043.

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Violet nunca teve oportunidade de aproveitar o país em que nasceu. Vivendo em um orfanato, Violet só conhecia aquelas paredes pintadas de um marrom escuro e sem vida, e também a casa da Isla. Porém, quando ia para a casa dela, iam de carro e a viagem era tão curta que Violet não via quase nada.

No entanto, Violet não sentiu um pingo de vontade de conhecer a querida França quando adentrou o táxi após sair da estação. Tinha um objetivo e não queria se demorar na cidade.

Violet sentia suas mãos suando cada vez mais, mesmo que de segundo a segundo ela se encontrasse passando as mãos molhadas pelo jeans.

Violet não sabia o que estava a esperando no orfanato Everly, e muito menos o que exatamente faria quando chegasse no local. Não queria ir ao encontro de Isla imediatamente, mas visando pela a hora, as crianças deveriam estar na escola, então o orfanato deveria estar praticamente vazio.

Ela poderia ir diretamente falar com Bridget, pois achava que seria uma melhor opção. Ou até mesmo com os diretores, Philippe e Annabeth, mas ao pensar na loira irritante que sempre estava trocando farpas, revirou os olhos e voltou ao plano de ir até Bridget.

Por ser uma terça-feira, a loira com certeza deveria estar no orfanato, para dar as suas aulas de espanhol.

Violet achava que ter uma conversa com Bridget seria melhor, pois Bridget sempre fora mais paciente e calma que Isla, apesar de tudo. Violet achava até mesmo estranho a forma que calma que Bridget a tratava sem pensar duas vezes, visando que Violet sempre a tratava com grosseria.

Ao pensar nisso, Violet sentiu uma pitada de arrependimento. Quando a bomba explodiu e Violet descobriu que a coordenadora e a professora de espanhol do orfanato que cresceu era na verdade suas tias - irmãs de sua falecida
mãe -, Bridget estava ali querendo a ajudar e conversar, porém Violet estava mais preocupada em atacar tanto ela como Isla por causa da raiva que sentia das duas.

Violet se perguntou como seria as coisas se Bridget tivesse tentado se aproximar dela como Isla fizera. Provavelmente as coisas tão teriam chegado ao ponto atual.

Então pensou em Louyene.

Por causa dos sonhos que tivera com a mulher que lhe deu a vida, Violet conseguia mentalizar seu rosto. Era bonita; se parecia com Bridget por causa dos cabelos igualmente loiros, ao contrário de Isla, que tinha os cabelos ruivos.

Violet sentiu uma lágrima indesejada descer pelo o seu rosto ao pensar em Louyene. Há alguns meses atrás, chegou a questionar se ela havia realmente falecido em um acidente de carro como a contaram, devido ao fato que a enganaram sobre várias coisas.

- Senhorita? - O motorista a chamou e Violet ergueu o olhar e o encarou pelo retrovisor. - Nós chegamos.

Violet assentiu e se aproximou da janela.
Franziu o cenho ao observar que estavam em local diferente do que ela havia pedido para levá-la.

- Você errou o endereço, moço. - Violet disse, ainda observando a construção bem parecida com o Everly em questão da fachada, porém enquanto o Everly era inteiramente pintado de uma cor fosca, a construção a sua frente era inteiramente branca.

"Orfanato Farlise Sarkozy" era o que estava escrito na fachada.

- Eu pedi para o senhor me levar no orfanato Everly, não nesse!

O motorista franziu o cenho.

- Senhorita, o orfanato Everly não existe mais. - Violet arregalou os olhos e encarou novamente a fachada do orfanato a sua frente. - O dono daqui vendeu para o senhor Sarkozy, um homem podre de rico que veio da Alemanha.

𝐀𝐄𝐋𝐘𝐒 | 𝐇𝐄𝐑𝐌𝐈𝐎𝐍𝐄 𝐆𝐑𝐀𝐍𝐆𝐄𝐑 [HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora