False Temptation

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O Arcanjo olhava com pesar para os dois serem humanos, que se chamavam Adão e Eva, que andavam pelo deserto com medo e arrepentendios por terem descumprido a única ordem que o Senhor tinha dado: não comer o fruto proibido, que estava em uma árvore no meio do Jardim do Éden.

Mas eles não comeram por vontade própria, estavam seguindo a ordem muito bem, até que um pequeno bode branco, com olhos azuis, convenceu Eva à toma-la e come-la, logo em seguida a mulher à ofereceu ao marido, que aceitou e à comeu também. E o resto vocês já sabem.

O Arcanjo ouviu um som de cascos batendo na pedra do muro em que ele estava. Ele olhou para o lado e viu o mesmo bode que tentou Eva vindo em sua direção. Em seguida, o bode branca se ergueu nas patas traseiras e começou à mudar de forma, tomando a forma masculina, mais baixo que o Arcanjo. Ele tinha cabelos loiros, quase brancos, no meio do mar branco, se sobressaia um par de chifres pretos e virados para trás, e possuía olhos azuis com as pupilas retangulares, tal qual as de um bode. O Arcanjo percebeu que os olhos de bode olhavam aflitos para os humanos.

- Cê tá bem? - O Arcanjo perguntou, levantando uma sobrancelha.

O Demônio o olhou com seus olhos de bode, cheios de culpa.

- O que? - O Arcanjo riu. - Tá se sentindo culpado por ter feito eles comerem a maçã? Fala sério! Você deveria estar feliz, não? Seu trabalho foi bem feito! Seu pessoal deve estar soltando fogos de artifício!

- Na verdade.. - O Demônio juntou as mãos, olhando para elas enquanto brincava com seus dedos. - O que são fogos de artifício?

- É um protejo aí. - O Arcanjo deu de ombros. - O que você ia falar?

- Eu não queria ter feito aquilo. - O Demônio murmurou, e o Arcanjo franziu a testa.

- Como não? Não foram os seus superiores que mandaram você fazer aquilo?

O Arcanjo viu o Demônio negar.

- Eu só... Ok, eu vim mandando dê lá para fazer alguma maldade, mas não me disseram o que eu deveria fazer, porquê está um caos lá embaixo, você nem imagina!

- Ah, posso imaginar. - O Arcanjo riu novamente. - Vocês caíram faz pouco tempo, então o escritório deve estar uma loucura!

- Exatamente! - O Demônio concordou, limpando a garganta logo em seguida. - Enfim, não sabia o que deveria fazer, então fiquei esperando ordens do meu superior: Beelzebub.

- Ok. - O Arcanjo assentiu, fazendo um sinal para que o Demônio prosseguisse.

- E então, hoje de manhã, eu estava passeando pelo Éden, feliz da vida. Quando vi aquela árvore magnífica, parecia brilhar! Por acaso Eva estava ali por perto, e eu comecei à conversar com ela sobre a árvore e seus frutos, dizendo o quão saborosa parecia, o quão cheirosa era e o quanto eu estava com vontade de experimentar, e.. E...

- E? - O Arcanjo levantou uma sobrancelha.

- E ela pegou e comeu! - O Demônio gritou, arregalando os olhos. - Então ela correu e ofereceu pro Adão, antes que eu à impedisse!

- Espera... Você está me dizendo que você tentou a Eva... Sem querer?

O Arcanjo viu o Demônio assentir, com uma expressão de puro arrependimento e sofrimento. O coração do Arcanjo errou uma batida. A ingenuidade que aquele Demônio demonstrou o fez se sentir diferente. Ele era diferente. Se perguntou como que ele havia caído.

- E agora olha para eles! - O Demônio continuou. - Eles vão passar fome, frio, medo, oh, Deus!

O Demônio arregalou ainda mais os olhos, tapando a boca. O Arcanjo riu daquela cena.

- Eu não deveria ter falado isso. - O Demônio murmurou, sorrindo tímido ao ver que o Arcanjo ria.

- Você é tão estranho. - O Arcanjo comentou, limpando uma lágrima que escorreu de seu olho amarelo de tanto rir. - E hilário!

- Bom... Obrigado! - O Demônio ficou com as bochechas vermelhas, fazendo o coração do Arcanjo errar outra batida.

- Eu acho que eu lembro de você... - O Arcanjo comentou. - Não foi você que me ajudou quando eu liguei as engrenagens do início do universo?

- Sim! Sim, fui eu. - O Demônio deu um saltinho alegre pelo Arcanjo ter se lembrado dele. Ninguém lembrava dele.

- Azira...

- Esse era o meu nome de anjo. - O Demônio o cortou. - Agora sou Azazel.

- Oh, sim, claro. - O Arcanjo concordou. - Sou..

- Raphael! Eu sei quem você é. - O Demônio o cortou novamente, dessa vez foi a vez dele de ver o Arcanjo ruborizar.

- Sabe, para de tar algum consolo, não foi sua culpa, também.

- Como? - Azazel franziu a testa.

- Sobre aquilo deles terem comido do fruto proibido, sabe? - Raphael deu de ombros. - Deus tava pedindo, não é? Colocar uma árvore no meio do Éden, toda reluzente; era quase um chamado para pecar.

- Como pode dizer uma coisa dessas?! - Azazel olhava para Raphael com olhos arregalados. - Você também é bem estranho.

- Por quê?

- Você fala esse tipo de coisa sem se preocupar. - Azazel respondeu, vendo Raphael rir enquanto concordava com a cabeça. - Como você não caiu? Tem as mesmas ideias que meu chefe.

- É que eu sou o filho favorito da minha mãe. - Raphael respondeu, sorrindo orgulhosamente.

- É, eu percebi isso. - Azazel murmurou, sorrindo por ver Raphael sorrir. O Demônio ficou admirando o Arcanjo, ele era lindo: seu cabelo vermelho reluzia à luz do dia e ele tinha olhos cor de mel.

- Acho que vai chover. - Raphael avisou, e Azazel piscou algumas vezes, tentando botar seus pensamentos em ordem.

- Chover? O que é isso? - Azazel perguntou, somente agora que a grande bola de fogo no céu, que se chamava sol, estava sendo tapada por nuvens cinza-escuro. - O que é isso? O Armageddon?! Achei que iria demorar mais alguns anos!

- Não! - Raphael riu novamente. Não se lembrava da última vez que havia se divertido tanto. - Isso se chama chuva. É somente água.

- Água? Que caí do céu? - Azazel começou à sentir os pingos gelados em seu rosto. Acabou se encolhendo um pouco.

Azazel se surpreendeu quando a asa grande e branca de Raphael o cobriu. Ele agradeceu com o olhar.

- Somente espero que eles fiquem bem. - Azazel comentou.

- Eles vão ficar. - Raphael garantiu. - Mamãe não é tão ruim assim. E eu dei a minha espada para eles, para que...

- Você o que?! - Azazel gritou, vendo o Arcanjo dar um sorriso tímido, enquanto dava de ombros. - A sua espada flamejante?

- Sim. - Raphael respondeu. - Eles precisam mais do que eu. Com aquela espada, vão poder se aquecer com o fogo, espantar animais, fazer um churrasquinho, etc.

- Isso foi muito bom da sua parte. - Azazel elogiou, vendo o Arcanjo coçar a nuca, envergonhado.

- Bem, eu sou um anjo, ser bom é o meu trabalho. - Raphael brincou, arrancando uma risada de Azazel.

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não sei que que eu tô fazendokkkkk só quero esquecer o último ep dessa 2 temp 🥺😭

Reversed Omens - Ineffable Husbands Onde histórias criam vida. Descubra agora