Cap. 6

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J.JK.

Eu nunca fiz o tipo romântico, algumas vezes até pensei ser insensível no que dizia respeito a relacionamentos, tendo em vista que nunca me vi dentro de um e que queria distância desse tipo de compromisso. Não que eu seja um pegador que está a cada noite com um homem diferente, porque também não funciona assim, mas não quero me fixar a alguém de tal modo. Ao menos não agora.

Mas Jimin e eu temos algo, um lance eu diria. Somos ficantes, talvez? Amigos coloridos, quem sabe?

Três meses já se passaram desde que tudo começou. Desde então, inúmeras foram as maneiras que aproveitamos um com o outro, com poucas roupas no corpo ou nenhuma, desprovidos de tecidos e vergonha, cobertos de tesão e suor.

Tivemos madrugadas quentes, outras sob a água fria da piscina no meu quintal, outras com o vento batendo em nosso rosto na sacada do meu quarto, algumas rápidas no carro ou ainda mais apressadas no banheiro da boate e no camarim onde Jimin fica antes e após seus shows.

Ele me excita com cada mínimo movimento, me deixa atiçado e me sentindo insano com o jeito que ele anda, rebola e morde a própria boca enquanto me encara com firmeza, sabendo o estrago que fará comigo minutos depois.

Eu já o deixei marcado, com dor e até o fiz chorar de prazer, eu já o deixei rouco e com a garganta vermelha, já castiguei seus cabelos com puxões firmes e fortes, já deixei sua pele ardendo, já o mordi, chupei e baguncei. Eu já o levei ao limite mais vezes que posso contar.

Eu, inclusive, o dei mais orgasmos que seu corpo podia aguentar e, ainda assim, ele me implorou por mais.

Jimin já me encontrou enquanto eu tinha uma reunião importante e me chupou sob a mesa, tirou até meu último resquício de controle e depois riu descontrolado quando finalizei tudo e o fodi sobre a escrivaninha do escritório.

Em uma noite, fomos ao cinema sob a desculpa de que ele ainda estava dolorido e que não queria sexo, mas acabamos a noite transando feito dois selvagens em um motel que encontrei pelo caminho, dentro da banheira de hidromassagem, sob a água do chuveiro e depois com suas costas batendo contra a parede.

Acredito que poucas foram as vezes que fizemos uma única vez; poucas foram as vezes em que ele não gritou até ficar rouco. Ele sempre grita, ele sempre chora e ele sempre implora por mais.

Eu nunca estive com alguém tão sedento como Jimin, assim como nunca quis tanto permanecer com esse alguém pelo simples fato de que a nossa conexão é intensa e única. Nós conversamos pouco, mas sinto que isso sequer é necessário. Nós nos entendemos mesmo no silêncio e conversamos com gemidos quando ele me tem fundo dentro de si e aperta as pernas ao redor da minha cintura.

Ele gosta muito do meu colo.

Mas agora a cena que acontece é engraçada, eu diria. Eu o dei um orgasmo, como sempre faço, porém seu dia cansativo e seu esforço em rebolar com força em mim o fez simplesmente cair no sono após gozar. E mesmo que eu ainda estivesse dentro dele e duro, me acalmei rapidamente quando vi sua expressão suave.

É com extrema lentidão que me inclino para frente e o deito na cama, separando meu corpo do seu com muita calma para não arriscar o despertar. Eu ando até o banheiro, ignorando a ereção que quase dói, pego uma toalha e a deixo molhada de água quente e, depois, volto a ele e faço o trabalho de ao menos retirar o suor de sua pele.

Todos os meus gestos são lentos e suaves, com o pano limpo suas pernas, seus braços, seu abdômen, seu pescoço, seu rosto, todo o seu corpo. E ele simplesmente não acorda, mesmo quando visto uma boxer limpa nele e o cubro com o lençol. Ele apenas se aconchega um pouco mais.

Após o deixar descansando, pego uma calça de moletom qualquer e decido tomar um banho, e é nesse banho que percebo que a excitação se acalmou enquanto eu cuidava dele, afinal as segundas intenções acabaram assim que ele pegou no sono. Jimin já me deu passe livre para tocar nele sob qualquer circunstância, mas acordá-lo com um oral e aproveitar seu corpo enquanto ele dorme são situações completamente diferentes. E detalhe que eu só o acordei com oral porque ele me pediu e disse que adoraria despertar assim.

Esse tipo de coisa sempre tem que ser conversado com antecedência, porque mesmo que a pessoa queira, isso não é sempre. Tem dias que simplesmente não há clima.

Mas, bem, para Jimin todo dia é dia. Ele gosta o tempo inteiro, tem um fogo inacabável e gosta de ser saciado com intensidade e até violência.

Outro dia, eu o prendi na cama e o deixei vendado e até amordaçado. O sorriso satisfeito dele depois, todo destruído de tantos tapas e apertos, me demonstrou que ele gosta da dor quando ela é misturada com prazer. Mas fiquei me sentindo um pouco arrependido quando vi a marca das algemas em seus pulsos e tive o trabalho de cuidar dele. Naquele dia, Jimin me disse que eu seria um bom dominador, pois só um dom de verdade cuida do seu submisso mesmo sem ser solicitado.

É algo que na minha cabeça soa como óbvio, ele não precisou me dizer que estava com dor, eu vi a vermelhidão em sua pele e quis cuidar dele. Mas Jimin me disse que eu me surpreenderia se soubesse o tipo de pessoa com a mente errada que frequenta e faz parte do mundo do BDSM. Foi por conta dessas histórias que ele nunca quis ser submisso, além de que ele não sabe receber ordens sem ser cínico e isso certamente o faria ser punido o tempo inteiro.

Não que essa parte em específico seja ruim, ele adora quando apanha, quando eu o prendo, e quando eu o impeço de gozar. Nossa, ele rebola que é uma loucura quando eu o impeço de sentir mais prazer. No fundo, acho que temos um ao outro na palma da mão, porque tudo que ele pede eu dou e é assim ao contrário também.

Um sorriso me escapa quando saio do banheiro e ele me encara com um olho aberto e o outro fechado. Chega a ser adorável demais para ele, sequer parece o Jimin que me dizia tanta vulgaridade minutos mais cedo.

— Acho que o deixei duro. — Ele comenta, a voz cheia de sono e preguiça. — Me desculpe por isso. Eu o compenso pela manhã.

— O jeito que você apagou me deixou bem nítido que precisa descansar. Eu tenho uma reunião e saio cedo, fique dormindo o quanto precisar. — O aviso, me deitando ao seu lado. — Durma bem, loirinho.

— Você também, Jun.

O apelido não me surpreende tanto quanto o ato que vem a seguir. Porque em três meses essa é a primeira vez que ele se aproxima de mim na cama para dormir. Ele sempre dormiu do seu lado e eu do meu, mas agora é diferente.

Como se não bastasse, Jimin se vira de costas para mim, com a mão procura meu braço e me faz abraçá-lo.

— Conchinha, Jun. — Ele pede, em um dengo que é incomum para ele.

E eu o faço, porque mesmo sendo diferente, não é estranho.

E eu não deveria gostar tanto assim disso.

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Essa short-fic tem 10 capítulos (todos curtos), então temos mais 4 pela frente ♥

Beijinhos e até o próximo ♥

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