capítulo onze - o caminho

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     Veronica andava de um lado para o outro em seu quarto ansiosa, ainda que tivesse tido o tempo de pensar sobre isso e organizar as ideias.

        — Daqui a pouco você vai fazer um buraco no chão! — sentado na cama dela, irritado que ela não estava fazendo nada de útil, Kevin brincou.

        — Me dá essa almofada — pediu. Quando a almofada chegou em suas mãos, não hesitou em abafar a boca e dar um grito.

     Jogou-a para longe e olhou para o amigo, sem dúvidas, cansada.

        — O que que a gente faz? Não dá pra guardar isso por mais tempo!

        — Eu já te falei o que eu acho. Você, pra mim, tá surtando aí por nada.

        — É sério que você acha melhor contar pro diretor? Mas aí a gente também não estaria errado de estar fora do horário permitido dentro da sala de música?

        — Não sei se você se lembra, mas a Grundy transou com um aluno na sala dela!

     Hesitou um pouco antes da próxima pergunta, olhando para um ponto fixo para entender tudo.

        — Mas e a Betty? Ela tem que saber disso!

        — Isso é uma coisa que o Archie que tem que contar, só que a gente não pode ficar calado esperando que ele faça alguma coisa! Ainda mais sobre uma situação dessas.

        — Era pra ele fazer, né! Que raiva dessa lentidão dele! Tem que dar tudo na mão — bufou e finalmente se sentou na penteadeira.

        — Então está decidido? Anonimamente nós vamos até a diretoria, e aí a gente fala o que a gente viu e vai embora. O que acontecer depois é responsabilidade do universo.

        — Tá bom. Espero que nada dê errado — depois que viu ele assentir, passou a olhar para o espelho e focar no que ela queria fazer.

     Em instantes o pré-refrão da música "Kiss It Better" da Rihanna começou a tocar, se Kevin não tivesse alertado que era uma ligação, Veronica teria se levantado e começado a fazer uma improvisação de coreografia enquanto cantava a música ao mesmo tempo que continuaria a maquiagem inspirada no quadro "Niña con Máscara de Calavera" (Menina com Máscara da Morte) de Frida Kahlo.

        — É a Betty.

        — Põe no viva-voz — colocou uma touca de cetim e foi selecionando os produtos que usaria.

        — Kev! Finalmente! Por que não tava respondendo minhas mensagens? — Betty brigou assim que a ligação foi atendida.

        — Eu tô na casa da Ronnie, lembra? A gente tava conversando e esquecemos que tínhamos celular — disse, se levantando e indo até a amiga que estava empenhada em testar novos produtos.

       — Oi, B! — expressou bastante animação, como sempre, falando no microfone do celular. — Pena que não deu pra você vir.

       — É mesmo... enfim, Kev, eu preciso falar com você! É sobre você sabe quem — mudou de chateada para entusiasmada, sem saber que estava no viva-voz. Os dois se entreolharam, suspeitando de que soubessem quem era.

ᴡᴏʀʟᴅꜱ ᴄᴏʟʟɪᴅᴇ ▪︎ ʙᴇʀᴏɴɪᴄᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora