oito: the first victim

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EMMA SINCLAIR possuía o sorriso mais maquiavélico que alguém poderia ter estampando seus lábios naquele exato momento

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EMMA SINCLAIR possuía o sorriso mais maquiavélico que alguém poderia ter estampando seus lábios naquele exato momento. O telefone estava pressionado contra seu ouvido enquanto ela pintava as unhas dos pés de um tom de vermelho escuro.

— Eu não acredito, Cassie! Oh meu Deus, todos vão surtar com isso!

Eu sei! Deus, consegue imaginar ser filha de um serial killer?

Cassie comentou do outro lado da linha. Mesmo que não conseguisse vê-la, Emma sabia que ela sorria da mesma forma que ela enquanto mascava seu chiclete de framboesa.

— Certeza que esse tipo de doença corre no sangue. Ainda bem que seu pai descobriu antes de ela sair matando todo mundo aqui em Outerbanks, já pensou?

O pai de Cassie Wang, o detetive Wang, tinha finalmente conseguido os transcritos dos arquivos que pegara na delegacia. Era a ficha criminal de Annellise Lindsor, juntamente de seu histórico familiar.

Annellise Abigail Lindsor é filha legítima de Stu Macher. Nasceu poucos meses após sua morte, em Woodsboro. Sua mãe, Adelaine Monroe Lindsor, é nascida e criada em Woodsboro. Se envolveu brevemente com Stu durante o período do colegial, o que ocasionou em seu gravidez.

Na sua ficha haviam polaroids dos dois em festas, ao lado dos amigos Tatum Riley e Billy Loomis. O detetive achava completamente perturbador ver aquelas fotos e pensar que, dias depois, eles iriam se revelar assassinos em série.

— Credo, vire essa boca pra lá, Ems! — as duas gargalharam. — E o que está pensando em fazer?

— Como assim?

— Como iremos revelar para Outerbanks que a filha de Stu Macher está entre nós?

Os cantos dos lábios de Emma se curvaram em um sorriso maldoso enquanto pensava na pior forma de desmascarar a namoradinha de Rafe Cameron. Queria que os dois queimassem juntos no inferno.

— Pensei na Festa de Verão. Todos vão estar lá. Podemos pregar uma pecinha nessa desequilibrada.

Do outro lado da linha, Cassie se ajustou na cama, interessada na conversa. Seus pés estavam apoiados na parede rosa enquanto conversava com a melhor amiga no telefone sem fio.

— Podemos comprar uma fantasia de Ghostface e ir atrás dela a noite!

— Você é diabólica, Cass! Por isso que eu te amo.

Após desligar, Emma mordiscou o lábio inferior enquanto imaginava a cena da garota de fios dourados correndo pela praia enquanto gritava por ajuda. Ela gravaria e postaria em todas as redes sociais. Queria que aquela vergonha a perseguisse para sempre, assim como a vergonha de ser filha de quem é.

Annallise Lindsor não pertencia à Outerbanks.

E muito menos à Rafe Cameron.

Emma ouviu o celular vibrar em cima do móvel ao lado da cama. Já esperava alguma ideia macabre vinda de Cassie, mas seu sorriso se desfez no momento em que leu as palavras escritas na tela.

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Os pés deslizavam por cima do líquido carmesim. Não conseguia equilíbrio o suficiente para se manter estável, seu corpo parecia pesado demais para seus braços que lutavam para manter o tronco acima do piso lustroso de madeira negra.

Ela não queria desistir. Não ia desistir.

Sentia o ferimento em sua barriga arder e latejar enquanto sua mão esquerda o pressionava, tentando estancar o sangue. Os fios negros caiam pela sua face e aos poucos as pontas se encharcavam pelo contato ao chão e ela virava o rosto por cima do ombro na tentativa de ver se ele ainda estava ali, a perseguindo.

Quando não o viu, continuou a rastejar em direção à porta do banheiro. Ela estava quase lá. Quase lá.

Antes de conseguir alcançar a maçaneta, sua mão escorregou algumas vezes deixando um rastro com a marca de seus dedos até conseguir gira-la por completo. Ela nunca esteve tão feliz em ver o porcelanato brega do lugar.

Fechou a porta devagar e a trancou logo em seguida. Soltou uma risada baixa, mas aliviada. E logo depois, uma mais alta e animada. Mas cobriu os lábios com a mão livre, protegendo os ruídos de serem ouvidos pela figura mascarada. Ela conseguiu.

Começou a tatear os bolsos da jaqueta em busca do seu celular. Grunhiu quando tocou o ferimento. Aproveitou para remover a mão com cuidado, observando sua carne esfolada e arroxeada. Aquele filho da puta.

Se ajustando no chão, suas costas se encontraram com a cerâmica branca da banheira, que estava com a cortina impermeável fechada. Respirou por alguns segundos antes de voltar a procurar o aparelho, dessa vez nos bolsos da calça jeans. O encontrou no bolso traseiro.

Ela estava tão perto.

Com dificuldade, tentou digitar os números da polícia. Os dedos cobertos de sangue deixavam o rastro pela tela, dificultando o funcionamento do reconhecimento de sua digital.

Foi quando a cortina da banheira se abriu, revelando a figura dele.

Não. Não, não, não, não!

Sem piedade, as mãos cobertas pela luva preta agarraram os fios da garota a fazendo soltar gritos aterrorizados. Se tivessem vizinhos, eles conseguiriam ouvi-la facilmente. Era uma pena que não havia ninguém morando na casa ao lado. Nem na da frente.

Ela se debateu, tentando fugir do embrace. Mas era impossível. Ele era maior e mais forte que ela.

Com a mão presa de forma segura nos fios, ele puxou a cabeça dela para trás, deixando seu pescoço à mostra. A faca em sua mão suplicava para entrar em cena. Então assim o fez. A lâmina afiada se encontrou com a pele quente e bronzeada, deslizando facilmente de um lado até o outro. O sangue jorrou pelas paredes, deixando o que antes era branco, vermelho.

Aos poucos os olhos dela começaram a perder a vida. O brilho se esvaiu, o deixando fosco e oco, igual a de um animal empalhado.

Estava feito.

A primeira vítima do Ghostface em Outerbanks.

Mastermind • Rafe CameronOnde histórias criam vida. Descubra agora