Capítulo 1•

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Numa manhã fria,onde os pássaros cantavam,de certa forma,uma melodia triste,as folhas caiam em uma harmonia calma e serena, alcançando o chão suavemente,as poças de água refletiam o céu cinzento e melancólico.
Curiosamente,no meio daquela paisagem,gritos de uma discussão eram ouvidos.

—Rengoku! Você não pode sair daqui! Você não tem onde ficar! — Um homem velho gritava com uma garrafa de bebida alcoólica na mão. Seus alertas não era de desespero,ou de tristeza pois perderia alguém importante,eram de deboche.
—Eu já me decidi,pai. Não posso continuar aqui! Eu quero dar um futuro melhor ao Senjuro! Se continuarmos aqui veremos nossa ruína. —Um jovem grita de volta,num tom de voz, talvez, melancólico,mas firme.—Senjuro, já pegou sua mala?
—Sim, irmão. —Um garotinho respondeu tristemente.
Eles saem da casa. Deixando seu pai para trás. "Não diga que não avisei! Depois não venha me procurar quando não tiver mais dinheiro para nada e viver às traças!" Ele repetia frases assim.
Era um homem muito bravo e não fazia nada além de beber. Desde a morte de sua esposa ele foi assim. Descontava sua raiva em suas crianças. Irônico,as crianças não tiveram um pingo de culpa,a senhora adoeceu e se foi. Deixamos para trás a ira desse homem melancólico.

Continuaremos com a história dos nossos dois irmãos.
Rengoku Kyojuro,um jovem de 20 anos. Esforçado,sempre com um sorriso no rosto ele leva as dificuldades da vida. Partiu em viagem com a esperança de um futuro melhor ao seu irmãozinho. Inspirador,um exemplo de coragem a ser seguido. Bom,apesar de não saber o que irá fazer na cidade.

Senjuro Kyojuro,um jovenzinho de apenas 13 anos. Tímido e nada confiante. Cheio de insegurança e tristeza. Admira muito seu irmão,gostaria de um dia ser como ele.

A estrada é árdua e cansativa. Ainda mais com malas cheias de coisas.
—Irmão... — O garotinho Senjuro chamou.
—Diga, Senjuro. — O jovem respondeu com sua voz animada e confiante de sempre.
—Estou com medo. E se uma onça nos atacar? —Apavorado com a escuridão o menino disse.
—Se acalme. Nada disso irá acontecer. — Rengoku exclamou fazendo carinho nos cabelos de seu irmão.

Depois de muita caminhada naquela estradinha de terra cheia de mato em volta,uma placa ficava cada vez maior. "Bem-vindo. Limite de município" nela  estava escrito. Os garotos leram de uma forma feliz,numa voz só.
Entraram na cidade. Não era um grande centro,mas mesmo assim,várias casas e luzes ofuscantes aparecim mais e mais. Andaram mais um pouco, até Rengoku parar em uma casa. Uma casa arrumada,bonita,cheia de flores, janelas de madeira e uma campainha decorada naquela parede amarela da pequena casinha.
—Por que estamos aqui, irmão? —Senjuro perguntou.
—A casa de um conhecido meu. Tanjiro. — Rengoku disse, tocando a campainha com um sorriso.
A porta de abriu,revelando um jovem de cabelos pretos com pontas azuis,uma franja cobrindo a testa e grandes olhos verdes cheios de cílios gigantes.
— Oi,posso ajudar? —O jovem olhou nos olhos dos irmãos.
— Tanjiro está?
— Está sim,vou chamá-lo.
Senjuro olhou com olhos confusos para seu irmão,que lhe lançou um sorriso brincalhão.
—Rengoku!! Senjuro!! — Um garoto de cabelos vermelhos,marca na testa e olhos grandes e gentis apareceu sorrindo.
—Tanjiro! Quanto tempo! —Eles se abraçaram.
—Rengoku,Senjuro,entrem. Prepararei o quarto de vocês. —O jovem disse deixando Senjuro muito confuso. "Onde raios ele me conheceu?"

Entrando na casa,um interior acolhedor e arrumado foi avistado. As paredes tinham tons de rosa e amarelo. Quadros e abajures estavam nas paredes. Um grande sofá bege estava posicionado no meio da sala.
— Sentem-se. Vou servir café. — O menino de olhos gentis disse.
— Já preparei. — O outro menino,de olhos verdes,entrou na sala com uma bandeja de café.
—Oh,Inosuke... Que gentileza de sua parte! — Tanjiro deu um selinho no menino de olhos verdes.
—Ah, não faça isso na frente das visitas! — Inosuke reprendeu.
— Deixe disso!—Ele deu um risinho fraco.
Ok,agora até Rengoku estava confuso. Tanjiro beijando um menino,na sua própria casa,tem mais coisa aí,com certeza. Como diriam os amantes dos velhos ditados: " Tem caroço neste angú".
—Pode pegar qualquer coisa. A caminhada deve ter sido cansativa. — Tanjiro sorriu amigavelmente.
Os dois irmãos estavam diante de muita comida. Comida de café. Pão,bolo,suco, café, chá,biscoito e até frutas. Minha nossa,muita fartura.
Já eram 22:30,estava tarde. O dono da casa então guiou os irmãos ao quarto onde dormiriam naquela noite.
—Entrem e fiquem a vontade,por favor. Qualquer coisa avisem,estarei no quarto ao lado,junto ao Inosuke,o garoto de antes. —Ele avisou.
Senjuro e Rengoku agradeceram ao jovem pela hospitalidade.
Ao se deitar na cama,a cabeça dos irmão estavam a mil. Rengoku pensava "O que irei fazer, não posso abusar da gentileza de Tanjiro!" Senjuro pensava "Quem é esse menino,quem é o outro? Da onde me conhecem?" E foi assim até dormirem. Algo que foi difícil com um turbilhão de pensamentos confusos.

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