Crowley esperou durante muito tempo para que Aziraphale aparecesse, mas nada nunca aconteceu, e ele não entendia porquê.
Crowley estava ficando cansado de esperar, e a cada noite sozinho, se sentia mais deprimido. Com o tempo, ele começou a beber demais, era tudo que ele queria fazer, e enquanto bebia, o demônio chorava, se culpava, e jogava uma ou outra garrafa na parede, ele estava cada vez mais exausto de tudo isso, Crowley já havia passado 6 mil anos esperando, 6 mil anos fazendo tudo que podia para fazer com que o anjo pelo menos notasse seu amor... E quando ele finalmente consegue, o anjo vai embora. Sem mais nem menos.
Pelo menos, depois de um tempo ele ganhou companhia, vizinhos gentis que tentam incluí-lo em suas vidas para não deixar o ruivo ficar solitário. Mesmo assim, todas as noites ele ainda se sentia meio sozinho, então Crowley decidiu começar a escrever em um diário, e deixou claro para si mesmo que escreveria todos os dias até que Aziraphale aparecesse.
... Este já é o décimo diário que Crowley inicia.
Hoje, era uma manhã como todas as outras dos últimos trinta anos, Crowley passou seu dia fazendo coisas rotineiras, e, no final do dia, foi escrever em seu diário.
Olá Diário,
Hoje colhi muitas verduras da horta(como sempre), então decidi levar a maioria para o senhor e a senhora Smith e depois para o senhor James que têm se sentido sozinho, passei um tempo lá o ajudando com sua própria horta e seus animais, inclusive, eu estou pensando em adotar algum animal para me fazer companhia, vou pensar melhor sobre.Bem, depois de passar um tempo com o senhor James, voltei para casa e fui fazer outras coisas, eu assei um bolo de chocolate que ficou maravilhoso, tenho certeza que Aziraphale teria adorado.
De volta ao assunto, eu levei alguns pedaços para o senhor e a senhora Smith e eles me convidaram para entrar e tomar café com eles, foi bom ter pessoas ao meu redor por um tempinho, mas não conseguia pensar direito durante a refeição, eu realmente precisava beber, mas o casal não bebe então tive que segurar a vontade, mas assim que cheguei em casa abri uma garrafa de vinho e a bebi tão rápido que nem senti o gosto direito. Diário, acha que estou perdendo o controle da bebida?
Acho que é só, nada mais aconteceu além disso... E aliás, hoje fazem 10.985 dias desde que cheguei a esta casa e comecei a esperar por ele.
Assim que terminou, Crowley fechou o diário e foi dormir normalmente, dormir ajudava a fazer o tempo passar mais rápido. E têm mais, Crowley dormia pois em seus sonhos, Aziraphale estava morando com ele na bela casa de campo. E claro, esses sonhos felizes faziam o demônio se sentir extremamente sozinho todas as manhãs, mas também davam a ele um coração quentinho enquanto dormia.
Na manhã seguinte era basicamente a mesma coisa, ele cuidava das plantas e da horta dele, depois visitava o senhor James e o casal Smith, e então voltava para sua casa vazia aonde ficava esperando pelo dia que seu príncipe encantado chegaria, os vizinhos sempre se perguntavam o que Crowley esperava e ficavam fofocando sobre possíveis razões para a cicatriz em seu olho direito, mas Crowley nunca disse nada.
"Eu estou dizendo, tenho certeza que ele era um mafioso! E depois de ir parar na cadeia e levar uma bela surra, que foi o que levou o olho dele, ele veio morar aqui!" Dizia a jovem Lizie, uma garota de vinte anos neta dos Smiths que vinha visitar de vez em quando.
"Acho mesmo é que foi um acidente de carro! Depois do acidente ele pode ter decidido sair da cidade e vir morar pra esses lados." Afirmava a filha dos Smiths, senhora Camila, ela está por volta dos quarenta anos.
"Tenho certeza que ele sofreu um acidente de trabalho e foi aposentado!" Senhora Mary Smith uns 60 anos, ela estava presa a essa teoria em específico, e não largava disso nem ferrando.
"Oh vamos lá! Acho que aquilo foi uma briga com o companheiro ou companheira, e é por isso que ele fica parado na varanda com um café! Ele está esperando que o companheiro venha pedir desculpas!" Esta, era a teoria do senhor James de 75 anos, e que até o momento era a mais correta até aqui.
Senhor Carlos(63 anos), marido de Mary, não tinha realmente uma opinião, ele sempre dizia para pararem de criar boatos sobre a vida do ruivo.
Não importava quanto tentavam, os Smiths e o senhor James nunca conseguiram fazer Crowley contar a história real, ele sempre mudava de assunto.
Os vizinhos, mesmo que bem curiosos sobre a vida de Crowley, eram uma ótima companhia, eles sempre se importaram muito uns com os outros, e estavam sempre alerta para ajudar seus vizinhos, Crowley tinha certeza que Aziraphale iria adorar conhecê-los.
~~~~~~~•hoje•~~~~~~
Lizie, que estuda história em uma grande universidade, precisava encontrar um objeto histórico para levar para a universidade, ela perguntou para todos da família e até para o senhor Smith se haveria algo que ela pudesse levar, mas aparentemente ninguém tinha nada. Foi então que, ao ver Lizie indo de um lado para o outro no campo, Crowley se aproximou e perguntou o que ela está procurando, ela explicou tudo para ele e disse que estava quase desistindo, e foi então que Crowley a chamou para entrar na casa dele. Observação: ninguém nunca entrou na casa de Crowley, ele não deixava muitas brechas para situações que envolvessem visitas.
Lizie aceitou e deicidiu observar tudo da casa, talvez houvesse uma dica sobre quem é o vizinho misterioso. Claro que ela não viu muita coisa, haviam várias garrafas de vinho fechadas, todas de um vinho caro e extremamente refinado. Foi então que Crowley abriu uma porta, que fez Lizie ficar de queixo caído. "Uma livraria!? Inteira!? Só para você!? Por quê nunca mostrou isso pra gente!?" Lizie começou a se aventurar pela livraria, e ela nunca havia visto tantas relíquias em um só lugar.
"É porque esses livros pertencem a uma pessoa que não vejo a muito tempo... Pensei que ele fosse voltar mas nunca aconteceu, então, pode levar um deles, com tanto que traga de volta..." Explicou Crowley enquanto observava a jovem se aventurando pela livraria.
"Oh... Quem era essa pessoa? Um familiar? Melhor amigo? Namorado??" A jovem estava aproveitando a chance para conseguir o máximo de informação possível.
"Bem ele... Era meu melhor amigo mas, você sabe..." Crowley lançou um olhar para Lizie que imediatamente explicou tudo. Ela escolheu um livro e foi embora o mais rápido possível, deixando Crowley com sua velha amiga, a solidão.
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Eu te Esperei - GO² fanfic
Fanfiction!!!!!SEASON 2 SPOILER ALERT!!!!! Parte 2 de "Eu Não Te Reconheço Mais" Após todos os acontecimentos da parte 1, agora Aziraphale e Crowley têm como único obstáculo a parede que eles mesmos construíram, se separando um do outro. TW: alcoolismo