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— Tu estais levando tudo, filha? — Perséfone, como sempre preocupada com a filha, perguntou.
— Nem tem o que levar, mãe! — Veronica respondeu com um sorriso, não via a hora de chegar na cidade nova.
Nome da cidadezinha é Riverdale. Era uma cidade do interior de Nova Iorque, nos Estados Unidos. Zeus e Hades concordaram que chamaria menos atenção do quê se ela chegasse do nada em uma cidade maior — essa lógica absurda só fortalecia o quanto eles passaram a desconhecer os seres humanos.
Veronica ficou se perguntando como Zeus teria lhe dado um castigo que parecia-lhe mais uma recompensa, afinal, tudo isso apenas aconteceu porque ela havia entrado em contato com os humanos. Riu sozinha quando lembrou que a inteligência nunca foi o forte de seus tios.
Ela chegaria, e chegou, na família dos Lodge, uma família rica e importante no mundo da administração — o que definitivamente não contribuiu com o raciocínio do deus dos céus e do deus do submundo, mas garantiu que ela tivesse tudo o que precisasse. Os pais temporários dela, tinham lembranças dela pequena, ao longo do tempo e acreditavam que ela era realmente filha deles. Veronica, por sorte, sempre mentiu e atuou gloriosamente, de forma convincente e aprontava muito quando era criança graças à essas mentiras. Ela também estava a par de tudo que ela passou com eles e tinha todas as referências de nova Terra.
— Já estou pronta — ela suspirou feliz e logo teve que conter um sorriso.
Zeus então, junto de alguns outros deuses poderosos do Olimpo — que não valem a pena mencionar, já que são muitos —, reuniram os poderes e a levaram para a Terra. A viagem durou cerca de dez segundos. Uma grande aura dourada ofuscou o olhar de todos e quando conseguiram enxergar novamente, a menina já não estava mais ali. Foram checar sem enrolação se ela havia mesmo chegado ao destino e que estava bem, mesmo que Zeus não tenha achado isso necessário.
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Veronica estava dentro do carro de seus pais, entrando na cidade e passando pela placa de: "bem-vindo à Riverdale". Quem sentava no banco do motorista era Smithers — que na verdade é o faz-tudo de confiança dos Lodge —, dirigia o carro calmamente, enquanto Hiram, o novo pai de Veronica estava no passageiro. Hermione, nova mãe da menina, estava junto dela no banco de trás, quase tirando um cochilo.
— Estou morta de fome, a chocoloja do Pop's ainda está aberta? — Hermione dizia exausta fechando os olhos numa falsa sensação de descanso, enquanto Veronica prestava atenção até nos mínimos detalhes da estrutura da cidade.
Estavam quase no centro da cidade, que aparentava ter saído de um filme clássico da década de cinquenta, quando Veronica avistou, com os olhos vidrados na janela, um grupo de adolescentes com jaquetas combinando em azul e amarelo — do time de futebol americano da escola municipal de Riverdale, os Bulldogs —, entre eles, havia um garoto alto e ruivo que tinha a essência de um digno capitão do time cinematográfico. Aquele garoto a intrigou, como o resto daquele mundo novo, a enchendo de curiosidade. Tentou o seguir com os olhos, até se ajeitou no banco do carro para ver melhor, porém o carro se afastou mais rápido do que esperava. Ficou abalada, mas rapidamente já estava interessada em outra coisa.
Se passou um certo tempo, quando ela percebeu já haviam atravessado quase que a cidade inteira. Estavam perto da tal chocoloja mencionada anteriormente por Hermione. O nome oficial era Chocoloja do Pop, mais conhecida apenas como Pop's, a gerações. A energia do lugar conseguiu despertar mais a curiosidade nela do que o garoto ruivo.
Decidiu na mesma hora que voltaria na chocoloja até o final do dia, não importando com o que os pais dela diriam.
Após alguns minutos desinteressants, finalmente eles chegaram ao Pembrooke. Era aconchegante, mas não alcançava os pés do apartamento deles na cidade grande — até mesmo Hermione disse que o apartamento era pequeno, porém que dava pro gasto.
— Eu levo as malas lá pra cima, vocês devem estar cansados. Não se preocupem com nada — Smithers se ofereceu, retirando as malas do porta-malas. Os três agradeceram e subiram de elevador até a cobertura.
Quando chegaram enfim no apartamento, já ao pôr-do-sol, se depararam com um apartamento totalmente organizado e pronto para uso. Só a sala entregava o tamanho do lugar. Era gigante. E ainda era menor do quê o de NYC, por mais incrível que pareça.
Veronica não enrolou para ir para seu quarto. Era bem proporcional para a casa, grande, mas não o suficiente para parecer vazio.
Se jogou na cama depois de algumas horas de viagem, estava muito cansada, cochilou por algum momento. Quando acordou, foi direto para o banho e ainda era cedo o suficiente para ir até o Pop's.
— Mamá? — Veronica chamou por Hermione, andando até a sala em sua procura, depois de ficar pronta para sair.
— Aqui, hija! — disse doce, perto da porta de saída da casa. Já com sua bolsa nos braços e arrumada para comprar o jantar deles.
— Posso ir no Pop's comprar nosso jantar? Aproveito para conhecer um pouco a cidade e os moradores.
— Ai, você leu minha mente, hija! Estou muito cansada e ainda nem respirei direito... Você faria isso por mim? — ansiava por uma confirmação, aliviada.
Veronica assente, Hermione a entrega o cartão de débito e a menina saí de carro com Smithers em rumo à lanchonete.
Ao chegar lá, desceu do carro e pediu para que o faz-tudo a esperasse enquanto entrava e pegava o pedido, já que não pretendia demorar.
Assim que abriu a porta, um barulho de sino, inesperado por ela, chama a breve atenção de quase todos no estabelecimento. Entre eles o garoto ruivo de antes, que ignora o quê a acompanhante dele queria dizer e sua vizinha, que olhou para trás com a intenção de checar o quê fez o menino tirar sua atenção dela. No caso "quem".
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ᴡᴏʀʟᴅꜱ ᴄᴏʟʟɪᴅᴇ ▪︎ ʙᴇʀᴏɴɪᴄᴀ
RomanceDepois de ser expulsa do Olimpo por seu tio, Veronica, uma deusa de magia desconhecida, foi para uma pequena cidade no interior de Nova Iorque. Lá, encontrou um mundo novo, experiências que ficaram enraizadas na memória e claro: uma paixão repentina...