018.

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Estar de volta ao orfanato Everly me trazia um misto de sensações, como sempre acontecia. O lugar não mudou absolutamente nada nos últimos meses.

Quando Otto, o motorista do orfanato, estaciona em frente a porta, eu suspiro pesadamente enquanto as janelas tão conhecidas por mim.

- Estou feliz que esteja de volta, senhorita Aelys. - Otto disse, me fazendo olhá-lo pelo retrovisor. - Como está indo tratamento?

Novamente suspiro pesado. Otto obviamente não sabe que eu sou uma bruxa. Ele e os outros - exceto os dois diretores, Bridget e Isla - pensam que eu tenho uma doença grave e que por causa dessa doença eu tenho ir para longe, para fazer um tratamento complicado.

Todos acreditam, é claro. Eu tenho documentos, laudos, exames e mais um monte de baboseiras médicas falsificadas para o caso de alguém desconfiar.

Philippe e Jane, os diretores, cuidaram de tudo isso.

- Está indo bem, Otto.

- Graças a Deus, menina. Não vejo a hora de você se livrar dessa doença e não precisar mais ir para longe. - Forço um sorriso. - Entre, menina. Isla deve estar doida para vê-la.

Sorrio genuinamente com menção de Isla e me apresso para sair do carro. Em poucos segundos estou adentrando o único lugar que posso chamar de casa.

Beauxbatons e Hogwarts me acolheram, mas Everly me acolheu primeiro quando absolutamente ninguém me quis.

O nome Everly veio do bisavô de Philippe, o famoso Robbin Everly. O primeiro diretor do lugar.

Antes de virar um orfanato, o plano inicial era ser um colégio.

Mas dizem que Robbin ficou tão mexido ao ver crianças na rua que resolveu transformar o lugar em um orfanato para todos.

Grande Robbin Everly.

Passo por alguns cômodos e em todos vejo algumas crianças.

Até que eu chego na familiar sala de música e logo Vejo Bridget tocando uma melodia familiar no piano e no máximo 12 meninas desconhecidas dançando em dupla.

- Bom dia. - Eu digo e automaticamente a música para. No mesmo instante Bridget se vira e as meninas fazem o mesmo. - Olá, professora Bridget.

Bridget me olha em silêncio enquanto se levanta do piano.

- Violet... É bom ver você. - Ela me abraça, me fazendo revirar os olhos. Bridget consegue ser uma mulher extremamente falsa quando quer. - E o tratamento? Resultados bons ou ruins?

- Ótimos, professora.

Bridget assente.

- Essa são as novas meninas. - O grupo sorri para mim, o que me faz franzir levemente o cenho. - Chegaram semana passada de Paris.

- Sejam bem-vindas, então. Infelizmente vocês não me ver muito por aqui. - Eu digo com um sorriso forçado no rosto.

Elas não percebem, é claro, porque riem, provavelmente achando graça de mim.

- Ouvimos falar de você! - Uma das meninas diz, me olhando com um sorriso largo no rosto.

- Coisas boas ou ruins? - Arqueio uma das minhas sobrancelhas, e em seguida ouço risadas das meninas.

- Boas. - Outra menina diz.

- Então eles mentiram. - Ignoro o olhar irritado de Bridget e rio. - Estou brincando!

As meninas riem, mas Bridget continua me olhando com a expressão séria.

- Isla está na sala dela. Creio que queira vê-la. - Bridget se levanta. - Mais tarde iremos conversar com você. - Franzo o meu cenho. - Eu, Isla, Annabeth e Philippe.

𝐀𝐄𝐋𝐘𝐒 | 𝐇𝐄𝐑𝐌𝐈𝐎𝐍𝐄 𝐆𝐑𝐀𝐍𝐆𝐄𝐑 [HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora