022.

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Acordo suada, olhando ao redor assustada enquanto sinto o meu coração bater fortemente dentro do meu peito.
Por 15 minutos, fico encarando a porta do meu quarto enquanto tento relembrar cada parte do sonho que eu acabara de ter.

Louyene... Há quanto tempo eu não sonhava com ela? Provavelmente anos. A mulher que um dia foi minha mãe não apareceu muito em meus sonhos. Uma ou três vezes, no máximo. Mas eu não deveria ter mais de 7 anos.

Isla e Bridget são irmãs de Louyene? Ou fora apenas um delírio de minha imaginação fértil? Seria possível, certo?
Elas não podem ser minhas tias. Impossível.

Eu não quero acreditar nisso.

Suspiro pesadamente.

Foi um sonho tão vivido... Tão real... Como uma lembrança, uma lembrança vaga.

Seria possível?

Não.

Isla me contaria se fosse irmã de Louyene? Claro que sim, definitivamente.

Será?

Urgh!

Novamente suspiro pesado.

Passo a mão pelo o meu rosto, logo sentindo os meus dedos levemente molhados.

Durante os próximos minutos eu não consigo pregar os meus olhos. A minha mente está uma completa confusão, intercalando entre o sonho, Isla, Bridget e Louyene.

De forma cansativa e torturante.

Até que decido levantar e dar uma volta pelo o orfanato. Levando em conta o horário, todos devem estar em seus devidos quartos, dormindo.
Sortudos.

Caminho pelos corredores a passos lentos, tentando ao máximo não emitir nenhum tipo de som. Everly não é diferente de Hogwarts em questão a proibição de alunos perambulando os corredores a noite.

Esse mesmo corredor já foi limpado por Louyene há inúmeros anos atrás e pensar nisso é...

Reviro meus olhos automaticamente ao perceber o rumo dos meus pensamentos. Eu não quero e nem posso pensar em Louyene.

Não diferente dos outros, eu também tenho em um certo receio em pensar em meus pais biológicos. Afinal, não é nem um pouco confortável pensar neles.

Nego com a cabeça e continuo meu caminho, até que percebo a porta do escritório de Philippe entreaberta e me aproximo lentamente.

Colo meu ouvido na porta e me curvo lentamente, até que ouço vozes.

- Não sejam estúpidas. Contar a ela agora só trará caos para nós. Vamos deixar as coisas como estão. - Automaticamente ouço a irritante voz de Annabeth, o que me faz revirar os olhos lentamente enquanto tento me aproxima mais.

- Eu quero contá-la a verdade, Philippe. E eu vou contar. - A voz de Bridget surge, fazendo minha curiosidade aumentar mais. Do que eles estão falando? Ou melhor... De quem?

Será que...

- Nós já conversamos sobre isso, Bridget! Você quer mesmo criar um caos na altura da campeonato? Contar a ela agora, depois de tantos anos, causará uma reação... - Ao ouvir a voz de Isla, me contenho para não adentrar a sala. Eu preciso saber do que eles estão falando.

- Inimaginável. - Philippe completa e segundos depois o ouço bufar alto. - Vocês duas foram tão irresponsáveis!

- Não venha se fazer de santo agora, Philippe! Você nos acobertou, escondeu o nosso segredo fielmente! - Ouço Bridget exclamar e sinto o meu coração acelerar automaticamente.

Elas estão falando sobre o fato de serem irmãs? Então o meu sonho...

- Eu tive meus motivos, Bridget! Mas agora eu não posso deixar de discordar com a sua ideia de contar tudo agora. Ela já é quase uma mulher e uma bruxa imprevisível!

Arregalo meus olhos automaticamente.

Eles estão falando de mim.

Com certeza.

Droga.

- Deixe-me contá-la, Philippe. Eu preciso disso.

- Não, Bridget. - Ao ouvir a voz de Isla mais próxima, me apresso para ir me esconder no corredor mais próximo.

