Primeira vez

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Aquela luz estava cegando os seus olhos, tudo que pensava era que se arrependimento matasse ele não teria tomado a última que acabou se tornando a primeira dose. E aquela aula como todas as outras estava sendo uma causa perdida, ele era inteligente, tirava boas notas sem nem ao menos tentar, já há muitos anos ele não tentava. Em algumas ele dormia sem disfarçar, outras ele fingia se importar, esse dom ele tinha, saber quando podia estar nem aí pra nada. E naquela aula ele dormia abertamente, pois era uma história chata, de um tempo remoto, que ele jamais usaria.
Como em um dia normal ele fingia não ver as garotas o despindo com os olhos, muitas vezes ele usava esse trunfo para conseguir deveres de casa, trabalhos de classe e quando valia a pena alguns beijos quentes, o que fazia tempo que nenhuma garota da escola fazia valer o seu tempo e esforço.
Acabou despertado, no momento pensou que era uma coincidencia, na hora da apresentação da novata. Ela não era feia, não era gorda, não era excepcional, uma garota normal, de pele clara, cabelo castanho, de olhos cor whisky, de um sorriso forçado e de uma educação rigorosa. A muito ele não via um exemplar assim naquela escola. Cabelo preso em um coque, seios fartos e um ar de pura independência. Fazia tempo que uma garota não chamava a sua atenção apenas por falar.
Como já fazia alguns minutos que a encarava, resolveu voltar a dormir. Mesmo assim aqueles olhos wiski não deixaram ela sair de seu pensamentos.
Ele acordou no fim da aula, a garota mediana estava rodeada de pessoas, ela sabia falar com todos, era educada, mas ele percebeu que ela estava desconfortável. Como de costume ele matou os últimos períodos com uma loira exuberante e peituda que conhecerá em uma festa- seu tipo ideal, corpo desenhado e que permitia muitas liberdades- até em público.
O estranho é que mesmo enroscado na loira exuberante, atrás do muro da escola vizinha, a garota mediana de olhos wiski não saia de sua cabeça. Ele não sabia o porquê dessa fixação, do que se tratava esse interesse repentino, mas era extremamente interessante.

No caminho pra sua casa, passado das nove horas da noite, ele tentava lembrar o sobrenome de Hellen, aquela hora se arrependeu se de não ter prestado atenção na apresentação dela. Quanto mais mistério, mais aquela garota tinha de poder sobre ele. "Droga uma garota mediana". Foi quando a viu ao longe, estava deitada próxima ao lago,bem na divisa das propriedades, olhou para o céu e teve certeza que alguém lá em cima gostava muito dele.
Ela estava deitada na grama, próxima ao lago, as pernas e braços cruzados, usava uma camiseta preta, jeans e estava descalça. Ela não era um personagem, estava relaxada, parecia tomar banho de lua, apreciava o céu e respirava tranquilamente. Se ele não aproveitasse aquele momento seria muito burro, afinal aquela garota mediana tomou todos os seus pensamentos enquanto agarrava uma loira exuberante.
-boa noite Hellen, o que faz por esses lados? Você não deveria andar sozinha essas horas por aí.- ele sentou ao seu lado, deixou os dedos estrategicamente posicionados próximo ao quadril dela. Ela estava de olhos fechados, não se moveu nem um centímetro, não abriu os olhos e nem mostrou incômodo.
-Duvido que algo aconteceria comigo aqui, e porque você acha que é da sua conta bad boy. Estamos na minha propriedade se alguém deve explicar é você. - ela não abriu os olhos, e também não se afastou.
- está se escondendo de alguém? - ela sorriu sem abrir os olhos, ele queria ver aquele sorriso com os olhos whisky abertos.
- já falei que não lhe diz respeito... Mas sim estou... De mim mesma... Então você faria um favor se não falasse mais nada. - ela suspirou, ele percebeu que algo doia nela, que algo estava partido em sua alma. E só agora percebeu que ela estava com roupas super largas e o cabelo solto, ela não era a garota modelo daquela tarde.
- não falo mais nada, só fiquei curioso! - ela abriu os olhos, eram embriagantes, ela sorriu dessa vez maliciosamente - você vai falar que a curiosidade matou o gato né? - o sorriso ficou mais nítido "cara se controla".
- não vou não, até porque: Primeiro gatos tem sete vidas Segundo: eu gosto de gatos e terceiro: não estou nem aí! Mas obrigada bad boy, você realmente me fez rir hoje com sinceridade.
Ela levantou, olhou para o lago e suspirou como se algo nela estivesse ruindo. Se afastou sem falar nada, "que garota", ele a seguiu, ela entrou na casa e alguns minutos depois viu uma luz acender, era uma loucura mas ele resolveu subir naquela árvore pra observar mais um pouco. "É aqui que você se esconde".

