Capítulo 5

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Nadei para longe dela, tentando chegar à superfície, mas suas criaturas polvo me puxaram. Tentei usar minha magia e minhas armas, mas elas rapidamente restringiram meus movimentos. Eram mais fortes do que pareciam.

A Amicitia veio até mim, seus grandes olhos se estreitaram em confusão enquanto ela tocava meu rosto com as mãos geladas e estando tão perto senti o cheiro de sua magia ruim, que me fez balançar a cabeça e resmungar.

Infelizmente não consegui segurar o ar por muito mais tempo, e comecei a me afogar. Ela percebendo isso arregalou os olhos de um jeito um tanto quanto assustador, e os polvos se afastaram, me soltando para que a Amicitia pudesse criar uma bolha de ar do meu redor, que não era de forma alguma ofensiva e sim protetiva.

A Amicitia me rodeou, seus olhos me observando da cabeça aos pés atentos, parecia tão confusa quando eu. Por que eu estava presa? Não entendia o que estava fazendo até que alguém pulou na água.

Quando me viu, o "camponês" parou, seus olhos se arregalando enquanto seu rosto se contorcia em uma careta que era a mesma que Nalu fazia quando via algo que o chocava, seguido de um abrir de boca que mesmo não podendo ouvir, sabia que soltava um palavrão. O "camponês" não se afogou, possuindo afinidade com o elemento água. Não havia dúvidas de que era Nalu.

Olhei para mim mesma tentando entender porque ele me olhava tão chocado, mas eu me vestia igual a ele, a única diferença era que eu era bem mais baixa. Nalu não demorou muito tempo me olhando, e logo nadou rapidamente em nossa direção, magia ondulou em suas mãos e ele criou um pequeno redemoinho, o lançando na Amicitia, que facilmente se esquivou, adquirindo uma postura ofensiva.

Ela avançou em sua direção, garras crescendo em seus dedos e sua pele se tornando um azul mais claro e luminoso. Nalu sacou sua lança, impedindo seu ataque, ficando em um empurra empurra com ela, enquanto usava sua magia para manter os polvos longe. Ele estava prestes a chutá-la quando ela cuspiu em seu rosto, fazendo com que ele gritasse e soltasse a lança se afastando com as mãos na face.

Gritei seu nome, dando um soco na bolha de ar que me prendia, ela apenas ondulou e não cedeu. A Amicitia avançou contra ele, batendo sua cauda em seu corpo, fazendo com que ele fosse lançado metros a frente, até bater em uma rocha.

A Amicitia estava vindo até mim, até que uma lança cortou a água, indo em sua direção. Ela desviou, se virando em direção ao seu atacante. Dessa vez não era Nalu e sim a Guarda de seu pai. Quando Duna me viu, ele também parou, seus olhos se arregalando, mas ele também não se demorou muito em mim, ordenando os outros para atacar a Amicitia e os polvos.

Eu não fiquei parada olhando, e tentei usar minha magia para me livrar daquela bolha, socando e socando e socando, eu não conseguia saber do que aquilo era feito, mas era forte, a bolha apenas ondulava mas não se partia.

Parei por um momento, respirando fundo, comecei a acumular ainda mais magia nas mãos, enquanto observava o desenrolar do outro lado da bolha. Os polvos não eram tão difíceis de matar se estivessem distraídos com alguém, e toda vez que um deles morria, um líquido branco se espalhava na água, nublando a visão. A Amicitia era a mais difícil de deter, e mesmo que estivesse lutando com vários Guardas parecia estar na vantagem. Enquanto suas garras defendiam a sua frente e sua magia os seus lados, sua cauda defendia suas costas, tentando espetar qualquer um que ousasse se aproximar.

Olhei em outra direção, onde Nalu havia sido lançado. Podia vê-lo flutuando na água, as pernas cruzadas, envolto em uma bolha menor que a minha, de sua própria magia, tentando manter afastado a gosma verde que flutuava na água e tentava atacá-lo. Suspirei aliviada ao ver que ele estava bem.

Voltei para a luta quando vi a Amicitia cuspir essa mesma coisa verde no rosto de um dos Guardas, que gritou tentando se limpar. Ele tentou usar sua magia, o que pareceu dar "vida" a essa criatura, que o atacou com ferocidade, se expandindo e cobrindo todo seu rosto como uma touca. O Guarda parou de se mover, seu corpo tremendo na água junto com a pequena coisa, que ondulava, crescendo sua "cabeça" como um polvo, drenando toda a vida, água e magia do Guarda.

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