Capítulo 2 - Uma Noite Chuvosa

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Tentei abrir uma janela e foi aberta. Acho que elas se trancavam pelo lado de dentro da casa, então eu olhei para baixo e vi que tinha uma escada de mão que ia até o chão. Eu estava um andar a cima do chão, não era muito perigoso então desci elas sem me preocupar com a minha distância do chão.

Tinha uma grande e estranha rua entre várias residências de tamanhos variados, mas que ficavam maiores a cada vez que chegavam perto do centro da cidade.

Comecei a andar por aquele lugar, era estranho mas o único conhecido de lá era aquele guarda gentil, me pergunto se todos os guardas eram assim.

Enguanto caminhava por aí, vi crianças brincando, artistas pintando, gente trabalhando e muitas outras pessoas fazendo diferentes ações.

Continuei a andar por aí, me perguntava como aquele guarda iria reagir ao ver que eu fui embora, mas acho que lá é o único lugar em que eu posso ficar a noite por enquanto.

Fiquei pensando sobre tudo que aconteceu desde que eu cheguei naquele mundo, queria sentir aquela brisa do campo novamente, era tão agradável e calmo que fazia meu corpo e emoções relaxarem.

Mas logo depois disso senti um vento muito gelado, olhei para o céu e vi que o tempo estava fechando, minha mente previu que iria chover.

Não me importava em me molhar, mas mesmo assim comecei a correr para voltar a casa do senhor guarda. Era o único lugar em que eu pude pensar para me esconder das gotas geladas da chuva e assim me prevenir de pegar uma gripe ou febre.

Passei pelos mesmos lugares e consegui chegar no meu destino final, que era aquela residência aconchegante.

Entrei pela janela, subindo as escadas de mão e logo percebi que aquele senhor guarda não tinha voltado. Então decidi vasculhar o local para ver se tinha algo importante ou que me fizesse passar o tempo. Por algum motivo ele tinha muitas coisas como uma agulha de crochê, papel, caneta de pena, frasco de tinta, livros e mais coisas.

Nada de muito interessante, parece que ele fica mais tempo no trabalho do que em casa, então poderia fazer qualquer coisa ali por enquanto, pelo menos até ele chegar.

Peguei um frasco de tinta preta, papel e uma caneta de pena, eu sabia escrever, ler e até desenhar, mas minhas habilidades com desenho não eram tão boas.

Logo que começou chover, o sol estava se escondendo e a lua estava aparecendo, a noite estava chegando. Consegui saber que estava anoitecendo por ficar mais escuro lá fora.

Aquele lugar estava se banhando com a água da chuva, era tão normal para mim mesmo vendo aquilo pela primeira vez naquele mundo.

Logo, a noite chegou e consegui ouvir o guarda chegando em casa, a porta foi destrancada pela pessoa que estava lá fora e aberta logo em seguida.

— cheguei. — disse o senhor guarda sem a sua armadura, entrando e fechando a porta.

Fiquei calado observando ele, naquele momento eu estava sentado em uma cadeira e escrevendo em uma folha de papel em cima da mesa.

— O que faz aí, amigão? — ele chegou mais perto e colocou algumas sacolas de papel na mesa.

— Estou escrevendo. — disse bem desanimado, talvez era meu jeito estranho de ser, me pergunto se isso seria um problema.

— Entendi, bem, eu não sei se me conhece, mas sou o guarda mais querido pelas crianças! — ele falou bem confiante.

— E, por que me acolheu?-— perguntei olhando fixamente para seu rosto.

— Por que te acolhi? Você é bem curioso. Sou um velho amigo de um dos administradores de um orfanato, aliás, toda criança precisa de uma chance para organizar seu futuro! - disse ele ainda confiante.

Não sei se aparenta estar surpreso naquele momento, mas continuei firme o suficiente para perguntar mais uma coisa.

— E por que não me levou pro orfanato logo? Tinha que ser aqui na sua casa?

— O orfanato não está aceitando crianças novas está semana, então não tinha como levar você para lá agora, e também, esse meu amigo é muito rígido com as regras, então quando já estiver lá, trate de não desrespeitá-las.

Olhei para o papel e acabei dando um bocejo. Eu estava com sono naquele momento.

— Bem, eu irei preparar a sua cama, daqui dois dias o orfanato volta a aceitar crianças, então não se preocupe com o tempo. — ele foi até um quarto, aparentemente arrumar minha cama.

Fiquei olhando para o papel enquanto esperava e logo ele voltou.

— Prontinho! Se quiser dormir, sua caminhada já está pronta. — ele disse enquanto estava voltando para a mesa.

Me levantei e logo me dirigi ao quarto, a minha cama era um colchão que ficava em cima de algo de madeira.

Deitei e caí em um sono profundo. A chuva me ajudou a dormir, acho que gosto de dormir quando com o som da chuva à noite, parece confortável aos ouvidos.

Estava tudo molhado lá fora, as plantas estavam se banhando, as casas protegendo seus moradores e, enquanto a chuva caía, tudo ficava calmo. De repente parei de ouvir o mundo por alguns instantes.

Estava sonhando, o mundo parecia tão confortável naquele momento, tudo parecia tão puro e agradável, com certeza era uma das melhores coisas da vida.

Abri meus olhos. Nossa, parecia que tinha apenas piscado meus olhos;

— Ei! Para de atacar pedras nele, seus covardes! Por que não vem na mão, heim?! — gritou alguém do lado de fora.

Olhei para a janela e vi que tinham crianças do meu tamanho brigando e discutindo.

— Você quer ir na mão, né? Então tudo bem. — um valentão aparentemente gostou da proposta do outro.

Fiquei acordado, mas não interessado naquilo. Esfreguei os meus olhos, me levantei, andei até o corredor da casa do senhor guarda e vi que meu papel ainda estava na mesa.

Me sentei e olhei para o papel, parece que o senhor guarda deixou uma mensagem para mim.

"Eu já estou indo para o trabalho! Tem um mini sanduíche em cima da mesa, quando terminar de comer, vá brincar um pouco, talvez ajude você a fazer novos amigos.". Era o que estava escrito.

Olhei pro sanduíche que ainda estava quentinho, então decidi comer, por não resistir ao cheiro.

Até que estava delicioso.

Ele é bem amável...

Ele é bem amável

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Alex
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