3: Flores

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Na manhã seguinte, tudo foi como deveria ser, isso até que de tarde, uma moto se estaciona em frente a casa de Crowley, que estava contando a história de alguns livros para Lizie e os outros, que pareciam bem interessados na história. Crowley não conseguia parar de pensar em como Aziraphale adoraria conversar com eles sobre toda a coleção dele.

*Ding ding*

Qualquer outra campainha faria ding dong, mas Crowley queria algo original então ficou só com o ding.
De qualquer forma, Crowley  foi até a porta para ver quem poderia ser, até porquê, todos que ele conhecia estavam dentro da casa. Ou pelo menos foi o que ele pensou até abrir a porta e se deparar com uma figura familiar.

"Aziraphale!?" Exclamou o demônio que não sabia qual reação ter.

"Oi... Podemos conversar...?" Disse Aziraphale depois de um tempo em silêncio. E de trás de Crowley, era possível ouvir os passos agitados dos vizinhos curiosos. Aziraphale estende o braço, mostrando que trouxe flores para Crowley.

Os vizinhos imediatamente compreendem que este só pode ser o tal amigo de Crowley, e então todos se retiram da casa o mais rápido possível e vão para uma distância aonde podem ver o que está acontecendo mas não atrapalham a situação.

"Conversar...? Pode falar, estou ouvindo." Finalmente, Crowley respondeu Aziraphale, mas esta com certeza não era a resposta que ele esperava ganhar.

"B-bem er... Olha, eu pensei sobre tudo, e eu decidi ficar, com você..." Diz Aziraphale um pouco envergonhado, ele esperava dizer isso dentro da casa e sem vários humanos os observando.

"É isso? Você passou trinta anos pensando e agora decidiu voltar? Só isso? Sem mais nem menos?" Questionou o demônio cruzando seus braços para mostrar que aquilo com certeza não era suficiente para que Crowley o perdoasse.

"Bem... É... Eu não sei o que mais posso dizer..." Respondeu Aziraphale já se preparando para um sermão que com certeza viria.

"Ah, que tal começar com „me desculpa por te abandonar por trinta anos que deveriam ter sido alguns meses?„ Ou explicando por onde você andou todo esse tempo!? Vamos lá Aziraphale. Elabore." Crowley queria mais do anjo caído, algo que acalmasse seu coração partido.

"Olha, primeiro, meu nome é Zira agora. E Crowley eu não tenho muito o que dizer! Eu só precisava de tempo! E achei que você também precisasse!" Azirap- Zira, estava sem paciência para drama.

"Tempo!? Aziraphale eu não precisava de tempo! Eu precisava que você me amasse de volta! Só isso! Era sempre você quem se distanciava sempre que eu chegava perto! Eu tô pouco me fudendo pra tempo! Eu já tenho isso para dar e vender!" Crowley não estava nada satisfeito com esta situação, e honestamente, ele queria só aceitar Aziraphal- Zira, mas ele não conseguia, não desse jeito, não neste momento.

"Que saber, que se foda! Eu vim me desculpar com você!" Zira joga as flores no chão e vai embora batendo seus pés no chão em raiva.
Crowley observou enquanto Zira ia embora, seu coração o dizia para ir atrás dele, mas sua mente o disse para esperar, e seu coração partido teve que obedecer.

Logo os vizinhos de Crowley se aproximaram curiosos. "O que aconteceu aqui? Não é ele o tal amigo que você gosta e têm esperado todo esse tempo?" Questiona dona Mary.

"Sim, mas eu queria uma explicação real. Queria saber por quê ele foi, por quê demorou tanto... E queria ouvir um pedido de desculpas de verdade, é o mínimo que eu espero por ter esperado por ele durante trinta anos que deveriam ter sido alguns meses." Explicou Crowley com uma expressão magoada, ele não queria muito de Zira, só o suficiente para acalmar seu coração.

"É, concordo!" Afirmou Lizie, "é o mínimo que ele te deve!" A jovem tinha razão, Zira não pode sumir durante todo esse tempo e pensar que quando voltasse tudo estaria do jeito que ele deixou.

Logo todos foram embora para suas casas, e naquela noite Crowley bebeu todo o estoque de vinho, ele não esperava ter que lidar com esse tipo de dor denovo, suas noites já estavam começando a ser mais tranquilas e menos alcoólicas, mas Zira voltou e agora tudo caiu, e pela manhã Crowley teria que ir atrás de mais vinho para aguentar as próximas noites.

Crowley precisava guardar o diário, pois como prometido, só escreveria até que Aziraphale voltasse, e ele voltou, não como o esperado, mas voltou. Então Crowley decidiu escrever uma última vez no diário.

Olá Diário,
Aconteceu! Ele apareceu! E eu não sei se fico feliz ou com raiva, mas ele voltou!

Bem, ele com certeza não está do jeito que eu me lembrava, mas eu também mudei, né? Haha
De qualquer forma, tenho um problema...

Tem algo errado, eu não me senti como antes, não senti tanta vontade de abraça-lo como pensei que sentiria, meu coração não acelerou tanto quanto deveria, as borboletas não eram tantas quanto deveriam ser, o que faço?

Isso foi o que Crowley escreveu aquela noite, uma questão que está em sua cabeça, e se ele perdeu o encanto por Aziraphale depois de tudo que aconteceu...?

Ah, e quanto a aquelas flores que Zira deixou para trás? Crowley as colocou em um vaso de plantas e as deixou na livraria, seria um bom lugar para elas, junto a todas as coisas de Aziraphale que Crowley havia resgatado dos escombros da antiga livraria.

Eu te Esperei - GO² fanficOnde histórias criam vida. Descubra agora