Capítulo 8 (final)

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J.JK.

Eu realmente gostei de cuidar de Jimin e de sentir que podia o proteger do que que que fosse. Ele dormiu em meu peito a maior parte da noite e, quando se cansou da posição, ficamos de conchinha e agarrados ainda assim. Talvez eu tenha me viciado em dormir com o braço ao redor de sua cintura, sentindo o seu cheiro gostoso e seus cabelos fazendo cócegas em meu rosto e pescoço.

Ainda é cedo da manhã de um sábado, mas o costume me faz já estar acordado e atento. Jimin ainda dorme, sua mão está entrelaçada na minha desde a madrugada, quando ficamos de conchinha e eu coloquei o braço ao redor de sua cintura e apoiei a mão em seu abdômen. Ele pareceu se sentir mais seguro assim.

O que me deixa mais triste, é que Jimin sempre se sentiu um objeto devido ao seu trabalho, mas nunca se importou por enxergar que isso é normal. Eu fico me perguntando se também o fiz sentir-se assim, uma vez que obviamente me aproximei por sua aparência. Apesar disso, eu não gosto da sensação de tê-lo feito pensar que o via como um objeto de prazer e nada além.

A culpa me mantém acordado, me impede até de fechar os olhos para tentar descansar mais cinco minutos.

Preciso conversar sobre isso com ele.

Quando ele se remexe nos meus braços, ouço seu bocejo e não evito de sorrir pequeno. Acho que estou caindo por você, Ji.

— Que horas são? — Ele pergunta baixinho, se virando para mim para poder se encolher contra meu peito. — Você é muito quentinho, eu não quero sair daqui.

Um sorriso me escapa e eu acaricio suas costas por cima da sua blusa de pijama que nada mais é que uma camisa minha. Ao contrário de normalmente, Jimin não quis dormir apenas de boxer e, por isso, aceitou um short de um pijama qualquer meu.

— Você pode ficar, mas respondendo o horário... Dez e meia. — Digo.

Ele ergue a cabeça de supetão e me encara. Um riso me escapa, especialmente com seus olhos inchados pelo sono e o pequeno bico na boca mais bonita que eu já beijei. Acho que eu não estou caindo, acredito que Jimin já me derrubou por inteiro com seu encanto.

— Está tarde.

— Eu diria que está cedo para o almoço. — Brinco, voltando a acariciar suas costas. — Depois que você se acordar completamente, podemos conversar? Não se preocupe que não é nada grandioso, é só algo ué quero dizer.

Jimin concorda com a cabeça e continua me olhando, sem dizer qualquer outra palavra. Acho fofa a sua feição ainda sonolenta e cansada. Eu não esperava nutrir qualquer coisa além de desejo ou um leve apego por ele, mas aconteceu em algum ponto do nosso envolvimento e acho que não quero mais parar.

Isso, claro, desde que continue fazendo bem a ele.

Quase uma hora mais tarde, após tomarmos um banho juntos e trocarmos selares lentos sob o chuveiro, eu decidi cozinhar para o almoço. Não é algo que faço com frequência, mas ver um animado Jimin sentado no balcão da minha cozinha enquanto eu faço nossa comida, me deixa motivado.

— Sobre o que queria conversar, Jun? — Ele pergunta.

E eu penso que um momento descontraído é tudo o que precisamos para uma conversa, especialmente uma que precisa ser tranquila. Eu não quero que ele fique tenso, ainda mais porque quero me desculpar.

— É um pedido de desculpas, na verdade. — Dou de ombros, cortando a carne em tirinhas. — Você me disse algo ontem que me deixou incomodado e eu não dormi direito pensando nisso.

— Qual parte em específico?

— Você disse que está acostumado com as pessoas dando em cima de você, especialmente por conta do seu trabalho, e isso me fez perceber que você deve se enxergar como um objeto algumas vezes por conta do modo que é tratado. — Digo, o olhando de soslaio. — E eu me senti mal por talvez ter feito você se sentir assim também.

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