O peso da Eternidade

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3 dias se passaram e o anjo e demônio não saiam de perto um do outro, ficavam as vezes horas sentados nas suas poltronas da livraria bebendo um bom vinho e aproveitando a conversa um do outro.





Era tarde da noite quando o anjo estava organizando a biblioteca distraído.

- Anjo. – O demônio entra na livraria como se fosse dele.

- Oh Crowley – Aziraphale sorrir vendo o demônio usando suas roupas elegantes. – Quer tomar um vinho de novo?

- Foi mal, hoje não. Só vim avisar que vou ficar um tempo fora. Trabalhos demoníacos, sabe como é – Ele se encosta em uma prateleira perto do anjo enquanto o anjo continuava arrumando os livros fingindo não se importar. – Você sabe, segunda guerra... Eu vou da um pulinho na Alemanha instigar algumas coisas.

- Eu entendo. – O anjo não o tinha visto desde manhã, ele tinha saído depois de um chamado e voltou avisando que sairia de novo. Os dois sabiam, que aquela paz que sentiam naquele dia não era para alguém como eles. – Eu devia fazer algumas coisas também... Eu tenho uma lista para checar.

Azlraphale achava cansativo lidar com pessoas, afinal ele geralmente sentia o que elas sentiam, tanto o amor como raiva, mesmo que se importasse com elas ficava difícil se apegar. Milagres não funcionavam se as pessoas tinham sentimento por ele então mesmo se fosse um anjo ele tentava ao máximo não se meter muito principalmente para conseguir fazer seus trabalhos direito.

No final para o bem ou para o mal os humanos teimosos geralmente decidiam tudo sozinhos.

Aziraphale e Crowley era só algo como vozes os apoiando nas suas decisões.

Isso era algo que com o casal sabia, como os humanos eram.

- Você vai ficar encrencando quando descobrirem que você mentiu sobre ter começado a segunda guerra. – Aziraphale olha para o demônio que estava bufando.

- Eu não tenho culpa. – O demônio fala baixinho enquanto olha para as costas do anjo que não o olhou direito desde que chegou, ele sabia que o anjo era um nerd sem causa e aqueles livros eram como o mundo dele, mas se sentiu mal por não ter sua atenção.

"Eu não deveria ter vindo só para avisar." Um sentimento mais do que um pensamento passou pela cabeça do demônio.

Crowley e Aziraphale eram duas entidades imortais com milhares de anos de existência, mas quando estavam perto um do outro se sentiam como mortais.


A pior coisa que pode acontecer, é não ter medo de ser "tarde demais" pois nunca é, e nunca tentaram para ter certeza.

Eles tinham a eternidade para falar, mas preferem ficar em silencio para não perder o que já ganharam.



- Crowley? – Aziraphale finalmente olhada para o demônio que estava preso nos pensamentos.


É estranho.

Um sabia do sentimento do outro.


Mas ninguém pensaria em da o primeiro passo.


- Crowley.

O demônio sabia que o anjo estava chamando-o, mas sonhou com o anjo insistindo e indo até ele e depois o pedindo para ficar.

Nenhum dos dois veio. O tímido e lindo anjo só o olhava com preocupação enquanto agarrava algum livro.

-Hn? Oh foi mal. – O demônio se desencosta da prateleira. – Beleza, então vou ter que ir.



Aziraphale olha sem dizer nada para o anjo caído apenas indo com seu andar sempre calmo e confiante até a porta.

E depois ele vai.

- Oh my – O anjo colocou a mão na cabeça se sentindo cansando. Ele sabia que uma ou outra isso ia acontecer, mas por que ser tão frio? Crowley é como uma tempestade, sempre imprevisível. – Me pergunto se todos os demônios são assim.


Talvez não tenha sido nada para ele, mas para o anjo não era bem assim.


Talvez só estivesse muito ansioso. "Sim, estou ansioso" o anjo pensa aos poucos voltando a sí.

O demônio sempre volta.
Sempre volta para ele.



Uma semana se passou e ainda nenhuma notícia do anjo caído, Aziraphale meio que esperava ao menos uma voz estranha na sua toca disco, ou no seu radio pedindo um encontro secreto.

Mas nada aconteceu.


