Dias se passavam e ela continuava presa, sua mãe mandava entregarem roupas e boa comida, mas ela não tinha nenhum tipo de entretenimento e nem uma boa cama para dormi.
Os guardas nos primeiros dias não tiravam os olhos dela, mas depois de um tempo voltaram a ter seu horário de almoço e janta com um tempo menor, isso lhe deu a esperança, mesmos que mínima, de conseguir fugir e tentar entender o que de verdade estava acontecendo. Toda noite esperava que Michael voltasse como ele disse que faria, mas já não acreditava mais nessa possibilidade.
Enquanto tentava pegar no sono em sua cama dura e desconfortável, ouviu um barulho vindo da janela, que atualmente estava coberta por pedaços de madeira e pregos enferrujados.
– Quem tá aí? – Se levanta da cama meio dolorida.
– Sou eu, Michael – Diz ele enquanto chuta as madeiras na intenção de quebra-las – Eu disse que iria voltar para te ajudar.
– Você está fazendo muito barulho, não vai conseguir quebrar as madeiras, vai acabar sendo pego.
– Sei que os guardas a essa hora estão jantando, não tenho as chaves para a cela, mas trouxe o cerrote daquela outra vez, talvez dê para tirar essas madeiras com ele também.
– Tá, mas vamos ficar em silencio – Agarra as grades – e tenta fazer isso rápido, o horário de almoço e janta foram diminuídos.
O ambiente só não ficava totalmente silencioso pelo barulho do cerrote partindo a madeira e por alguns resmungos de cansaço do Michael. Demorou uns 5 minutos para que ele conseguisse remover todas as madeiras e conseguir entrar. Anica quase não reconhecia o garoto, seus cabelos já não estavam tão longos, agora parecia um arbusto arrepiado, ele usava uma roupa estranha e uma capa totalmente preta, além de não estar com o mal cheiro que tinha antes.
– Que roupa estranha é essa – Levanta a capa que ele usava – Roubou isso?
– Você tem preocupações muito maiores do que minha roupa no momento – Começa a cerrar as barras da forma mais rápida que conseguia.
– Não sei se vai dar tempo, isso tudo está me dando nos nervos – joga uma barra no chão.
– Você é magra, se eu conseguir cortar três barras dessas você já consegue passar sem problema nenhum.
Depois de uns 10 minutos ele conseguiu remover duas barras e estava quase terminando a terceira, mas seus braços já estavam fracos e não aguentavam mais fazer tanta força, e não restava muito tempo até a volta da guarda real.
– Me dá isso aqui – Anica pega o cerrote das mãos dele – Se continuar nessa velocidade seremos pegos.
– Você consegue? Precisa de muita força.
– Sou princesa mais não sou fraca – sem fazer muito esforço ela termina de cortar o resto da barra e sai da cela – e se você diz ter vivido comigo em outras vidas, ou seja lá quando, deveria saber disso.
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O tempo sem você
FantasyAnica tinha a vida perfeita como a de qualquer princesa, mas tudo muda ao receber de presente uma ampulheta, idêntica a que uma que um dos prisioneiros de sua mãe havia trago no dia de sua prisão, por sua curiosidade pela poderosa magia exaltada dos...