8: Oh Querido

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Crowley acordou em um quarto que ele não conseguia se lembrar a quem pertencia, e todas as memórias de depois que ele começou a beber simplesmente existiam, ele não se fazia ideia de como chegou ali.

"Oh, você acordou querido... Como está sua cabeça?" Zira entrou no quarto com uma bandeja de café da manhã para ambos.

Crowley olha para Zira em choque, mil e uma possibilidades passam por sua cabeça, ele está prestes a perguntar como chegou ali quando é interrompido pelo anjo caído.

"Você bebeu demais ontem, veio até aqui na chuva, disse um monte de coisas, me abraçou e caiu no sono, essa é a versão curta, a longa eu te conto depois" disse Zira enquanto colocava a bandeja na cama.

"Ah... Saquei, desculpa... E sobre a minha cabeça... Dói, mas vou ficar bem" murmurou Crowley enquanto pegava uma das xícaras de café. "Seja lá o que eu disse, é verdade, eu não minto quando tô bêbado..."

"Isso é ótimo, mas como vai explicar pros seus vizinhos que você me perdoou depois de todo o esforço que eles fizeram para me manter longe de ti?" questiona o anjo enquanto passa geleia em uma torrada.

"Boa pergunta, mas sei que seja lá o que eu diga, eles vão entender, só vão ficar um pouco apreensivos, mas vão entender e relaxar com o tempo" respondeu Crowley antes de beber um gole do café.

"Que bom, aquele véio lá, James eu acho, tenho quase certeza que ele me quer morto" Zira solta uma gargalhada e Crowley acompanha com uma risadinha leve.

"É, ele age como se fosse meu pai" Crowley olha para dentro de sua xícara, ele estava feliz em saber que James se importa tanto assim.

Os dois passaram um bom tempo conversando, colocando tudo na mesa, Zira contou que passou os últimos trinta anos decidindo se queria mudar seu modo de agir ou continuar sendo o anjinho de sempre, e decisão foi equilibrar os dois. E Crowley conseguia sentir que essa não toda toda a verdade, mas ele decidiu deixar isso de lado por enquanto.

Crowley contou sobre os diários, sobre todas as plantas, sobre os vizinhos, e sobre o carro, mas deixou para contar sobre a livraria depois, como uma surpresa.
Crowley dirigiu a Bentley de volta para sua casa, levando Zira consigo, a Bentley estava muito feliz, e determinada a ajudar os dois a voltarem a como era antes, então durante o caminho ela tocou todas as músicas românticas que conhecia e que deu tempo de tocar antes de chegarem a casa de Crowley.

Zira saiu do carro rindo por conta das escolhas musicais da Bentley. "Alguém está feliz em me ver!" Crowley solta um sorrisinho, ele sentia falta de estar com Aziraphale, e mesmo que ele não seja mais exatamente o mesmo, ainda é o anjo.

"Crowley! Onde esteve!?" Dona Mary estava preocupada, e caminhando rapidamente até Zira e Crowley.

"Ah, senhora Smith, olá" diz Crowley enquanto se aproxima da senhora de idade.

"O que está fazendo com esse fanfarrão!?" Questiona Mary enquanto olha de cara feia para Zira.

"Nós conversamos, estamos bem agora" responde o demônio e a senhora olha para ele com uma expressão confusa que logo se torna uma irritação.

"Isso não é justo com você! Você espera por ele durante trinta anos e ele não têm que esperar nem mesmo uma semana!?" Dona Mary não confiava nem um pouco em Zira. "E ele não parece uma boa pessoa até onde vejo aqui, não confio nele, Crowley."

Crowley fica em silêncio por um momento, "e se ele for para o almoço hoje? Lá ele pode provar que é uma boa pessoa."

Mary olha de cara feia para Crowley, "nem pensar! Na minha casa não!"

"Qual é dona... Lá ele pode mostrar que ele não é como vocês acham que é..." insistiu o demônio com um olhar de cachorrinho pidão.

Logo Mary desistiu e aceitou, e mais tarde na hora do almoço, todos ficaram chocados por Mary ter chamado Zira.

Embora Crowley e Zira estivessem interagindo normalmente, o resto da mesa olhava para Zira com um olhar de morte, eles não o queriam ali.

Zira começa a se sentir desconfortável e decide fazer algo. Então, Zira se levanta de sua cadeira e todos olham para ele. "Escutem aqui, a única pessoa que eu preciso e quero agradar é ele!" Zira aponta para Crowley, "e se ele me perdoou, então eu não ligo se vocês gostam de mim ou não! Eu o amo e tô pouco me fudendo para opinião de vocês sobre isso!" E então ele se senta novamente e em silêncio.

Todos olham para ele fixamente enquanto ele volta sua atenção para seu almoço, todos menos Crowley, que estava olhando para seus vizinhos e tentando compreender suas reações.

"Zira. Te vejo lá fora quando o almoço acabar." James com certeza não estava pedindo, era uma ordem.

Assim que todos terminaram de comer, Mary e Carlos pediram ajuda de Crowley para arrumar a cozinha enquanto Zira e James conversavam.

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Do lado se fora da casa, Zira estava frente a frente com o velho James, e não fazia ideia do que esperar.

"Escuta aqui, Zira. Você está certo, não têm que nos agradar, mas não se esqueça que nós estávamos aqui por ele enquanto você estava sei lá onde fazendo sei lá o que, nós que nos esforçamos para fazê-lo sair daquela varanda, sair daquela casa onde ele passava dias trancado. Nós não queremos que nos agrade, queremos ter certeza de que você não vai embora novamente, de que você não vai abondona-lo do mesmo jeito que nós o encontramos a trinta anos atrás. Só isso." O idoso da uns tapinhas no ombro de Zira e volta para dentro da casa.

Zira reflete por um tempo, ele não imaginava que James agiria tanto como um pai, ele com certeza esperava algo mais leve. Então, Zira volta para dentro da casa e se junta aos outros na organização da cozinha.

Eu te Esperei - GO² fanficOnde histórias criam vida. Descubra agora