Na manhã daquele mesmo dia foi se olhar no espelho.

Uma pequena marca quase desparecendo por completo estava no seu pescoço.

No final foi só o que restou.


Ele toca no seu pescoço e tira a marca insistente com magia.

Algumas horas depois ele sai da biblioteca, hoje tinha um encontro com o Miguel no céu. Algumas papeladas com toda certeza que teria que assinar.


Uma semana se passou em um mês, 2...6, um ano que foi para um ano e meio.

A guerra continuava firme, mas Londres continuava com seu dia a dia normal. O mal nunca descansa na guerra, já o bem estava em alguns pequenos atos, mas o medo raramente os fazia se manifestarem.

Só havia desespero, tristeza e raiva, e isso não era departamento do anjo.





Sem muito trabalho de anjo para fazê-lo continuou na sua biblioteca durante mais um ano.



2 anos se passaram.


O barulho do sino da porta é ouvido.
- Aziraphale! – Gabriel fala todo animado entrando na livraria.
Aziraphale que estava sentado na sua poltrona se levanta meio nervoso.

- Gabriel? – Gabriel como arcanjo supremo raramente vai para a terra, geralmente quem visita muito raramente o anjo na terra era Uriel, Miguel ou as vezes só um Serafim estagiário qualquer. – O que faz você aqui?

Aziraphale tranca a porta por magia.


- Algo grande vai acontecer. – Gabriel fala sorridente.

- A-algo grande... Não me diga! – O anjo sorridente vai até o Arcanjo juntando as mãos uma na outra. – Finalmente a guerra vai ter fim?

- Ah, nah nem perto. – O arcanjo ficou desinteressado pegando algum livro qualquer do seu lado. – Está mais para o pandemônio.

- Pan-pandemonio?

- Não ficou sabendo? – Gabriel bufou foleando o livro. – Roma e o norte da Itália foram conquistadas pela... oposição.

- Oh lord. – Aziraphale olha para baixo ficando triste. – Mas então, o que quer dizer com algo grande?

- Sobrecarga dãah. – Aziraphale fica confuso quando recebe um pergaminho do Arcanjo. – Nova missão, uns humanos de "bom coração" precisam de auxílio. Bom, faça o que puder. Eu geralmente adoro uma papelada, mas francamente né.

O anjo olhava para o pergaminho vendo algumas pequenas missões na Itália, Roma e até Alemanha.

- Entendo – Aziraphale sorrir – Quer que eu os ajude no caminho do bem.
Ele ler animado.

-Não! – O Gabriel o encara com os olhos violenta brilhantes – Não ouviu nada do que falei? – O Arcanjo fecha o livro e coloca a mão na testa. – Você tem que ir lá e convencer aquelas pessoas que é uma péssima ideia tentar ajudar e voltarem para a casa. Aquele terreno não é mais nosso. Entendeu? Bom, ótimo. – Ele empurra o grande e pesado livro no peito de Aziraphale que pega sem pensar muito.

O arcanjo como se odiasse ficar na terra vai apresado para fora da livraria.

- Não me decepcione, chega de papelada!



Aziraphale suspira olhando novamente o pergaminho agora com outros olhos.

É sempre assim, por isso o anjo prefere ficar na livraria e deixar os humanos decidirem, mas duvido que o próprio Gabriel não cheque desta vez.

- Bom... Itália primeiro? Que tipos de restaurantes tem por lá? Não cairia mal algo mediterrâneo.






"Um mês depois"


O inferno estava uma loucura, cheio de pessoas entrando e recebendo suas sentenças.

FurFur estava preenchendo as paleadas bem cansado.

- Próximo!

Crowley chega supertranquilo e seu andar confiante.

- Eai camarada.

- Você maldito, o que faz aqui Crowley?

- Oh você me conhece?

- MAS O QUE P- Eu não vou cair nisso, chega de besteira me fale o que você quer. – O demônio fala fulminando enquanto preenchia mais rápido os papeis.


- Preenchendo algumas papeladas, você sabe, contas de viagem aqui e ali. – Crowley joga na mesa do demônio. – Bom, obrigado tamo junto.

- Viagem? Você pode usar o portal!

