Dias tranquilos

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♤ A origem do universo é explicada cientificamente como o resultado da expansão de uma partícula minúscula, que deu origem a todas as manifestações físicas da realidade, incluindo a dimensão espaço-temporal e uma diversidade de formas de matéria, como corpos celestes: planetas, estrelas, galáxias e os constituintes do espaço intergaláctico. Mas essa é uma resposta humana, uma resposta incrédula daqueles que não acreditam na existência de um ser superior, do que é divino. Da essência divina emanou toda a existência passada, presente e futura, engendrando inimagináveis universos e seres celestiais, repletos de glória e poder. Seres e mundos eram distribuídos em domínios divinos: o Arcano, onde Elohim, o dragão divino, residia com deidades; o Celestial, onde Adhot-nai, o Serafim, permanecia com seus anjos; o Feérico, habitat das criaturas mágicas onde repousava Shadai, o leão; e, por fim, o Reino da Sabedoria, habitado pelos humanos. Cada reino designava um líder notável por sua honra, virtudes e sabedoria para representá-lo. Estes líderes eram abençoados com o DCHO-HUL, uma dádiva divina que moldava-se conforme o coração do escolhido, amplificando suas capacidades físicas e permitindo-os convocar armas divinas. Com os seis elementos à disposição - ar, terra, fogo, trovão, água e luz - cada líder governava com justiça e glória, mantendo o equilíbrio em seus impérios. Quando o ciclo de um líder chegava ao fim, uma nova seleção ocorria, normalmente organizada pelos filhos dos antigos líderes. No entanto, ao se aproximarem das seleções, algo incomum ocorreu: o reino da sabedoria não apresentou seu representante. A verdade veio à tona - a ganância pelo conhecimento havia corroído o coração do líder desse reino, mergulhando-o na escuridão. Essa sombra se espalhou e afetou todo o reino, levando a divindade a considerar destruir tudo o que havia criado. Neste momento crucial, três entidades poderosas intervieram: Elohim, o dragão; Adhot-nai, o Serafim; e Shadai, o Leão. Eles imploraram à divindade por clemência, pedindo que poupasse os não contaminados e purificasse o reino da sabedoria. A divindade acolheu o pedido e separou os afetados dos puros, criando um véu que dividia a terra. Porém, fragmentos do DCHO-HUL permaneceram nas mãos de alguns humanos, e estes, com sua astúcia, desenvolveram técnicas de combate. Enquanto os líderes dos outros reinos se preparavam para a guerra, um reino sombrio e inamistoso com domínio sobre as trevas aproveitou a oportunidade. O véu se rompeu, não pelo reino da sabedoria, mas pelas criaturas habitantes das sombras. Unindo forças com os humanos caídos, eles se lançaram em uma guerra devastadora contra os outros reinos, ameaçando mergulhar o mundo em caos.
Os reinos celeste e Feérico estavam à beira da queda, tendo sofrido devastadoras perdas em termos de população e terras. Diante dessa terrível situação, a entidade concedeu permissão a Elohim, adhot-nai e shadai para selecionarem meios mais apropriados de proteger suas terras, libertando-os para agir. Elohim, o dragão de pura energia, uniu-se aos outros líderes e entoou um poderoso cântico que repeliu as hordas inimigas, forçando-as a recuar. Em seguida, a divindade presenteou cada um dos três com um dom especial. Com o passar do tempo, devido às enormes perdas, os três reinos se unificaram enquanto o reino humano enfrentava o exílio. Os humanos banidos foram cruelmente atormentados pelos demônios do reino hostil, mergulhando a terra em uma tormenta tão terrível que ela se tornou infértil, incapaz de sustentar a vida. Animais pereceram de fome e doenças, fornecendo uma energia nefasta para as criaturas malignas, enquanto os humanos se tornavam a principal fonte de energia para os males que vagavam pela terra, alimentando-se de emoções como ódio, temor e ressentimento. Para aplacar os seres malignos, os humanos ofereciam sacrifícios em holocausto, utilizando jovens inocentes e indefesos como oferendas, mas mesmo assim não foi suficiente. As entidades malignas ansiavam por mais, infiltrando-se nos corações dos homens e mulheres, corrompendo-os cada vez mais. O sangue de inocentes escorria pelas mãos dos assassinos, enquanto as criaturas malignas absorviam com avidez a energia emanada. Esse mal se espalhou por todo o mundo. Alguns humanos, desesperados e acuados, uniram-se em busca de redenção, implorando pelo perdão divino. Compadecida de seu sofrimento, a divindade atendeu aos apelos e abençoou aqueles humanos arrependidos com o DCHO-HUL. Esses indivíduos penitentes uniram-se aos outros reinos para expulsar as hordas malignas da terra. Com a ajuda dos representantes dos três reinos, eles obtiveram a vitória, erguendo uma impenetrável barreira que impedia o retorno das forças inimigas à terra. No íntimo, a dolorosa maldade alojada nos corações de uns poucos conduziu as legiões a invadir o reino humano. Nesse cenário sombrio, Elohim se viu incumbido de zelar pelos humanos, enquanto o dragão, destinado a coexistir com a humanidade, escolhia desde o ventre materno o seu hospedeiro. O poderoso ser nascia imbuido de imensa potência, comprometido a cumprir a missão dada: proteger aquelas criaturas frágeis e altivas. Como grãos de areia escorrendo entre os dedos, essa narrativa foi gradativamente apagada pelo tempo, e poucos eram aqueles que detinham conhecimento sobre a história e sobre o DCHO-HUL. Essa minoria gananciosa anseia desesperadamente descobrir o presente conferido ao dragão, na esperança de incitar sua ira e romper o selo que resguarda as legiões...

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