038.

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Em meio a uma lágrima e outra, Violet passava o dedo pelo S do seu cordão, que agora estava em suas mãos; havia o tirado ao amanhecer, após observar Sophia se arrumar em silêncio sem lhe dirigir uma única palavra.
Doeu com uma facada, mas Violet se manteu firme. Sabia que a culpa não era sua, e pretendia continuar com esse pensamento até que Sophia caísse na real, e percebesse o quão idiota estava sendo.

Se esse dia não chegasse, bom... Teria que arrumar um jeito de viver sem a sua melhor amiga.

Aquela que a acolheu quando chegou em Hogwarts e nunca a julgou, até agora, pelo menos.

Violet não conseguia entender como as coisas nunca pareciam estar ao seu favor. Poderia passar alguns dias em uma repleta paz e felicidade, mas logo a calmaria a deixaria e então a tempestade voltaria, sempre mais intensa que anteriormente.

Deveria ter se acostumado com isso; foram anos e anos sofrendo de alguma forma. Nem sempre de forma tão intensa, mas mesmo assim, sofrer fazia parte da sua vida.
A tristeza era uma fiel companheira, que estava ali sempre a espreita; esperando o momento perfeito para aparecer e fazer Violet voltar para a estaca zero.

Primeiro teve que virar órfã; segundo teve que ir para um orfanato.
Terceiro descobriu que era um bruxa, e inicialmente se viu como uma aberração.

Mas antes disso teve uma pequena pausa e a paz pareceu reinar sua vida, pois um anjo adentrou a sua vida, um anjo chamado Isla Moore.

Teve o prazer de se sentir acolhida, experimentou um amor incondicional e cheio de alegria. Estava sendo privilegiada e amava isso.

Mas então, teve uma recaída.
O seu primeiro contato com o bullyng.

Aberração. Doente. Estranha. Esquisita.
Nojenta.

Não encoste nela, vai pegar a doença esquisita dela.

Novamente adentrou em uma profunda escuridão, onde só conseguiu ser tirada por Isla. Foi um pouco antes de iniciar seus estudos em Beauxbatons; Isla comunicou as outras crianças órfãs que Violet ficaria fora porque estava doente e precisaria se tratada por um especialista renomado fora do país.

A cabeça de uma criança pode ser bastante inocente, mas também pode ser cruel. As crianças são abençoadas por uma criatividade imensurável; mas cabe a criança se ela irá usá-la de forma correta ou não.

Uma criança pode ver beleza onde só há
feiura, mas também tem o poder de enxergar feiura onde há beleza.

Violet experimentou todas as fases do bullyng antes de embarcar para a nova etapa de sua vida. Em Beauxbatons as coisas eram diferentes, Violet fez serem.

Naquela escola na França, Violet se obrigou a se colocar em primeiro lugar e não ter a piedade como lema de sua vida.

Em vez disso, o autocuidado. Se alguém a atacava, Violet atacava de volta 10 vezez pior.

Os truques, as azarações, as pegadinhas  e etc, foram a forma que Violet encontrou para usar como distração, e assim, a escuridão não a acharia novamente.

E funcionou muito bem; Violet se tornou uma pessoa madura e com o coração fechado, dando brecha somente a Isla.
Com a ajuda da mais velha, Violet se tornou alguém definitivamente mais confiante.

Quando voltava ao orfanato, voltava pior. Respostas na ponta da língua? Era o seu maior dom. Bullyng não funcionava mais.

Se fosse chamada de doente, agiria como uma e afastava quem queria.

Aprendeu também a usar a violência, mas isso não fora ensinado por Isla.
Pelo o contrário, Isla era contra o uso de violência, então ficou surpresa quando recebeu uma carta da diretora de Beauxbatons alegando que Violet havia empurrado umo garoto da escada porque a chamou de bastarda infeliz.

𝐀𝐄𝐋𝐘𝐒 | 𝐇𝐄𝐑𝐌𝐈𝐎𝐍𝐄 𝐆𝐑𝐀𝐍𝐆𝐄𝐑 [HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora