Eu Alissa

7

Mais uma vez estou na mesa sozinha, depois da foda incrível da noite anterior acabei capotando e acordei sozinha, tomei café da manhã sozinha e agora estou almoçando sozinha, isso é frustrante.

Poxa eu me esforcei tanto para fazer a comida preferida dele, me pergunto se ele não gosta da minha comida, ou se por acaso está deixando de me amar.

Esses pensamentos me fazem perder o apetite e algumas lágrimas rolarem pelo meu rosto.
Entristecida levanto recolhendo os pratos que não foram usados e começo a guardar a comida.

Minha ideia de casamento não era essa, meu pai por mais ocupado que estivesse sempre estava presente nas refeições, fazem apenas duas semanas que estamos casados.

Entediada resolvo ir até o celeiro cuidar dos cavalos tinham alguns peões que quando me viram saíram apressados do lugar, é sempre assim todos os empregados assim que me vêem saem as pressas do local me deixando sozinha.

Pego as coisas e começo a lavar os cavalos enquanto cantarolo uma música antiga que minha mãe cantava para mim quando eu era pequena.
- O que está fazendo aqui Alissa?- Levo um susto com a voz de Gustavo que surge do nada.

- Estou saindo do tédio.- Não dou bola para a presença dele e continuo o que estava fazendo.

- Porque está me ignorando?- Gustavo abraça minha cintura e da um cheiro no meu pescoço, então me afasto bruscamente dela.- Alissa!

- Talvez porque eu só tenha um marido no papel e na cama.- Solto descontente.

- O que?

- Não se faz de sonso Gustavo, desde que cheguei aqui fiz todas, todas as minhas refeições sozinha isso porque eu mal vejo o meu marido durante o dia, e aí quando chega a noite e ele lembra que tem uma esposa é só para foder.- Despejo com raiva.- Você ao menos pergunta como foi o meu dia.

- Terminou de reclamar?- A pergunta de Gustavo me deixa com ainda mais raiva, viro de costas para ele e continuo cuidando dos cavalos.- Não me de as costas Alissa...

- Me deixa Morales.- Gustavo pega meu braço colando nossos corpos e com a mão livre segura meu queixo.

- Chega Alissa, você sabe que eu preciso trabalhar...

- Certo vá trabalhar e me deixa aqui quieta...

- Porra Alissa o que você quer?

- No momento que me solte.- Assim que ele me solta volto a ignorar ele.- Volte a trabalhar Morales está perdendo seu precioso tempo aqui comigo.

- Tem razão.- Gustavo sai pisando firme no chão e assim que tenho certeza de que ele não está mais aqui começo a chorar.
Casamento mais bosta que eu fui arrumar em, e acho que no fim ele só casou por ter sexo garantido a hora que quiser.

A mas não vai ficar assim mesmo, ou ele volta a ser como ele era antes de nós casar ou eu vou embora.
Decidido, entre tanto a ideia de ir embora faz me um aperto no coração porque eu o amo tanto?

***

Não sei ao certo que horas são mas é tarde, sinto o cheiro de sabonete e corpo limpo, Gustavo me abraça e me aninho em seu peito até lembrar que estou de mal com ele.

Tento a todo custo sair de seus braços o que o deixa um tanto irritado.
- Para de se mexer..

- Então me solta.

- Não vou te soltar, agora para de se mexer antes que eu a possuam com força.

- Eu estou mandando você me soltar.

- e por enquanto estou recusando gentilmente.- Começo a me debater mas só consigo que ele fique sobre mim segurando meus braços sobre minha cabeça.- CHEGA ALISSA O QUE CARALHOS DEU EM VOCÊ QUE SÓ RECLAMA.- Grita me fazendo chorar.- Porra, não chora.

- O que deu em mim? O que deu em você que antes sempre teve tempo para mim e agora que estamos casados mal o vejo.

- Isso tudo por atenção?

- É Gustavo isso tudo porque eu quero pelo menos ter as refeições com o meu marido se não estiver disposto a me dar o mínimo que mereço eu também não estou disposta a ficar aqui.

- Do que você tá falando ALISSA, você nunca vai ir embora tá me ouvindo.- Seu estado parece perturbado como se o cara que eu amo não estivesse ali.

- Gustavo...- Seus braços me cercam em um abraço apertado e então eu o ouço chorar como uma criança.

- Amor me perdoa, me perdoa.- Vê-lo tão frágil desse jeito faz o meu coração doer, e então eu retribuo o abraço porque eu o amo.- Eu prometo que daqui para frente farei todas as refeições com você eu prometo, só não me deixa.

- Não vou te deixar Gustavo, eu te amo, tudo o que peço é que seja um marido ao qual eu não deixe de amar um dia.- Me afasto de seu abraço o suficiente para olhar em seus olhos, os aos quais tão claros refletia a luz em suas lágrimas.

Por um momento achei que Ananda estivesse certa, mas Gustavo continua sendo o meu Gustavo o meu marido, o homem por quem me apaixonei isso me deixa aliviada.

- Eu te amo Alissa me perdoa por ser um péssimo marido.- Sou pega de surpresa quando ele me pega no colo e me beija.- Deixa eu entrar em você, preciso sentir você novamente.

- Gustavo, acho que não é o momento você não parece estar bem...

- Dani-se só deixa eu te provar de novo.- Suas palavras me deixam sem graça, custo a acreditar que era a mesma pessoa a segundos atrás que estava chorando, e agora não existe bem mesmo vestígios de um chorro.
Esse homem é insano, algo nele realmente mudou, e eu não sei dizer o que é ao certo, mas não importa enquanto ele me amar eu vou estar bem.

- Tudo bem, mas só um pouco.

- Vou te fazer mudar de ideia quanto a um pouco.- Diz determinado o que me faz sorrir.

- Não mesmo Gustavo..

- Veremos então amor.