2: Sangue

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Crowley acordou mais de uma semana depois, um pouco confuso no início mas logo se orientou. Ele levanta o banco do carro e utiliza um milagre para organizar suas roupas e cabelo pois está com um pouco de preguiça de fazer isso ele mesmo. Crowley inicia o motor da Bentley e dirige até a cafeteria de Nina afim de tomar um café expresso e pensar um pouco.

Ele entra na cafeteria e se senta em uma das mesas, esperando para ser atendido. Nina se aproxima e pergunta o que ele gostaria de pedir, Crowley responde normalmente e sua atenção se prende na TV que esta pessando uma notícia um tanto intrigante.

"Você viu? Várias árvores frutíferas estão morrendo sem explicação e os animais estão agitados, tem gente falando que são sinais do fim do mundo, patético." Disse Nina antes de voltar para o balcão para preparar o pedido.

Crowley ficou intrigado com tal informação, esse tipo de coisa inexplicável e sem sentido só pode ser coisa do céu ou do inferno, mas Crowley não fazia idéia do que seria.

Crowley pegou seu café e se retirou do estabelecimento (após pagar pela bebida é claro) ele caminhou pela rua olhando atenciosamente para tudo ao seu redor, ele notou as plantas muxando e tremendo, notou os animais dentro das casas ou nas coleiras latindo e tentando correr para longe, estavam assustados.
Crowley chegou ao parque e se sentou no mesmo banco em que ele e Aziraphale sempre se sentaram. Ah as memórias... Todas as milhares de vezes que se encontraram neste mesmo parque, as memórias boas do passado, ele se perguntava se algum dia esse passado iria voltar.

Ele ficou ali por tempo, vendo como os passaros estavam agitados, e então, o som de um relâmpago estrondoso foi emitido, todos os passaros voaram para longe e Crowley se levantou assustado, ele correu para seu carro e iniciou o motor, ele podia sentir que aquele som havia sido feito por um anjo, e queria saber o que estava acontecendo.

Logo a energia do anjo o levou até a livraria de Aziraphale que estava completamente destruída, Muriel estava parado em frente a o que costumava ser a entrada do local, ele parecia bem assustado.

Crowley se aproximou para tentar descobrir o que houve. "Sei que você não pode falar comigo, mas o que caralhos aconteceu aqui!?" Perguntou o demônio tentando manter uma certa distância do anjo.

"Foi estranho, eu ouvi um grito anjelical, e então um grande estrondo e aí tudo começou a tremer e desabar, assim que saí toda a livraria foi ao chão, ainda não consegui comunicar o céu sobre o ocorrido." Relatou Muriel que segurava firmemente um livro próximo a seu peito.

"Um grito anjelical? O que quer dizer com isso?" Perguntou Crowley antes de se aproximar mais dos destroços.

"Um anjo gritou, foi o que eu quis dizer" disse Muriel enquanto observava Crowley.

"Hm..." Crowley ficou pensativo por um tempo, um anjo grita e a livraria cai aos pedaços... Isso com certeza não é um bom sinal.

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Aziraphale estava tentando de tudo para se desprender das algemas mas estava falhando miseravelmente, seu corpo inteiro doía e ele não conseguia ver onde Metatron e Jophiel estavam.

"Que belo grito Aziraphale, fez uma bagunça na Terra!" Disse Metatron animado antes de dar uma gargalhada que parecia a de um vilão de filme clichê.

Lagrimas escorriam pelas bochechas de Aziraphale e se misturavam com o sangue que escorria de sua testa. "Não chore, só mais dois deles e você estará pronto." Disse Metatron antes de pegar outro objeto metálico e posiciona-lo em um dos buracos. "A dor já vai passar..." Foi a última coisa dita antes da ponta do ferro ser pressionada contra a testa de Aziraphale, que se debate tentando evitar que o objeto seja inserido em sua mente. Com um último empurrão o ferro é totalmente inserido e Aziraphale da um último grito de dor antes de ficar totalmente imóvel.

Jophiel se aproximou, ele estava confuso, "o que houve? Funcionou?" Penguntou o anjo.

"Sim, agora só falta um." Respondeu metatron antes de se virar para ir pegar o último objeto.

Aziraphale estava olhando para o teto, totalmente sem expressão, ele de repente se sentia vazio, e isso deveria deixa-lo confuso mas ele não conseguia sentir nada. "Sei que está tentando entender o que eu fiz com você Aziraphale, e eu te explico," disse Metatron antes de se aproximar novamente com um novo objeto para inserir no crânio de Aziraphale. "Cada um desses objetos fez algo diferente na sua mente, o que eu acabei de inserir apagou seus sentimentos, pois um anjo não deve ter sentimentos. E esse aqui," ele fez uma pausa dramática, apenas para dar um sorriso voltado ao objeto em suas mãos antes de continuar falando, "esse aqui vai trancar as suas memórias, e assim, você estará livre de sua própria rebeldia e de tudo que um dia conheceu no céu e na Terra, não é incrível?" Se pudesse, Aziraphale protestaria, porém o problema de não sentir nada é que você não entende quando é hora de brigar. Metatron deu um grande sorriso e então, lentamente, injetou o último objeto metálico por um dos furos, perfurando o crânio de Aziraphale que deu seu último grito antes de apagar completamente.

Eu Não Te Reconheço Mais - GO² fanfic -Onde histórias criam vida. Descubra agora