- Eu vou de carro! É bem mais seguro. – Crowley fala já indo embora.

- Como vai aquele seu namoradinho anjo? – Furfur fala não olhando mais para o demônio.

- O que? – Crowley vira novamente.

- Eu te vi algumas vezes a uns dois anos atrás saindo da livraria dele, se eu fosse você tomaria cuidado – Furfur sorrir maliciosamente e olha para o demônio a sua frente revelando sua natureza. – Não sou só eu que não confio em você.


- Ah sim, daora. – Crowley aponta para mesa. – Da um contracheque nisso beleza?

Crowley era muito escorregadio como uma cobra e impenetrável, nenhum demônio conseguia intimidá-lo e mesmo fazendo uns delitos aqui e ali todos do seu esquadrão sabia que os supervisores adoravam o Crowley.

- Bastardo – Furfur resmunga sozinho. É por conta deste psicopata que ele não para de preencher papeladas de humanos condenados.



Crowley era relaxado para o resto do mundo, embora fosse esquentando por natureza só revelava isso para quem confiava. Isso significa o seu carro e Aziraphale.

Faz tempo que não o vejo, pensa Crowley sabendo que é melhor assim, já ficamos muito mais tempo sem nos falarmos. Mil anos não eram nada, ele se pergunta por que agora seria diferente.


Crowley passou boa parte dos dois anos na Alemanha onde já tinha sua fama.

Todos os cumprimentavam como se fosse companheiro de guerra. Ele não ficava com as pessoas do armamento ou genocídio, preferia deixar essas bobagens para os humanos, mas como tinha que ficar por perto, traficava coisas aqui e ali, como remédios (que tecnicamente era uma droga) se os humanos usavam para se curar já era outra história e álcool. Álcool com toda certeza é o departamento dele.

Nesse momento ele estava atrás de um muro com um traficante.

- Preciso que vá a um hospital hoje e de esses medicamentos para as irmãs, elas vão saber o que fazer. – Um homem o avisou.

- Beleza, não tenho nada para fazer hoje mesmo, só me vê da próxima vez alguns uísques juntos também está legal? Você é da máfia russa cara, precisa pelo menos andar com um ou 4 garrafas por aí, vê se aprende! Esse lugar está meio caidinho né.

A cidade estava toda detonada com várias casas destruídas e pessoas em andar de marcha por aí.




Crowley entra no seu confiável carro onde estava morando também e decide dirigir até o hospital jogando os medicamentos no banco de trás.


Chegando no hospital vai até uma sala que já conhecia e sem paciência para falar com alguém joga a caixa em uma mesa de madeira.

Alguém acharia depois

O hospital estava bem movimentando com muitas pessoas correndo para lá e para cá.

Em um pequeno corredor pequeno um homem de bege com as mãos para trás estava seguindo uma enfermeira. Seu andar era tranquilo enquanto ele olhava ao redor.

O anjo e o demônio cruzam os seus olhares.

-Oh! – Crowley sorrir sem perceber e o anjo apenas se assusta piscando algumas vezes enquanto pergunta "Crowley?" – Anjo! – Ele vai até o anjo como se fosse algo natural e começa a andar junto com ele. – Então, Alemanha em.

- Pois é – O anjo volta a se acalmar e sorrir nervoso.

- Se eu soubesse que viria teria mesmo insistido em pegar um uísque. Tem uns sensacionais por aqui. Você ia adorar. O que está fazendo? Ajudando-a? – O demônio pergunta em um sussurro seguindo a enfermeira junto com o anjo.

-Tá mais para observar. Acho que ela não vai desistir.... – Aziraphale fala em um sussurro também. – Em meses atrás era só uma garota rica, dá para acreditar? – Uísque você disse? – Aziraphale fala perdendo o interesse rapidamente na enfermeira mesmo ainda a seguindo.

- Sim! E tem uns restaurantes bem interessantes em batalhões também. Ouvir falar de até comida japonesa.

- hmmm, tentador, mas não obrigado. Eu realmente quero voltar o mais rápido para minha livraria e tomar um banho de banheira talvez.

- Eu queria tomar um banho de banheira... ou talvez só um banho normal seria legal também.

- Só falta esse trabalho e acabou.

- Você tem que ajudá-la a salvar vidas e essas coisas de céu?

- Er... não exatamente, mas prefiro só... observar.

- Parece bem o meu trabalho. Quer trocar? Você me cobre na próxima.

- Desta vez não da, o Gabriel está checando pessoalmente.







Eles foram para um restaurante escondido bem elegante nos limites da cidade. Ficaram conversando quase que a noite toda sobre o que passou naqueles dois anos, sua amizade não havia desaparecido.


Eles riam enquanto e tomavam um bom uísque.


Uma noite divertida era tudo o que eles precisavam, no final Aziraphale comeu muito enquanto o Crowley só reclamava como gostava de fazer perto do anjo.

Ele sentiu falta de reclamar com tranquilidade falando com alguém que realmente sabia que podia contar.




Depois de um tempo eles pararam de conversar quando já estavam bêbados demais.

Crowley olhou para o Aziraphale e o anjo percebe o seu olhar, sabendo o que significava.

- Anjo eu senti sua falta. – Crowley coloca a mão discretamente na mão de Aziraphale sobre a mesa.

O anjo meio constrangido tira a mão.

- Oh, é... – O anjo gostava muito do demonio, a dois anos atrás talvez até tenha passado a ama-lo. Crowley sabia disso, Aziraphale também sabia do que sentia o demônio.


Talvez por isso, isso só piore tudo do que melhore de fato.


A raiva tomou um pouco o anjo que se levantou.


- Não vamos falar sobre isso, sim? Vamos esquecer. – Eu sou um anjo e você ou demônio.

Era solitário, mas a pura verdade. Aziraphale sofreu esperando o seu demônio voltar.

E finalmente quando o viu novamente sentiu aquele vicio voltar, aquilo era perigoso demais.

tanto para um como para outro.


O anjo tenta falar algo mais apenas anda para fora do restaurante e o demônio o segue.


- Você disse mesmo para eu esquecer? – O demônio fala entre os dentes começando a ficar irritado também. – Por acaso é um playboy e eu não sabia?

- Estou falando sério Crowley – Aziraphale continua andando na rua escura e deserta de pedra.

- Eu estou vendo isso, mas não deixa de ser uma piada.


O anjo não fala mais nada e continua andando.

- Foda-se, quer saber? tá legal, é até melhor assim. – O anjo para e vira rapidamente para o Crowley que agora estava andando para o seu carro. – Eu estou farto de você.

- Farto de mim? – O anjo anda em direção ao demônio - Como pode ficar farto de alguém que não vê ou fala a 2 anos? Sério? Nenhuma carta? Nem mesmo uma mensagem de voz na minha rádio?

- Você o fez? – O demônio volta a virar para o Aziraphale e os dois se encaram com raiva. – Eu morei no meu carro por 2 anos, você por acaso mandou um "como está o tempo ai?" ou algo do tipo? Eu vou dizer, Claro que não! Você nunca quis saber do que eu faço.

- Claro que não quero saber de feitos demoníacos!

- E de mim?

- De você? Você está tentando me culpar agora? Foi você que foi embora.

- Eu precisei porra, eu nem sei por que ainda tento falar com você. – O demônio da meia volta indo para o carro.

- Francamente nem eu.

- E sobre a sua proposta de merda – Crowley da meia volta de novo muito afoito – De ser como antes, eu prefiro me engasgar com água benta! Nunca foi o seu amigo, você nem me considera um e eu também não quero nada com um anjo como você.


- Ótimo! – Agora Aziraphale volta a andar sentindo oposto novamente.

- Ótimo.








Foi a última vez que conversaram por 24 anos.




No Soho Aziraphale estava em uma cafeteria de esquina quando escutou um grupo conversando.

- Onde vai ser o assalto?
- Na igreja?
- O que merda alguém quer na igreja? HAHA Que Ruivo doente
- Contanto que pague bem....
- Combinamos de nos ver aqui mesmo amanhã, caso queria vir.

O anjo lembrou de 150 anos atrás quando Crowley e eles brigaram porque o anjo caído queria a água benta.

O anjo não queria lhe dá algo tão perigoso, mas se ele apenas tentar por conta própria....



