Cap. 1

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J.JK.

A batida envolvente de Chase Atlantic leva os possíveis casais da noite para o centro da pista de dança; os corpos alterados por álcool e outras substâncias ilícitas parecem cambaleantes, bocas desconhecidas se encontram como se fossem amigas distantes em um reencontro, mãos ágeis percorrem todo e qualquer pedaço de pele como um navio atravessando o oceano na mais agitada das marés.

Também sou um grande apreciador do álcool. Gosto da sensação de euforia percorrendo meu corpo, a eletricidade que atravessa dos meus pés até minha cabeça de modo rápido, a leveza e torpor em que fico por um bom tempo, e até a leve tontura ao tentar me levantar e andar. Eu gosto, muito, mas não aqui e nitidamente não agora.

Porque essa boate é frequentada por mim toda sexta-feira, todas as semanas mesmo, e eu não ousaria tocar em algo capaz de bagunçar meus sentidos quando a única coisa que eu quero, é ver o dançarino que bagunça a minha mente. E o meu corpo, claro.

Ninguém que aqui frequenta sabe o seu nome. O dançarino mais quente de Seul, e arrisco dizer que deve ser do país inteiro. Loiro, altura certa para causar boa impressão e uma cintura leve capaz de enlouquecer o mais são dos homens – e das mulheres, e de todo mundo. Ele é inebriante.

Todos os elogios possíveis ainda seriam pequenos para ele.

Ele sempre é a atração das duas horas da manhã, onde resta no clube apenas quem paga uma comanda para vê-lo. Ele se apresenta apenas na sexta-feira, e rios de dinheiro se formam ao redor de seu corpo quente que nunca fica totalmente desprovido de roupas em cima do palco.

Eu já conheço bem, muito bem, o sorriso provocante e quente de canto que ele apresenta sempre que a primeira nota de dinheiro é jogada em sua direção. Eu sei que ele vai começar com uma vestimenta que esconde todas as curvas lindas de seu corpo para depois tirá-las uma a uma e mostrar o verdadeiro conjunto que apenas o deixa mais gostoso. Eu lembro com clareza cada movimento que ele já fez, e sempre imagino os próximos, jamais chegando perto do que a verdade me mostra.

Sim, eu sou um cliente assíduo aqui, apenas por ele.

E eu não sou um cliente qualquer. Meu nome – Jeon Jungkook – abre portas. E, com todo respeito, pernas também – apesar de que eu queria apenas um par ao meu redor.

Eu sou um modelo famoso. Não daqueles que desfila em passarela. Eu sou do estúdio. Já posei para grandes marcas, revistas famosas, até apareci em um filme uma vez. Agora, meu rosto está estampado na maior parte dos shoppings ao redor do mundo, em outdoors de avenidas famosas, e até em anúncios personalizados das redes sociais.

Afinal, eu sou o mais novo modelo da Calvin Klein. E, convenhamos, para posar para a marca não é preciso ter o rosto mais lindo do mundo, mas o corpo... bem, não é para qualquer um. Então, sem modéstia alguma, eu sei o meu valor e o meu poder.

E eu sei o que eu quero.

Duas horas da manhã em ponto, vejo o meu maior desejo em cima do palco. Hoje ele veste roupas vermelhas, um conjunto de calça e camisa sociais junto a um blazer. Ele raramente usa algo em seus pés, então ver sua pele exposta sobre o chão frio não é exatamente uma novidade aos meus olhos.

A música escolhida para sua dança inicial, dentre as três que ele sempre apresenta, é desconhecida por mim. Mas ela é envolvente, é lenta e tem uma batida provocante que acompanha seu olhar cheio de luxúria e o mesmo sorriso de canto que sempre me desmonta.

Seus movimentos vagarosos são muito bem calculados, ele não dá pontos sem nós. A primeira peça que cai ao chão é o blazer. Ele passa a mão pequena por seus fios loiros e os bagunça, deixando-os com um ar rebelde que beira ao selvagem em conjunto com seu estilo. Depois disso, abre lentamente cada botão de sua camisa, sempre ondulando o quadril, rebolando do jeito que só ele sabe e me fazendo criar mil e um cenários onde posso ver essa cena de outro ângulo.

Sob ele, atrás dele... dentro do carro, na banheira, sob o chuveiro, na cama, no sofá, na mesa da cozinha, no tapete da sala... como sempre, ele sequer precisa me tocar para me deixar arrepiado e dolorosamente excitado.

Quando ele tira a camisa, um cropped preto e preso em inúmeras fitas em suas costas aparece. Eu me sinto pulsar com a visão, é erótico e sensual do jeito certo. Porque mesmo que ele esteja se mostrando, eu vejo malícia e ainda assim não enxergo nada de modo vulgar.

Ele é apenas atraente demais para o meu psicológico.

E para o de todos que ainda o assistem e ainda jogam dinheiro no palco.

Alguns são mais discretos, como eu, e pagam diretamente para a conta bancária dele. Porque sim, podemos pagar o quanto quisermos diretamente na conta dos dançarinos nessa boate. O que o clube recebe é apenas o valor do show, a entrada no lugar e o consumo interno. O que os dançarinos recebem é totalmente deles.

Ao findar da primeira música, ele está apenas com um short de couro e o maldito top, peças que pouco o cobrem e que fazem minha imaginação flutuar ainda mais e percorrer cada milímetro do que ele expõe com afinco. Queria traçar todas essas linhas com minhas mãos, com minha boca, com a minha língua. Queria deixar marcas, queria enchê-lo de saliva com tantos beijos, queria vê-lo arquear as costas e gemer o meu nome despudoradamente.

Apesar de que, na prática, não sei qual seria o jogo dele. Não sei que tipo de homem ele pode ser na cama. E o pensamento apenas me excita mais e mais.

Eu assisto as suas duas outras músicas com a calça mais apertada do que deveria ser. O sufoco é tão grande que chega a ser doloroso, e me aperta do modo provocante mais gostoso que poderia.

Eu sempre me mantenho no escuro, na parte mais escondida da boate, mas meus olhos como de águia estão sempre fixos nele. E ele não olha especificamente para ninguém.

É em um gesto impensado de coragem, provocada pela adrenalina da excitação e nada mais, que eu sigo para os camarotes e paro de frente para a porta dele. Quase três horas da manhã, e eu tenho filmagens a fazer na tarde de sábado, e eu estou diante do homem que mais desejei ao longo da minha vida.

Possivelmente o único que me faria ignorar uma agenda lotada apenas para estar presente em todas as suas apresentações há quase um ano.

Com batidas tão leves que soam mais fracas que meu coração, eu aguardo por uma resposta. Não há nome em sua porta, apenas uma foto de seu rosto. A luz é fraca, ilumina parcamente, mas não é preciso. Quando ele abre um espaço e me enxerga, seus olhos se arregalam e sua boca entreabre.

— Jeon Jungkook? — Sua voz, que agora percebo ser doce, questiona.

Ele está suado, sua pele reluz a luminosidade de seu camarim em meio ao breu do corredor onde me encontro.

— Será que podemos conversar? — É o que resolvo perguntar, ao invés de responder a ele o óbvio.

Quando ele concorda e abre mais a porta, eu adentro o pequeno espaço.

E sinto que estou prestes a embarcar em um navio que percorrerá águas misteriosas e agitadas.

E eu não poderia estar mais ansioso para isso. 


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Eu amo meus leitores, mas os do grupo no whatsapp me odeiam, sinceramente kkkkk segunda história nova em menos de um mês que me fazem escrever :( triste vida de autora. 

Maaas, aqui é descontraído e safado, nada além (eu acho e espero). Uma short-fic de 10/15 capítulos. Espero que vocês gostem <3 

E dou os créditos de título, plot e algumas coisitas a mais as meninas incríveis do grupo que me deram tudo isso de presente <3 Dedico a vocês <3


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Beijinhos e até o próximo (em no máximo quinze dias) ♥

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