➳ 𝘤𝘩𝘢𝘱𝘵𝘦𝘳 𝘧𝘪𝘷𝘦

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[✓] CAPÍTULO REVISADO: 12-12-23.

Florence passou no refeitório apenas para pegar um grande copo de chocolate quente antes de seguir para sua primeira aula do dia. Guardou a jaqueta de Carlos e mais alguns de seus materiais escolares dentro do armário.

Para sua grande sorte, o professor estava atrasado naquela manhã. Audrey já lhe esperava sentada na mesma mesa de sempre. A garota deu um sorriso quando Florence sentou-se ao seu lado, como faziam desde que começaram a frequentar a escola.

— Parece que alguém acordou atrasada. — Audrey comentou, divertida. — Está tudo bem?

— Estou bem, não se preocupe. — Florence devolveu o sorriso. — Eu tive alguns imprevistos na noite passada. Fiquei fazendo lição de casa atrasada até tarde da noite.

Vamos apenas pular a parte em que invadi um museu.

— Você podia ter pedido ajuda para mim. Me ligado, se quisesse. — Audrey disse.

— Eu não queria te acordar. — Sorriu. — Mas não se preocupe, vou ficar bem.

O professor adentrou a sala de aula e todos os alunos pararam de conversar. A aula seguiu-se monótona. Foram passadas algumas páginas de lição de casa e mais um livro para lerem até a próxima semana para uma avaliação. Quando o sinal bateu indicando o final da aula, Florence levantou-se, despediu-se de Audrey e seguiu rumo ao armário.

Se tinha uma coisa que Florence era, essa coisa certamente era desastrada. Por estar carregando várias coisas ao mesmo tempo, ao tentar colocar a senha do armário, acabou deixando todos os seus materiais caírem no chão. Para sua sorte, não havia muitas pessoas por perto.

Após recolher suas coisas e guardá-las dentro do armário, finalmente estava livre.

Sua próxima aula seria Animalês, uma matéria que simplesmente detestava. Porém havia uma coisa boa: Carlos também estava nessa aula; a oportunidade para devolver-lhe a jaqueta.

Florence pegou a peça de roupa e enrolou-a nos braços, seguindo para a sala de aula. Por uma grande coincidência do destino, Carlos já estava lá antes mesmo do restante dos alunos começarem a chegar. A garota deu um sorriso simpático para ele antes de aproximar-se.

— Bom dia. — Disse. — Aqui, sua jaqueta.

— Obrigado. — O garoto respondeu, pegando-a e vestindo-a em seguida. — Você está bem? Quero dizer, depois de tudo que aconteceu ontem à noite.

— Estou. Felizmente a Fada Madrinha não desconfiou de nada. — Respondeu. — Posso me sentar aqui?

— Aqui? Comigo? — Carlos perguntou, perplexo por um instante. — Ah... Pode, claro.

Florence sorriu e sentou-se ao lado do rapaz, colocando seus materiais em cima da mesa.

— Então... Como está sendo seu dia?

— Normal, eu acho. — Carlos respondeu com sinceridade. — Há muitas coisas aqui que não tem na Ilha dos Perdidos. Videogames, frutas frescas e... Acho que oportunidades. — O mesmo respirou fundo e revirou os olhos. — A Fada Madrinha sugeriu que eu e Jay fizéssemos o teste para entrarmos no time hóquei.

— Isso parece legal. — Empolgou-se. — E você vai fazê-lo?

— Nem pensar. — Carlos respondeu, cruzando os braços. — Eu não sou bom em esportes. 

— Não diga isso. Tenho certeza de que se você fizer o teste, irá gostar. — Florence argumentou. — Além do mais, eu vou fazer o teste para líder de torcida na quinta-feira. Vou poder torcer para você e dar uma força.

Carlos sorriu, coisa rara de acontecer.

— Valeu, mas... — O mesmo começou. — Hoje é quinta-feira.

— Não é, não. — Florence negou com a cabeça. — É amanhã.

— Não, olhe. — O garoto apontou para o relógio digital pendurado na parede que expunha a hora e que dia da semana era. — Hoje é quinta-feira.

Os olhos da jovem arregalaram-se ao perceber que ele estava certo. E pelo horário, estava atrasada para o teste. Foi quando enfim lembrou-se: A Fada Madrinha havia dado permissão para as garotas que fosse participar do teste para líder de torcida irem direto para o gramado.

— Droga! — Exclamou. — Eu tenho que ir! Carlos, eu sinto muito...

— Relaxe, garota. Está tudo bem. — Carlos respondeu tentando acalmá-la. — Não se preocupe.

Florence rapidamente levantou-se, pegou seus materiais e saiu correndo para fora da sala de aula. No corredor, acabou encontrando Audrey, que tinha um olhar misto de preocupação e euforia estampado no rosto. A garota já vestia seu uniforme amarelo e azul.

— Florence! — Ela exclamou. — Meu Deus, onde você estava? O teste está prestes a começar! Se esqueceu de que hoje era quinta-feira, não é? — Audrey respirou fundo. — Tudo bem, vá se trocar. Eu te espero aqui.

Florence assentiu com a cabeça.

— Ei, espere! Tem mais uma coisa. — Audrey chamou-a de volta. — Chad me contou que ouviu você e... o aluno novo, conversando.

— O quê? — A outra perguntou, confusa. — Do que está falando?

— Chad estava prestes a entrar na sala de aula quando ouviu você e ele conversando. — Audrey explicou como se isso fosse um segredo. — Seja sincera comigo, está bem? — Florence assentiu. — Para onde você e ele foram ontem à noite?

— Aconteceram várias coisas ontem à noite. Eu havia esquecido de fazer o trabalho passado pela Fada Madrinha, então acabei indo até o museu para fazer uma pesquisa rápida. Eu juro que iria voltar rápido, mas acabei encontrando Carlos lá dentro. O alarme disparou e tivemos que nos esconder dentro de um banheiro.

— Flor, vou te dar um conselho, está bem? — Audrey disse, preocupada. — Não confie nos filhos de vilões. Eles são persuasivos, mentirosos e enganadores. Foram criados pelos pais dessa forma. Você pode até achar esse garoto... Carlos, é alguém bacana. Mas não se engane: é tudo uma farsa.

𝐈 𝐒𝐄𝐄 𝐓𝐇𝐄 𝐋𝐈𝐆𝐇𝐓 • carlos de vilOnde histórias criam vida. Descubra agora