Já na sua biblioteca o anjo olha para uma garrafa de chã que tinha em sua mesa, os mesmos usados em picnic. Ele suspirou pegando a garrafa.

Ele queria muito ir em um picnic, mas não tinha graça ir sozinho. Tentou uma vez ou duas ir para o Park mas não sentiu graça.


Pela manhã decidiu ir ao céu e foi para a cidade no templo onde tinha a fonte mais sagrada.

Ele se abaixou fingindo tranquilidades para vários anjos que passavam por lá e sem ninguém perceber pegou a água.

Ele fez um pequeno milagre e selou n deixando nenhuma gota cair mesmo que sem querer até alguém abrir a tampa mesmo.

Ele fez esse mesmo milagre umas 3 vezes apenas para ter certeza.

Aziraphale suspira se perguntando por que fazia isso por aquele demônio do Crowley, ele sabia na verdade o motivo, mas admitir era vergonhoso demais.


De noite ele esperou perto da porta do café vendo o carro do Crowley vazio.

Ele então decide esperar.

Crowley sai e vai até o carro, mas depois para fara falar com algum humano.


"Eu tenho outras pessoas para fraternizar, não preciso de você amigo"

Foi uma ferida ouvir aquilo a 150 anos, quando viu o demônio conversando tão tranquilamente com um humano. Isso faz com o que o anjo queira saber mais dobre aquele tal humano.


- Oh céus. – O anjo olha para a garrafa na mão. Quando ele se tornou assim?


Faz novamente outro milagre do mesmo lacre.


Olha para frente e ver o Crowley entrando no carro.


Ele estrala o dedo e entra no banco do passageiro não conseguindo olhar nos olhos do demônio.


A ultima vez que nos vimos não foi bem... uma despedida amorosa.


24 anos...O demônio olha espantado para um rosto conhecido, o anjo não olhou para ele de volta.

- O que faz aqui? – Crowley fala com raiva.

- Eu trabalho no Soho – Aziraphale fala igualmente chateado – Eu escuto coisas.
Seu olhar se volta finalmente para o demonio e isso faz sua fala suavizar. Seu demonio estava tão lindo. Ele sentia tanto a sua falta. – Agua benta não vai só te matar, vai te destruir com completo!

- Voce já me disse o que pensa a 150 anos atrás – O demonio desvia o olhar do anjo e olha para frente. Fingindo não se importar sabendo que so vai ouvir bronca e mais bronca.

- E eu não mudei de ideia – O anjo fica mais perto avisando que não se arrepende – Mas não posso deixar arriscar sua vida por isso, é perigoso demais. Por isso...

O anjo tinha suas mãos tremulas quando revela a garrafa.

- Cuidado, não pode abrir a tampa.

- É das boas?

- A mais pura. – O demônio segura em suas mãos como se fosse algo perigoso e precioso ao mesmo tempo.

- Hn... Será que devo dizer ....Obrigado? – O demonio sabia como o anjo era orgulhoso e não voltava atrás com suas palavras. Isso servia tanto para nossa briga de 150 anos atrás e a de 24 anos atrás.

O olhar dos dois e a guarda baixa mostravam que estavam tentando se desculpar um com o outro, mas para anjos ou demônios que são por natureza arrogantes, apenas a atitude bastava.

-.... Acho melhor não.

Aziraphale olha para frente novamente sentindo o clima mudar.

- Posso lhe dá uma carona para algum lugar?

A casa de Aziraphale ficava apenas 2 ruas de onde estavam, os dois sabiam disso e os dois sabiam onde isso ia parar caso o anjo aceitasse.

- Não, obrigado. – O anjo olha para baixo e depois olha para o demônio – Não faça essa cara de decepcionado.... Quem sabe podemos fazer um picnic um dia desses.... ou quem sabe jantar no Ritz.

- Eu posso te levar a qualquer lugar que queira – O demônio tenta uma última vez, sua voz era suave e calma como uma doce tentação.

- Você vai rápido demais para mim Crowley – O doce anjo o corta como uma faca deixando o demônio imobilizado.


O anjo sai e o demônio olha para a garrafa a acariciando bem levemente com o polegar.
























(Gente é o ultimo cap obrigada quem leu adoro a todos) 

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