A escola naquele dia estava difícil não passava o tempo. E o pior é que ele não tinha visto em lugar nenhum o dia todo. Quando percebeu estava em cima daquela árvore olhando por aquela janela. "Que droga! Eu não sou assim! O que está acontecendo comigo?"
Por uma frestinha da janela ele a viu. Estava deitada de bruços na cama, estava despida, e só naquele momento ele viu que estava cheia de hematomas, marcas e feridas e a camiseta preta estava no chão ao se lado.
E o garoto conhecido como o mau, sentiu seu coração sofrer. "Quem faz isso com uma garota". Então a porta do quarto abriu, e o ministro entrou com uma caixa de primeiros socorros.
- Hellen, minha querida, acho que vamos ter que ir pro hospital, desde ontem esses pontos estão querendo estourar. Filha você deveria ter ido pra escola, temos que manter a rotina. Hoje preciso que você vá a um evento.
- sim papai, irei.
- filha perdoe a sua mãe sim? Você sabe que ela não faz por mal.
- sim papai, sempre a perdôo não é mesmo? Obrigada pelos curativos. Gostaria de ficar sozinha! - o pai a beijou na testa e saiu, ela trancou a porta, caminhou até a janela e abriu - entre bad boy metido!
- desculpa, fiquei um pouco curioso! - ela sorriu
- a curiosidade matou um gato! - depois de um longo suspiro ela olhou para ele- foi minha mãe, ela bebe, ou quebra tudo ou me espanca, dessa vez ela fez os dois. As famílias não são perfeitas. Não é mesmo? - ela sorriu delicadamente.
- nem um pouco! - ele se aproximou dela e a abraçou.
- não seja tolo! Você vai perder sua fama de bad boy! Estou bem! Essa não foi a pior vez! Pelo menos posso cobrir com tatuagens. - ele viu várias estrelas em suas costas.

E o abraço ficou mais apertado, ela tinha um magnetismo, ele sentiu necessidade de toca-la e beija-la. Ela retribuiu o beijo, e nele ela estava embriagando-o como uma boa dose de wiski. Ele sabia que era arriscado, mas foi descendo sua boca pelo pescoço macio, conforme beijava-a sentiu que ela estava estremecendo e sentiu um arrepio em seu próprio corpo.
Ele a muito tempo não sentia um nervosismo que nem aquele, ele desceu sua boca suavemente aos seus seios fartos. Ele sabia que um pouco dos tremores dela era de dor, mas e o tremor que ele sentia? Porque ela o deixava daquela forma?
Ele foi descendo a mão para toca-la, ela estava quente, estava pronta pra ele. Ela tremia de nervosismo ele sabia que devia ser da primeira vez, ou talvez de dor. Ele estava se esforçando pra ser delicado, pra ter calma, pra não machuca-la mais.
Suavemente ele a deitou, tirou a única peça de roupa que estava atrapalhando, percebeu que ela também o ajudou a tirar a suas roupas. Lentamente ele se posicionou em cima dela, vagarosamente ele entrou nela, cuidadosamente ele se controlou até ver a dor sair daquele rosto por uma expressão de prazer.
Ele foi despertado pelo sol, pegou a sua roupa, vestiu-se cuidando para não acorda-la. Ele não sabia o que sentiu, não sabia explicar o que estava sentindo, mas algo dentro de si mudou. Ao olhar para a cama antes de pular a janela teve certeza. "Foi a primeira vez".

Eternamente um talvezOnde histórias criam vida. Descubra agora