Eu Não Te Reconheço Mais - GO² fanfic -

8: Mentira

Crowley já estava naquele beco a um tempo, então decidiu que talvez um milagre rápido não fosse ser tão ruim assim. Ele estala seus dedos e é como se nada tivesse acontecido, claro que ele ainda sentia dor, mas era bem menos agora.

Crowley caminha para fora do beco e olha ao redor antes de continuar sua caminhada em direção ao bosque para buscar seu carro, ele torceu para que seu bebê estivesse bem.

O caminho era longo, mas Crowley estava disposto a fazer esse esforço para chegar ao carro. Durante o caminho Crowley pensava no que faria da próxima vez que visse Aziraphale, ele temia que a próxima séria a última vez que veria seu anjo a menos que fizesse algo para mudar isso.

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Aziraphale sentiu que talvez aquele carro no bosque possa ser de alguma ajuda para suas memórias, então abriu vôo novamente em direção ao bosque onde o carro se localiza, e Jophiel estava logo atrás, ainda sem ser notado. Jophiel realmente pretendia acabar com isso, mas achou que fosse uma boa ideia acabar com os dois de uma vez, e que jeito melhor do que deixar que Aziraphale vá até o demônio? Vai ser um combo perfeito!

Quando Aziraphale chegou ao carro, aparentemente não havia ninguém por perto, então se aproximou do carro e começou a dar voltas, entrar e sair do carro, mexer em tudo que encontrava, e até olhar pelo retrovisor, demorou até que sua cabeça começou a doer denovo, e o anjo nunca pensou que ficaria feliz em sentir dor de cabeça.

“acertamos alguém...”
“Não, alguém nos acertou.”

Aziraphale imediatamente entendeu que dessa vez se tratava de um atropelamento. Ele decidiu continuar mexendo nas coisas em busca de mais.

“Sem cão.”
“Sem cão...”
“Garoto errado”
“Garoto errado...”

Aziraphale ficou confuso do que seria essa conversa específica... Garoto? Cão? Do que estamos falando?
Pensou Aziraphale enquando continuava mexendo nas coisas.

“Crowley! Você não pode dirigir a 90 quilômetros por hora no centro de Londres!”
“Por que não?”

Antes que a memória continuasse, Aziraphale escutou um barulho vindo do lado esquerdo do carro, ele saiu do carro e foi investigar.

"Quem está aí!?" Disse Aziraphale enquanto sacava sua espada. Ele viu movimento em um arbusto e caminhou até lá lentamente, assim que chegou perto o suficiente, cortou o arbusto com sua espada e um ser ruivo pulou para fora dele.

"Ah!" Gritou o demônio enquanto se arrastava para trás.

"Crowley?" Disse o anjo. "Estava me seguindo?" Pergunta o anjo um pouco confuso.

"Eu só vim buscar meu carro! Mas quando cheguei você já estava aí!" Respondeu o demônio enquanto se afastava do anjo lentamente.

"Você parece assustado..." Disse Aziraphale antes de se agaixar e soltar sua espada.

"C-claro! Meu melhor amigo está tentando me matar!" Disse Crowley não ironicamente.

"Seu melhor amigo...? Onde?" Aziraphale olha ao redor confuso mas não vê ninguém.

"Vo- ah, deixa pra lá!" Crowley se levanta e tenta correr pra longe enquanto há tempo, mas Jophiel entra em ação, derrubando o demônio no chão e pisando firme em seu pescoço para empedir qualquer movimento. "Nrk!! Arh-- mas que c-caralhos!?"

"Pensou mesmo que iria embora assim?" Jophiel solta uma gargalhada e Crowley olha para Aziraphale de canto de olho, ele vê Aziraphale pegando sua espada do chão, e de repente tudo fazia sentido, era uma distração, e agora ele seria eliminado.

Crowley luta para tirar Jophiel de cima dele mas falha. O anjo aperta mais o pescoço do demônio e Crowley para de tentar lutar, ele olha para Jophiel enquanto uma lágrima escorre de seus olhos.

"*Cof* Q-qual é cara... Você não tem nada haver com i-isso..." Murmurou Crowley enquanto segurava o tornozelo de Jophiel para empedir que ficasse mais pressionado.

"Tenho sim. Eu trabalho para Metatron, e ele me mandou aqui." Respondeu Jophiel enquanto sacava sua adaga.

Aziraphale não tinha certeza do que fazer, ele sentia que deveria salvar o demônio, mas Jophiel era seu amigo, ele não podia fazer isso. "Jophiel! Por que está fazendo isso!?" Questiona o anjo tentando entender melhor a situação.

Jophiel ficou em silêncio por um momento, até pensar na mentira perfeita para o momento. "Este demônio! Ele corrompeu você, te feriu e então nós resgatamos você! Vê as marcas em seus pulsos!? São marcas dele! Talvez suas memórias te digam que ele é seu amigo, mas não é! Ele mentiu para você!" Jophiel disse tudo isso com tanta convicção que se Crowley não soubesse que é mentira também acreditaria.

"É verdade...?" Aziraphale começou a questionar suas memórias, ele estava cada vez mais confuso.

"Não! Não escute ele anjo! Se você se lembra de pelo menos um pouco do que fomos, já é o suficiente para ver que é mentira!" Argumentou Crowley com toda a sua energia, ele não pôde ficar calado enquanto este anjo imbecil distorce a verdade.

"Own, olhe só Aziraphale, só um demônio fazendo o que faz de melhor, ele mente." Retrucou Jophiel, e Crowley sabia que aquele era um argumento até que razoável.

Aziraphale olhou para os olhos de Crowley, que o olhavam de volta, Aziraphale não via ódio ou qualquer coisa demoníaca neles, apenas dor e medo. E agora Aziraphale não sabia o que fazer, ou em quem acreditar.

Crowley olhou de volta para Jophiel e última coisa que viu foi uma adaga sendo bruscamente abaixada do ar, e ela mirava diretamente em seu olho direito.
Tudo ficou escuro de repente, Crowley não via nem ouvia mais nada. Seria esse o fim para ele?