Cena De Crime

148 15 0
                                    

Foi difícil sair do edifício com a comoção que estava tendo em frente a ele. Toda a circunferência do Cemetery Building estava tumultuada por corpos cobertos por sangue e veículos que acabaram colidindo e por ali ficaram. Ainda era possível ouvir tiros ressoando pela região.

Um pouco adiante, encontrei um carro "intacto", porém tinha um homem dentro. Ele estava morto, foi atingido por uma bala perdida, provavelmente. A janela do veículo estava aberta, então foi fácil usar o carro, a chave estava lá e a gasolina estava cheia também. Minha dificuldade foi tirar o motorista do veículo, não queria deixá-lo jogado às moscas.

Entrei no veículo e liguei a chave de ignição, após deixar o pobre homem as adjacências de alguns arbustos.

O trânsito em York Shin estava parado, mas usufrui de outras rotas para poder chegar na ilha. Ela não era muito distante da cidade, mas gastei vinte minutos para chegar. Isso, claro, dirigindo em alta velocidade.
 


Havia chovido. O lugar estava silencioso e taciturno. Me aproximo da mansão de um amarelo ocre e de arquitetura um tanto rústica, seguindo a moda do classicismo.

Deveriam ter guardas por aqui, mas o que vejo são corpos gélidos sobre o chão úmido.

Meu corpo estremece a cada passo, meu coração está descompassado, mas meu semblante continua indiferente. Eu já sabia o que encontraria logo após aquela porta.

No primeiro andar, na sala em que eles estavam reunidos, vejo todos sentados ao redor da mesa, há umas velas por cima, não estão acesas.

Antes de ir até meu pai, procuro por rastros  que indicassem que alguém que não fosse dos Dez Dons esteve por aqui e o que vejo são agulhas, agulhas anchi, em todos os corpos.

— O desgraçado deve ter usado isso para controlá-lo. — falei, retirando uma agulha da nuca do loiro que representou os Dez Dons logo cedo no telão.

Olho mais uma vez o recinto, não faz uma hora que eles foram mortos. Menos que isso. Não há muito sangue por aqui, logo, eles devem ter sido mortos por alguém especialista em assassinato.

— Você morreu tão facilmente, Velho — digo, olhando para meu pai.

A sensação que invade meu interior é de vazio, um vazio inexplicável. Todo esse lugar fúnebre, me deixa tensa e um pouco sem ação.

Poderia ficar por horas afins na sacada, absorta em um grande nada. O sinal telefônico não estava funcionando. Ouço um ruído vindo de algum lugar próximo e fui averiguar o que era.

Para meu espanto havia alguém vivo ainda, ele estava num dos cômodos da mansão, muito ferido. Se estivesse chovendo, provavelmente eu não o ouviria. Ele havia sido segurança do meu pai por muitos anos, então eu o conhecia.

— Não se mexa, você vai sangrar mais — digo, ao ver o segurança tentando se levantar. Ele está com um ferimento no pescoço e outro na barriga. — Vou chamar um médico, não se preocupe.

— N-Não se… p-preocupe… s-senhorita Ritz. — O homem começa a tossir sangue.

— Ei, fique calmo. — Coloco o homem sobre minhas pernas. — Deve ter álcool em algum lugar daqui, vou procur—

— Assassi… assassinos — o segurança diz.

Franzo o cenho em resposta.

— Assassinos? De quem você está se referindo?

— Os… Z-Zoldyck — balbucia.

— Zoldyck?! Qual deles? — indagou alto, olhando para o homem quase morto.

Poker Face - Imagine Illumi ZoldyckOnde histórias criam vida. Descubra agora