Sensações e luxúria

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Inicialmente, solicitei ao Illumi que ocupasse meu lugar em uma pousada em Dentora, pois a máfia estava em busca de minha pessoa e era essencial encontrar um refúgio seguro para a noite, sem que fosse a mansão dos Zoldyck. 

Sem hesitação, ele aceitou o pedido e até mesmo contatou Amane, uma dos mordomos de sua família, para providenciar alguns itens essenciais, como um novo veículo e vestimentas. Era crucial evitar chamar atenção ao chegar em um estado ensanguentado, especialmente porque meus pertences estavam no carro que Illumi destruiu ao colidir com uma árvore.

No aconchegante e modesto quarto da pousada, comecei a remover as peças de roupa emprestadas por Amane, enquanto ele permanecia sentado à beira da cama. Era claro que eu não me sentiria constrangida em ficar despida na sua presença, ainda mais depois de tudo o que havia ocorrido entre nós. E ao que parecia, Illumi Zoldyck também não se incomodava em observar.

— Estava pensando... — disse enquanto tirava minha calcinha. — Tenho algumas dúvidas sobre sua sexualidade.

Eu sei, foi bem ridículo o que comecei.

— Você está sugerindo isso só porque não estou olhando você nua e machucada? — retrucou.

— Isso e algumas outras coisas — respondi com um leve sorriso — Seria pelo seu jeito andrógeno, mas não vejo problema nisso. É apenas uma observação genuína da minha parte. — Virei-me para encará-lo diretamente.

O Zoldyck olhou-me de cima a baixo, sem expressão.

— Para mim, tanto faz — ele respondeu indiferente.

"Que frieza invejável", pensei.

— Tanto faz? — questionei, engolindo em seco.

— Não me importaria de transarmos debaixo do chuveiro, se é nesse ponto que está querendo chegar, mas você não aguentaria de qualquer forma. Está bem machucada e mal consegue ficar em pé — comentou com zombaria, irritando-me um pouco.

Suspirei diante de seu atrevimento e dirigi-me até a porta do banheiro.

Percebi que seus olhos negros estavam fixos em mim. Essa perseguição de seus olhos sobre mim, me incomodava. Essa constante sensação de estar sendo observada, me irritava. Não estava sendo fácil confiar nele, mas precisava confiar, nem que fosse um pouco. Seria isso, ou enfrentar sozinha os mafiosos de York Shin.

— Está bem, vou tomar banho com você — declarou de última hora.

O box, milagrosamente, era espaçoso o suficiente para nós dois. Ao ligar o chuveiro e averiguar se a temperatura da água estava morna, meu corpo foi coberto, junto com o piso, de sangue e sujeira do meu cabelo. Finalmente, pude sentir as dores amenizarem com a temperatura do líquido. Abri meus olhos e vi Illumi esperando para entrar, em vez de se aproximar. Sorri, achando a situação constrangedora e divertida, considerando o que havíamos passado. Sai da água para pegar o sabonete e o shampoo.

Ao passar o produto em meu corpo, voltei a sentir dor e gemi, mordendo meu lábio para canalizar a sensação lancinante. Na verdade, meu corpo precisava de curativos e não de água e sabão. Por sorte, estava de costas para Zoldyck, então ele não podia ver minha expressão de dor e nem se vangloriar por aquilo.

De repente, senti seus dedos invadirem bruscamente meus cabelos úmidos e sua mão me guiar até seus olhos. A água do chuveiro cortava o silêncio tenso enquanto nos encaramos, cada um avaliando cuidadosamente os próximos movimentos do outro. O brilho dos meus olhos refletiam uma mistura de desconfiança e curiosidade, à medida em que Illumi mantinha sua expressão determinada.

— Pensei que tivesse dito que eu não aguentaria — insinuei com malícia.

— Eu disse? Não me lembro mais.

Poker Face - Imagine Illumi ZoldyckOnde histórias criam vida. Descubra agora