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- Eu te avisei.- Ananda tem um sorriso convencido no rosto de um jeito que me irrita mas saber que ela sempre esteve certa me faz querer chorar.- Alissa, você tem que acabar com isso antes que fique pior.

- Eu não posso Ananda, eu amo ele.- Me sinto uma idiota.

- Meu medo é de ele te machucar Alissa, e me diz o que adianta só você estar amando nesse relacionamento?

- Mas agente está junto a tantos anos, e tão pouco tempo casados.- Eu estou frustrada por não conseguir manter o meu casamento em ordem, poxa eu me casei com meu primeiro amor, mas hoje me questiono se ele me ama, até tenho medo de que ele não seja como antes.

- Alissa, agressão é crime, não importa se é física ou verbal, e outra você não tem que se sujeitar a alguém que não dá o que você merece.

- Me ele é meu primeiro amor.

- Não significa que possa ser o único ou o último, na verdade essa história de primeiro amor nem é tão importante assim.- Eu não contesto, Ananda teve uma vida bem mais experiente pois até certo ponto morou em cidade grande, mas eu? Eu nasci e cresci aqui, conheci meu marido e continuo aqui provavelmente vou morrer aqui também.

- Mas eu o amo.- Sinto algo dentro de mim uma dor ao pensar em o abandonar.- Eu jamais conseguiria deixar Gustavo.

- Você não precisa deixar ele Alissa.- Olho para Ananda que tem um sorriso travesso no rosto.- Não de a ele o que ele quer e ele vai ficar nas suas mãos como um cachorrinho adestrado.- Nanda consegue toda a minha atenção.- Funciona muito bem com o Sanches e tenho certeza que com o Gustavo também.- Pisca pra mim.

- Como eu faço?- Pergunto interessada.

- Você tem que provocar ele Alissa mas quando estiverem quase lá você da uma desculpa e deixa ele resolver sozinho, repita isso umas três vezes seguidas que ele vai estar na sua mão.

- Será?- Pergunto mais para mim mesma.

- Não vai saber se não tentar.

***

"Alissa! Você consegue" dito para mim mesma me olhando no espelho, Lingerie vermelha foi o que Ananda disse.
Ouço os passos de Gustavo e finjo estar saindo do banheiro, o roupão está aberto o que lhe dará a visão do meu corpo.
- Oi amor.- Me beija após ter me encarado por um tempo.- Está muito gostosa.- Ele aperta minha bunda me fazendo corar algo que pra mim é inevitável.

- Vai voltar para o trabalho?- Pergunto mesmo sabendo que as intenções dele é sexo e então ir para o escritório como eu odeio isso.
Deito na cama pegando um livro, não demora para que ele esteja sobre mim jogando o livro para longe.

- Vou amor.- Ele beija meu pescoço me fazendo arfar.

- Gustavo.- O impeço de continuar quando o sinto duro entre minhas pernas.- Eu não estou me sentindo bem hoje.- Gustavo beija a minha testa e então se senta na cama.

- Precisa ir ao médico?- Sento na cama também e o observo colocar as botas um tanto frustrado.

- Não, eu só estou indisposta hoje.- Falo aceitando o beijo casto deixado em meus labios.

- Tudo bem, eu te amor amor.- Dito isso ele sai do quarto.

- Primeiro passo, concluído com sucesso.- Falo para mim mesma feliz por conseguir resistir a Gustavo, e mais feliz ainda por ele ser compreensível e carinhoso.

O que me faz lembrar da noite em que ele me pegou pelo pescoço, não de um jeito erótico e sim algo que me assustou e machucou, meu sorriso more ao lembrar das coisas que ele me falou naquela noite.

Deitada na cama observo o teto agora sem sono, Alissa está certa eu devo acabar com isso antes que ele levante a mão pra mim. Mesmo que eu me negue a acreditar eu preciso admitir que sinto medo, Gustavo não é mais o mesmo daquela manhã que nós conhecemos.

Quem diria, naquela época era eu quem ajudava Ananda com Sanches e agora, Gustavo parece estar seguindo pelo mesmo caminho.

Levanto, me desfaço da lingerie e coloco uma camisola.
- Se eu não te conhecesse diria que estava vestida daquele jeito para me provocar.- Levo um susto com Gustavo que entra no quarto.

- Eu não faço isso.- Desvio o olhar um péssimo hábito que tenho quando minto.

- Tem certeza?.- Ele se aproxima com um copo de água e um comprimido.- Porque se não, teria continuado apenas de lingerie, a cor também era bem específica, mas esses olhinhos.- Ele sorri vendo que estava certo.- Eles me mostram todas as suas verdades.

- E se eu estivesse? - Desafio após ter tomado o comprimido.- Você não me dá o que eu quero e eu também não sou o que você quer, sendo assim estamos quites.- Dou de ombros e ele suspira parecendo cansado, mas sou eu quem estou.

- Ainda com esse papo Alissa?- Sento na cama.- Esteve com Ananda não é?

- Meu marido não me dá atenção eu me sinto entediada, o que melhor do que passar o dia conversando com a minha prima?- Pergunto debochada o fazendo me olhar sério.

- Está se revelando uma garota muito exigente...

- E você um ogro.- Rebato o vendo caminhar até mim.- Eu te amo Gustavo, mas eu não sou obrigada a amar sozinha.

- Só que eu também te amo Alissa, e isso é infantilidade...

- Não é não, isso é bem justo eu não tenho o quero você também não.

Eu AlissaOnde histórias criam vida. Descubra agora