Por segundos ninguém sai da sala, o que me faz pensar em voltar para ouvir sobre o que eles estão conversando agora, mas paro imediatamente ao ver a porta abrindo completamente.

A primeira a sair é Annabeth, o rosto impassível como na maioria das vezes. Ela se afasta pelo o corredor que dá as escadas em silêncio.

Em seguida sai Philippe ao lado de Isla. Não posso deixar de observar os dois cochichando entre si, mas por estar longe, não consigo ouvi-los.

Percebo que Isla está um olhar satisfeito, eu conheço muito bem esse olhar. Já o recebi várias vezes, geralmente quando eu fazia algo que ela gostava.

Suspiro pesadamente. Parece que faz anos que brigamos, mas não faz nem mesmo um mês.

Jamais brigamos antes. Eu costumava aceitar as broncas de Isla e pedir desculpas. Mas agora... Ela tentou me manipular, quase me fez desacreditar Hermione.

Eu seria uma louca se a deixasse me manipular. Mas... É nessas que eu percebo o quanto mudei desde minha chegada em Hogwarts.

Antes de Hogwarts eu jamais iria contra as ideias de Isla.

Quando Bridget sai da sala, após Philippe e Isla se afastarem e seguirem o mesmo caminho que Annabeth, penso que ela irá fazer o mesmo, mas em contradição, Bridget fica parada em frente a sala, olhando ao redor.

Até que ela olha na minha direção e eu rapidamente tento me esconder e sinto meu coração acelerar.

Droga. Será que ela me viu?

Por segundos fico aliviada, realmente achando que ela não me viu.

Até que Bridget surge na minha frente, fazendo-me pular de susto.

- Que susto, Bridget! - Exclamo a encarando assustada, sentindo o meu coração acelerar novamente. - Não me assusta assim de novo, por favor.

- Ouvindo atrás da porta? Isso não é nem um pouco elegante. - Ela sorri lateralmente ao dizer e eu a encaro com os meus olhos arregalados.

- C-como você sabe que eu estava ouvindo? - Pergunto nervosa, a vendo revirar levemente os olhos.

- Você sempre teve esse péssimo hábito. Desde pequena. - Franzo levemente o meu cenho. - Como você está, Violet? - Novamente a encaro confusa. Do que essa louca está falando!? - Sei que você é Isla não estão em uma fase boa, certo?

- Onde quer chegar, Bridget?

- Você está tão apagada esses dias, Violet. Você sempre foi fechada, isso é fato. Mas dessa vez... Eu não a vi sorrir ou rir genuinamente uma vez sequer!

- Sempre dramática... - Digo baixo, revirando levemente os meus olhos.

- Sabe, Violet. - Me surpreendo, Bridget segura em meu queixo delicadamente e me faz a encarar. - Sei que não sou ela. Mas mesmo assim... Deixa eu cuidar de você?

Quase rio. Ela só pode estar brincando! Por que essa repentina vontade de cuidar de mim!?

Ela só pode estar fingindo!

Apesar que...

Só pode ser isso.

Mas preciso testá-la.

- Por favor. - Digo olhando para baixo e em seguida suspiro pesado, mas falsamente; cada ato fazendo parte de meu plano.

- Claro, meu bem. - Olho rapidamente para e ao vê-la sorrindo largamente, percebo que meus plano está dando certo. Ponto para mim!

Bridget coloca seus braços em volta de mim em abraço... Estranhamente familiar.

Enquanto Bridget acariciava as minhas costas, sinto em uma espécie de nostalgia...

- Eu sempre vou estar aqui para cuidar de você, Violet. Não se esqueça disso.

...

𝐀𝐄𝐋𝐘𝐒 | 𝐇𝐄𝐑𝐌𝐈𝐎𝐍𝐄 𝐆𝐑𝐀𝐍𝐆𝐄𝐑 [HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora