Eu Não Te Reconheço Mais - GO² fanfic -

9: Acabou?

~~~~~~•6000 anos antes•~~~~~~~

Um dos caídos se aproxima da piscina de enxofre fervente e percebe que há alguém no fundo dela. Ele toma coragem e pula na piscina para resgatar o ser lá dentro.
Ambos saem da água e o anjo caído começa a tentar acordar o anjo que estava dentro da piscina, Baraquiel.

Pouco tempo se passa e Baraquiel abre os olhos lentamente, ele percebe que sua visão está diferente, prejudicada pela queda. "O que aconteceu...?" Murmurou Baraquiel.

"Você caiu, como se sente?" Pergunta o anjo caído.

"Me sinto estranho... Dolorido... Não me sinto eu mesmo..." Respondeu Baraquiel enquanto se levantava do chão lentamente.

"Faz parte, qual seu nome? Eu não me lembro qual era meu nome antes da queda, mas agora meu nome é Eric." Disse o anjo caído enquanto ajudava Baraquiel a se levantar.

"Er... Não me lembro também... Me chame de... Crawly..." Responeu o anjo após um tempo de silêncio, ele não fazia ideia de qual era seu nome, era como uma lembrança embaralhada em sua mente, algo que não existe mais. - Claro que anos mais tarde ele descobriria seu nome real, mas até lá já teria se acostumando com sua nova natureza. -

Eric ajuda Crawly a se levantar do chão e o leva até onde estão os outros anjos caídos, ambos ficam por lá por um tempo, descobrindo o que podem fazer agora e ajudando Lucifer e os outros a organizar a nova hierarquia.

Logo a guerra terminou, e o inferno já contava com 10 milhões de demônios registrados, todos com novos nomes, postos etc.
Logo, Crawly foi enviado para a Terra, ou mais especificamente, para o Jardim do Eden, onde se re-encontrou com a principalidade Aziraphale, e desde então, a queda não pareceu tão ruim assim para Crawly. Com o tempo o anjo era tudo que ele mais desejava, era quem ele mais amava e confiava na Terra, e todas as noites, por incrível que pareça, ele implorava para que Deus não tirasse o anjo dele.

~~~~~~~~~~~•Agora•~~~~~~~~~~

Sangue jorra na grama e o som de algo caindo no chão pode ser ouvido. Era Jophiel, e Aziraphale estava encima do anjo, com sua espada flamejante enfiada bem fundo em seu peito.

Jophiel olhava para Aziraphale com um olhar surpreso, ele tinha certeza que o anjo havia acreditado nele. "M-mas oque...?" Aziraphale o olhava com frieza, ele parecia saber o que estava fazendo, e não parecia se arrepender. Os olhos de Jophiel logo ficaram vazios, indicando sua morte. Então Aziraphale se vira e corre até Crowley que está apagado.

O anjo pega o demônio do chão e o carrega para dentro do carro, Aziraphale não tinha total certeza de para onde ir, mas sabia que seus instintos o guiariam.

Algumas horas se passaram e Crowley despertou, ele estava em um hotel ou algo do tipo, deitado confortavelmente em uma cama, logo o demônio percebe que um de seus olhos está coberto, seu olho direito. Aos poucos a fixa cai sobre o ocorrido e Crowley percebe que não fazia sentido estar vivo já que da última vez que estava acordado ele aparentemente foi executado.

"Oh! Você acordou!" O demônio se assusta e imediatamente olha na direção da janela onde percebe o anjo sentado em uma poltrona.

"Aziraphale...? Pensei que... Que estivesse com eles..." Disse o demônio confuso enquanto mudava de posição na cama.

"Bem... Eu estava, mas algo no fundo da minha mente me mostrou que eu deveria estar com você..." Explicou o anjo enquanto se levantava da poltrona. "Seu olho, dói?"

"Um pouco, mas dá pra aguentar... Er... Você se lembra de tudo? Ou só do suficiente para salvar minha vida?" Questiona Crowley enquanto olha fixamente para os olhos do anjo, esperando sua resposta.

"Não, eu não me lembro muito, e o que me lembro é uma grande bagunça. Inclusive tenho sérias perguntas sobre o que seria um amigo pelado." Disse Aziraphale antes de pegar uma garrafa de água na cômoda ao lado da cama e oferecer para Crowley.

"Ah... O amigo em questão é o Gabriel, ele tinha perdido a memória e foi parar na porta da sua livraria sem roupas." Explicou Crowley antes de beber um gole da água.

"Livraria...? Eu tenho uma livraria?" O anjo parecia bem interessado nesse local em específico.

"Não, não mais. Seja lá o que aconteceu no céu, prejudicou a Terra também, aí tudo desmoronou lá." Crowley odiava ter que dar essa mesma notícia pela segunda vez ao anjo, já não bastava a primeira?

"Oh... Entendo... Bem, Crowley, eu quero me lembrar do que aconteceu... Mas é difícil..." Aziraphale se sentou na cama ao lado de Crowley e o olhou nos olhos como um cachorrinho pedindo por um petisco, "me ajuda a me lembrar?" Pediu o anjo docemente.

Crowley ficou em silêncio por um tempo. "Cadê meus óculos?" Crowley desviou do assunto no momento, ele queria ajudar Aziraphale mas sabia que neste exato momento ambos estavam sendo caçados pelo céu (denovo).

"Oh, o que estava nos olhos er... Já era, a adaga quebrou ele, tive que remover alguns dos cacos de vidro de dentro do... Er..." O anjo fez um sinal meio vago e para o próprio olho direito e Crowley acompanhou, tocando de leve o corativo que cobria seu olho.

"Ah... Será que isso cura?" Pergunta o demônio enquanto se levanta da cama.

"Creio que não, é uma adaga anjelical..." Respondeu Aziraphale enquanto seguia Crowley até a cozinha.

"Saquei, qual o plano então? Tenho certeza que suas memórias estão guardadas no céu, mas não acho que lá seja um bom lugar para visitar." Disse Crowley enquanto preparava café.

"Não faço ideia do que fazer... Mas eu preciso me lembrar!" Aziraphale realmente estava determinado a entender o que aconteceu com ele.

"Uf... Okay, vamos pensar, pode ser? Não tem jeito de entrar no céu sem ninguém notar, precisaríamos de uma distração ou algo que os faça descer até aqui." O demônio estava colocando os seus três neurônios para pensar, e estava bem difícil sem os outros três neurônios de Aziraphale para ajudar.

"É impossível distrair todos eles, são mais de.... Dez milhões de anjos!" Aziraphale estava preocupado que seja necessário um movimento muito maior do que o que eles têm capacidade de realizar.

"Eu sei quantos anjo são! Vamos ver... Talvez... Ah! Acho que sei o que fazer meu anjo!" Disse Crowley que de repente parecia bem animado.

"Meu anjo...? Eu pertenço a você por acaso?" Perguntou Aziraphale extremamente confuso.

"Que- não! É só um apelido anjo!" Crowley bagunça os cachos de Aziraphale e sai andando em direção a porta de saída do quarto do hotel.

"Para onde vamos?" Pergunta Aziraphale enquanto seguia o demônio.

"Pedir ajuda de alguém que está nos devendo uma ou duas." Respondeu o demônio enquanto calçava seus sapatos.

"Parece boa ideia, vamos!" Disse o anjo animado enquanto calçava os próprios sapatos.