Annellise Lindsor, uma jovem assombrada por tragédias passadas, busca paz em Outerbanks junto com sua família.
Depois de enfrentar os horrores de um ex-namorado assassino em Nova York e descobrir segredos obscuros de sua família, ela espera encontr...
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A CASA onde os Lindsor's estavam hospedados era conhecida em Outerbanks pela sua enorme piscina e pela sua história um tanto quanto medonha. Além de ter sido palco para diversas festas clandestinas, feitas por Rafe Cameron e Topper Thorton, e servir como ponto de encontro para a venda de drogas entre os kooks.
Quando Annellise descobriu que metade da cidade já esteve dentro de sua casa e provavelmente sabiam como entrar e como sair, ela sabia que aquilo não era bom. Não era nada bom. Era como morar em uma casa de vidro, frágil e transparente, sentia-se observada a cada passo dado dentro do imóvel.
Seus pés deslizavam pela madeira enquanto a ponta de seus dedos corria pelas paredes, intrigada com o lugar. A arquitetura era antiga e ao mesmo tempo que era rústica, era completamente sofisticada com seu pé direito alto, lustres de cristais delicados e cortinas que iam do teto até o chão. Era como uma viagem no tempo. Haviam quadros por toda a extensão da parede ao lado da escada, com fotos da construção da casa, fotos dos pontos turísticos da cidade e, a que mais intrigava Anne, era a pintura de uma mulher e uma criança, ambas negras, vestindo roupas vermelhas com golas elaboradas e bufantes, e com cabelos perfeitamente alinhados. Seus olhos brilhavam, assim como seus sorrisos. A garotinha era nova, Anne imaginava ter por volta dos 6 anos. Possuía aquele olhar de criança curiosa, o que sempre fazia com que Anne sorrisse quando a encarava. Anne também se questionava se um dia foram pessoas reais, ou apenas fruto da imaginação de algum pintor do século XVIII.
— Annellise! Tem visita pra você!
Anne franziu o cenho, parando em frente a porta dubla de madeira ao ouvir o som da voz de sua mãe, a impedindo de continuar explorando o lugar. Voltou seu corpo na direção contrária, indo até a escada.
Emma Sinclair estava parada em sua sala de estar enquanto conversava com sua mãe, animadamente e com um sorriso completamente falso; era fácil de identificar. Seus fios vermelhos caíam sobre os ombros, chegando próximo de sua cintura. Era longo, liso e brilhoso. Usava um vestido verde e em suas mãos segurava um vaso com flores e um cartão.
Quando Emma avistou Annellise nas escadas, um sorriso se formou em seus lábios. Um sorriso astuto e nada sincero. Assim como fora toda sua falsa empolgação ao conversar com Adelaine Lindsor, enquanto pensava somente que aquela mulher havia transado com um psicopata e dado a luz à uma aberração.
— O que faz aqui? — Anne foi curta e grossa pegando sua mãe desprevenida.
— Anne, não seja mal educada! — Adelaine enviou um olhar de reprovação em direção a filha que parece a ignorar por completo. — Me desculpe por ela querida, vou deixa-las a sós.
— Não se preocupe com isso, Sra. Lindsor.
Emma sorriu para a mais velha antes que ela enviasse mais um olhar para a filha e deixasse o cômodo, indo em direção à cozinha. Os olhos da ruiva percorreram a figura de Anne, a observando dos pés a cabeça. Travou o maxilar quando reconheceu o moletom que usava.
