado. 

Ao fim do último verso, tudo voltou ao normal. A jovem desenrolou a mecha loura da mão de Carlos, que agora estava curada do antigo ferimento.

— Como se sente? — Ela perguntou após algum tempo em silêncio.

— Eu... — Carlos começou, porém não existiam palavras para explicar o quão fascinado estava. Olhava sem parar para a própria mão, quase como se não acreditasse que isso fosse realmente possível. — Isso é incrível.

— Obrigada. — A garota sorriu timidamente. — É... Quando sairmos daqui, promete que não contará nada para seus amigos sobre isso? Trás lembranças ruins de um passado não tão distante...

— Oh, claro. Sem problemas. — O rapaz assentiu. — Valeu por isso...

— De nada, fico feliz por poder ajudar. — Dito isso, Florence levantou-se do chão. Notou que as coisas do lado de fora haviam novamente mergulhado em um silêncio profundo. — Acho que já podemos ir embora, parece estar tudo calmo lá fora.

De Vil concordou. Ambos se esquivaram pelos corredores até alcançarem o lado de fora do museu. A noite se tornou um tanto fria e sombria; a única luz era proveniente da Lua que brilhava no céu noturno. 

Florence pegou sua bicicleta dos arbustos. Sentiu sua pele arrepiar quando uma corrente fria veio de encontro com seu corpo. O casaco fino não ajudava-a, o que fez com que a garota tomasse uma nota mental:

"Sempre sair com casacos mais grossos para não morrer de frio."

— Está tudo bem? — Carlos perguntou ao notar o comportamento de Fitzherbert.

— Está sim, não se preocupe. — Florence respondeu. — É só o frio. Mas em breve estaremos na escola, então eu...

Antes que pudesse completar sua frase, Carlos tirou seu casaco de couro nas cores vermelho, branco e preto, e entregou-o para Florence. 

A jovem piscou, surpresa. Erguendo os olhos castanhos, notou que o garoto estava um tanto tímido com sua ação. A loura não disse nada à princípio, apenas pegou a peça de roupa e vestiu-a. Nunca havia usado nada de couro antes; era pesado porém confortável. Tinha um perfume suave e muito bom, mas nada exagerado. 

Era perfeito.

— Obrigada... — Agradeceu. — Você... Você quer uma carona de volta para a escola? Acho que é o mínimo que eu posso fazer para retribuir o favor.

— Ah, claro. — Carlos respondeu. — Valeu.

O trajeto de volta para Auradon Prep foi tranquilo. Mesmo timidamente, Carlos segurava a cintura de Florence, procurando não cair da bicicleta. O rapaz agradeceu pela garota não poder vê-lo naquele momento; suas bochechas estava coradas devido a proximidade.

Algum tempo depois, enfim chegaram à escola. Florence guardou sua bicicleta no local de sempre. Ambos caminharam lado a lado até o prédio dos dormitórios em silêncio. Adentraram, subiram as escadas e finalmente chegaram ao corredor. O rubor no rosto de Carlos desapareceu por ora, para seu alívio.

— Tenho que ir dormir agora. — Florence sussurrou para não acordar o restante dos estudantes que certamente estavam dormindo naquele momento. — Sua jaqueta, aqui...

— Fique, você pode me devolvê-la amanhã. — Carlos respondeu no mesmo tom. — Boa noite.

𝐈 𝐒𝐄𝐄 𝐓𝐇𝐄 𝐋𝐈𝐆𝐇𝐓 • carlos de vilOnde histórias criam vida. Descubra agora